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Estado de Minas

Sonho de ser campe�o

Atletas mirins n�o veem a hora de retomar as atividades esportivas. Algumas escolas criaram planilhas de treinamento para que as crian�as e adolescentes possam manter uma rotina de exerc�cio em casa


11/10/2020 13:00 - atualizado 11/10/2020 13:25

Fellype Gomes, de 14 anos, pratica jiu-jítsu há três anos: imagem dele vendendo doces para competir na modalidade viralizou na internet (foto: Arquivo pessoal)
Fellype Gomes, de 14 anos, pratica jiu-j�tsu h� tr�s anos: imagem dele vendendo doces para competir na modalidade viralizou na internet (foto: Arquivo pessoal)
“Ajude um atleta a ser campe�o mundial por apenas R$ 1.” A imagem do jovem levando o cartaz com os dizeres, vendendo doces e carregando medalhas penduradas no pesco�o, ganhou o Brasil nas �ltimas semanas e viralizou na internet. Fellype Gomes, de 14 anos, pratica jiu-j�tsu h� tr�s anos. Conquistou a primeira, segunda e terceira coloca��es em competi��es como Copa Am�rica, Sul-Americano, World Cup e Rio Summer Open. Revela que seu grande sonho � ser campe�o mundial, n�o apenas uma vez, e seguir carreira.

Levando as guloseimas para vender nas ruas de Del Castilho, bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro, a inten��o � conseguir dinheiro para custear a viagem a S�o Louren�o, no interior de Minas Gerais, e se inscrever no torneio infantojuvenil que ocorre em dezembro.
 
A m�e do jovem perdeu o emprego antes da pandemia e o pai est� com o sal�rio atrasado. Fellype pediu a ela para fazer os docinhos para que, com o dinheiro das vendas, pudesse arcar com a inscri��o no campeonato, passagem, hospedagem e alimenta��o. Brigadeiro, pa�oca, cajuzinho e leite ninho s�o os quitutes que podem ajud�-lo a ser ouro no Mundial em Minas.

"O jiu-j�tsu me ajuda a dormir e me alimentar melhor, me empenhar, me esfor�ar, ter disciplina, respeitar o pr�ximo e a lidar bem com a fam�lia. Me faz ser um adolescente melhor", declara. No intervalo sem treinos por causa da pandemia, continuou a pr�tica da luta na casa de amigos, al�m de corridas no estacionamento de um supermercado. Para ele, as medalhas t�m um sentido especial. "Me mostram que sou capaz de superar meus pr�prios limites."
 
Valentina Cezarotto, de 13 anos, faz natação desde os 3, é adepta do taekwondo desde os 9 e sente muito a falta dos treinos (foto: Arquivo pessoal )
Valentina Cezarotto, de 13 anos, faz nata��o desde os 3, � adepta do taekwondo desde os 9 e sente muito a falta dos treinos (foto: Arquivo pessoal )
Valentina Cezarotto, de 13, faz nata��o desde os 3 e � adepta do taekwondo desde os 9. "Ajuda na minha sa�de, na coordena��o motora, a ter aten��o. Gosto de contato f�sico e tenho muitos amigos no esporte", diz. Moradora de Curitiba, Valentina participou de duas competi��es estaduais de taekwondo em 2019. Conquistou o terceiro lugar em setembro e, no campeonato de julho, ficou em quinto.

Ela conta que sente muito a falta de praticar a arte marcial, e acredita que os treinos n�o ser�o reiniciados em 2020. "Converso com meus amigos pelo celular, mas n�o � a mesma coisa de estar ao seu lado, darmos risadas juntos. Ficando s� em casa, acabo comendo mais, e ganhei peso. Tamb�m achei complicado prestar aten��o nas aulas virtuais da escola."
 
Na equipe de v�lei do col�gio Marista Paranaense, em Curitiba, com as aulas coletivas ainda n�o permitidas, alguns atletas t�m realizado treinos individuais com professores nas pr�prias casas, e outros mant�m a forma atrav�s de atividades como corrida, pedaladas e caminhadas. O t�cnico Murilo Meira conta que, no in�cio, os alunos foram afetados pelo distanciamento social, principalmente por estar em per�odo de aprimoramento da parte f�sica. "Com o cancelamento de aulas e treinos, esse per�odo de prepara��o foi desperdi�ado e os alunos acabaram perdendo muitas competi��es", diz.

