Decora��o afetiva cura

O isolamento social imposto pela COVID-19 fez com que as pessoas resgatassem, de certa maneira, uma reconex�o com a casa, com o lar. No mundo pr�-pandemia, com seu ritmo alucinante, muitos usavam a morada mais para dormir do que curtir. Por isso, com a pandemia, a casa voltou a ser valorizada e reconhecida como o melhor o ref�gio de bem-estar e seguran�a. Da� exigir a aten��o dos moradores para que ela se torne, cada vez mais, um lugar de acolhimento, conforto e, claro, de afetos.

 

Com esse pensamento, as arquitetas Carina e Ieda Korman, do escrit�rio Korman Arquitetos, sugerem que cada um invista em uma decora��o afetiva. Elas d�o dicas que todos podem colocar em pr�tica. “Acredito que uma decora��o afetiva mexe com a psicologia e o humor de cada um. Seja ao trazer uma foto, um objeto com significado especial ou um m�vel de fam�lia, ela evoca mem�rias e sentimentos relacionados � pe�a”, destaca Carina Korman.

 

E para isso, as profissionais garantem que n�o h� muitas regras ao pensar na decora��o afetiva. “O importante � escolher itens com significado e fazer, com eles, uma composi��o harm�nica”, destaca Ieda Korman. E ela pode aparecer de v�rias maneiras. Seja com um mobili�rio que passou de gera��o em gera��o, uma cole��o especial do morador, fotografias e quadros. “Uma decora��o afetiva deve ser um retrato do mo- rador. Tudo � v�lido, desde que reflita a ess�ncia de quem vive na casa”, completa.

 

Uma �tima forma de explorar a decora��o afetiva est� nas pe�as herdadas de parentes. Um ba�, aparador ou at� sof� podem ganhar um espa�o de destaque na casa, trazendo um pouco do DNA de quem mora ali. “Muitas vezes, essas pe�as s�o desconsideradas por terem sofrido desgastes com a passagem do tempo. Mas uma restaura��o ou simples reparo pode trazer toda a funcionalidade necess�ria. Trocar o estofado ou pintar traz nova vida aos mobili�rios, preservando os tra�os originais de cada pe�a”, ensina Carina Korman.

Lou�as antigas s�o perfeitas para criar um cantinho cheio de hist�ria. “Uma ideia � separar uma das paredes da cozinha para dispor, como pe�as de arte, diversos pratos da fam�lia. Uma x�cara com muita hist�ria pode virar um vaso ou porta-coisa, enquanto uma bandeja da av� pode ganhar destaque como centro de mesa”, sugerem as arquitetas.

 

 

 

Fotos nos transportam para outras �pocas, trazem mem�rias de momentos gostosos. Por isso, � poss�vel usar e abusar delas em um projeto com decora��o afetiva. Seja em um painel na �rea �ntima ou em uma bela composi��o em um corredor ou sobre um aparador, por exemplo. As fotografias s�o indispens�veis para uma decora��o afetiva. Vale brincar com diferentes tamanhos de impress�o e molduras, ou at� mesmo ousar no alinhamento. “Uma ilumina��o direcionada pode conferir todo o destaque desejado para a composi��o. Al�m das fotos, gravuras e desenhos de pessoas queridas podem trazer diversos sorrisos”, indica Ieda Korman.

Cole��es conferem um gostinho a mais em uma decora��o afetiva. Para valoriz�-las, um mobili�rio planejado para a exposi��o das pe�as pode fazer toda a diferen�a – seja uma bela estante para o acervo de livros, discos de vinil ou CDs; seja uma prateleira para pequenos colecion�veis, miniaturas ou outros objetos. 

    

   “Trazer o hobby do morador para a decora��o � exaltar sua ess�ncia e personalidade. N�o h� nada que combine mais com a decora��o afetiva do que isso”, lembra Carina Korman.

Por fim, usar suvenires ou pe�as adquiridas em viagens na decora��o e organiza��o da casa permite que os moradores sempre relembrem a experi�ncia que tiveram. � uma maneira de agregar uma nova fun��o a um objeto, valorizando-o dentro do projeto.