Como alternativa, a escola ofertou planilha de treinamento f�sico para que os atletas sigam com a rotina de exerc�cios, mesmo em casa. Tamb�m foram organizadas reuni�es on-line com as equipes, em que eram discutidos fundamentos do esporte, corre��es de erros e explica��es na esfera t�tica.

Alguns alunos voltaram aos treinamentos, respeitando todos os cuidados. S�o treinos individuais ou em pequenos grupos, com o uso de m�scaras por atletas e professores, e higieniza��o dos materiais com �lcool em gel. "A principal recomenda��o � que os atletas voltem dentro de suas limita��es, visto que a pausa foi maior do que o habitual nas f�rias, por exemplo. Cada atleta deve respeitar o seu tempo e o seu corpo", ensina Murilo.
 
VALORES 
 
Jogadora de vôlei, Maria Julia Keller de Lima, de 14 anos, está parada desde março e, para não perder o pique, treina toque e manchete na garagem do prédio onde mora (foto: Arquivo pessoal )
Jogadora de v�lei, Maria Julia Keller de Lima, de 14 anos, est� parada desde mar�o e, para n�o perder o pique, treina toque e manchete na garagem do pr�dio onde mora (foto: Arquivo pessoal )
O v�lei � o esporte predileto de Maria Julia Keller de Lima, de 14. Tamb�m moradora da capital paranaense, ela exerce a atividade desde os 8. Primeiro em uma escola para crian�as, onde aprendeu valores atrav�s do esporte, e em 2019 passou a integrar a equipe de um clube profissional. J� esteve em campeonatos de n�veis nacional, estadual e regional. Est� parada desde mar�o. Para n�o perder o pique, treina toque e manchete na garagem do pr�dio onde mora. Em vez dos amigos do time, batia bola com a parede.

Para a adolescente, os principais aprendizados com o v�lei s�o sobre a import�ncia do trabalho em equipe, a desempenhar lideran�a e coopera��o, ajudar as outras pessoas, ter respeito, responsabilidade e autonomia. "Tem um significado para o meu pr�prio desenvolvimento enquanto ser humano", diz Maria Julia, que tamb�m adora dan�a e medita��o, n�o sabe quando voltar�o os treinos de v�lei.
 
Lucca Vieira Motta, de 16 anos, participa de competições de natação e foi convidado recentemente para integrar a Seleção Brasileira de Maratona Aquática(foto: Arquivo pessoal)
Lucca Vieira Motta, de 16 anos, participa de competi��es de nata��o e foi convidado recentemente para integrar a Sele��o Brasileira de Maratona Aqu�tica (foto: Arquivo pessoal)
"N�o sei se vou conseguir me recuperar e ser como era antes quanto a preparo f�sico e t�cnica. Com a pandemia, me senti desmotivada, mas tentei n�o deixar isso se sobressair. Em um primeiro momento, estava tranquila em ficar em casa. Mas depois surgiu a ansiedade e um inc�modo, n�o conseguia fazer nada. Agora estou melhor, porque sei que isso vai passar. O esporte � um incentivo para esquecer a ansiedade, para seguir em frente."

Desde os 8 anos, Lucca Vieira Motta participa de competi��es de nata��o. Aos 16, celebra o convite recente para ingressar na Sele��o Brasileira de Maratona Aqu�tica, esporte que come�ou a desempenhar em 2018. Costuma treinar em piscinas e no mar, quando tem a oportunidade de ir ao litoral pr�ximo a Curitiba, onde reside. At� agora, esteve em 10 competi��es de maratona aqu�tica, figurando em segunda e terceira coloca��es em torneios nacionais e, no ano passado, foi classificado em quarto lugar no ranking brasileiro do esporte.
 
"Estar na sele��o � um sonho realizado. Nadar no mar me faz sentir liberdade", descreve. A rotina de treinos costumava ser di�ria, com o complemento da muscula��o. Com o recesso por causa do coronav�rus, o jovem lamenta a interfer�ncia negativa no cronograma de treinamentos, todo estruturado desde o in�cio do ano, e at� nos estudos. Seguiu com a pr�tica, quando p�de, indo algumas vezes ao mar e em represas. "� muito ruim ficar preso em casa." A volta das atividades da maratona aqu�tica em equipe aconteceu em meados de setembro. "O esporte � importante para tudo na vida. Ajuda na escola, a ter foco, me ensina a dar o melhor de mim em tudo que eu fa�o", acrescenta.


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