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Estado de Minas SA�DE

Homens e mulheres podem ter respostas diferentes a doen�as e tratamentos

Estudo aponta diferen�as na express�o de duas prote�nas importantes para o controle de v�rias fun��es celulares. Entenda


11/02/2021 11:54 - atualizado 11/02/2021 12:37

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Um estudo realizado pelo Instituto de Ci�ncias Biom�dicas da Universidade de S�o Paulo (ICB-USP), com camundongos machos e f�meas, revelou que h� diferen�as na express�o de duas prote�nas importantes para o sistema nervoso central, respons�veis pelo controle de diversas fun��es celulares.

Segundo a pesquisa, h� uma varia��o nos n�veis das prote�nas de acordo com o sexo, o que pode estar relacionado com o desenvolvimento de doen�as e, tamb�m, com a resposta de cada organismo aos tratamentos

N�o � toa, segundo o Centro de Controle e Preven��o de Doen�as dos Estados Unidos, o autismo, por exemplo, � quatro vezes mais prevalente em meninos do que meninas. Mas por que isso ocorre? 

De acordo com as pesquisadoras respons�veis pelo estudo, publicado na Scientific Reports, a professora Elisa Mitiko Kawamoto e a mestranda Nat�lia Prudente de Mello, alguns estudos apontam que diversas doen�as, como Alzheimer, doen�a de Parkinson e transtorno do espectro do autismo, por exemplo, apresentam diferente incid�ncia dependendo do sexo. E isso pode estar relacionado aos cromossomos sexuais e aos horm�nios de homens e mulheres, haja vista as suas diferen�as. 

“Eles podem estar envolvidos nesta diferen�a de susceptibilidade ou de resili�ncia entre homens e mulheres em desenvolver uma determinada doen�a, isto �, os cromossomos sexuais e os horm�nios podem servir como um fator de risco ou de prote��o dependendo da doen�a. Embora a import�ncia de incluir ambos os sexos nas pesquisas tenham ganhado cada vez mais destaque, mais estudos ainda s�o necess�rios para que possamos compreender melhor essas diferen�as e as causas”, pontuam. 

O estudo teve in�cio com o objetivo de alcan�ar novas alternativas de tratamento para diversas doen�as, com �nfase nas neurol�gicas. Para isso, a pesquisa analisou as prote�nas PTEN e Klotho como alvos farmacol�gicos. No entanto, ao estudar as express�es dessas prote�nas, Elisa Kawamoto e Nat�lia Prudente observaram que a PTEN estava aumentada nas f�meas, enquanto que a Klotho era mais expressa nos machos. 
 

"Por exemplo, uma prote�na x encontra-se aumentada em homens e diminu�da em mulheres. Se um tratamento com um medicamento visa aumentar a prote�na x para tratar uma doen�a, este medicamento poderia ter efeito terap�utico mais eficaz em mulheres que naturalmente apresentam n�veis baixos da prote�na. J� em homens, o medicamento poderia n�o gerar o mesmo efeito em termos de efic�cia, uma vez que os homens j� apresentam naturalmente a prote�na x aumentada, podendo at� mesmo gerar efeitos adversos com aumento al�m dos n�veis fisiol�gicos da prote�na na presen�a do medicamento."

Elisa Mitiko Kawamoto, professora, e Nat�lia Prudente de Mello, mestranda, respons�veis pelo estudo


 
Segundo elas, isso indica, ent�o, que essas sinaliza��es atuam de forma a manter o equil�brio do organismo. “A PTEN � uma prote�na supressora de tumor e, no sistema nervoso central, tamb�m interfere em processos de prolifera��o e diferencia��o celular, podendo ser importante para o aprendizado e mem�ria. Nesse sentido, � poss�vel que a maior incid�ncia do autismo em meninos esteja relacionada a uma menor sinaliza��o da PTEN, por exemplo.” 

“Essa prote�na tamb�m tem uma grande participa��o na inflama��o, que � uma caracter�stica de doen�as neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. J� a Klotho � a prote�na antienvelhecimento. Existe uma redu��o dos n�veis dessa prote�na ao longo do tempo, principalmente na presen�a de doen�as neurodegenerativas, e os animais que n�o t�m esse gene t�m um envelhecimento acelerado, vivendo no m�ximo tr�s meses e apresentando danos cognitivos e motores acentuado”, completa. 


HERAN�AS DO ESTUDO 


Conforme elucidado pelas pesquisadoras, entender as diferen�as entre os sexos e suas poss�veis rela��es com o desenvolvimento de doen�as pode auxiliar no diagn�stico e no desenvolvimento de tratamentos mais espec�ficos e personalizados.

“Os medicamentos de forma geral podem induzir altera��es em vias de sinaliza��o intracelulares, o que pode modificar a express�o de prote�nas, podendo gerar efeitos terap�uticos e at� mesmo adversos. Assim, as diferen�as de express�o de prote�nas naturalmente presentes entre os sexos podem influenciar na a��o dos medicamentos.” 

“Por exemplo, uma prote�na x encontra-se aumentada em homens e diminu�da em mulheres. Se um tratamento com um medicamento visa aumentar a prote�na x para tratar uma doen�a, este medicamento poderia ter efeito terap�utico mais eficaz em mulheres que naturalmente apresentam n�veis baixos da prote�na. J� em homens, o medicamento poderia n�o gerar o mesmo efeito em termos de efic�cia, uma vez que os homens j� apresentam naturalmente a prote�na x aumentada, podendo at� mesmo gerar efeitos adversos com aumento al�m dos n�veis fisiol�gicos da prote�na na presen�a do medicamento”, explica. 

Portanto, a conclus�o de Elisa Kawamoto e Nat�lia Prudente � a de que seja prov�vel que, no caso apresentado, a prote�na x seja o alvo terap�utico mais adequado para tratamento da doen�a em mulheres, mas n�o em homens.  
 

"Mais estudos ainda s�o necess�rios para que possamos compreender melhor a rela��o de tais diferen�as entre os sexos com o desenvolvimento de determinas doen�as e poss�veis tratamentos. Do ponto de vista de preven��o, tais diferen�as podem afetar vias do nosso organismo que talvez o exerc�cio f�sico, por exemplo, j� tenha se mostrado ben�fico e possa ser recomendado de forma mais individualizada para homens e mulheres. � preciso ainda mais pesquisas para se obter respostas melhores."

Elisa Mitiko Kawamoto, professora, e Nat�lia Prudente de Mello, mestranda, respons�veis pelo estudo

 

Assim, do mesmo modo que existe a farmacogen�mica, que prev� o desenvolvimento de f�rmacos de acordo com o genoma do paciente, haveria a alternativa de que medicamentos fossem produzidos a partir das caracter�sticas proteicas de homens e mulheres, j� eles t�m suscetibilidades diferentes a determinadas doen�as.

“Mais estudos ainda s�o necess�rios para que possamos compreender melhor a rela��o de tais diferen�as entre os sexos com o desenvolvimento de determinas doen�as e poss�veis tratamentos. Do ponto de vista de preven��o, tais diferen�as podem afetar vias do nosso organismo que talvez o exerc�cio f�sico, por exemplo, j� tenha se mostrado ben�fico e possa ser recomendado de forma mais individualizada para homens e mulheres. � preciso ainda mais pesquisas para se obter respostas melhores”, dizem. 

E, para isso, o estudo j� est� pronto para avan�ar para mais uma etapa. Isso porque uma vez que uma express�o inversa dessas prote�nas em cada um dos sexos foi observada, Elisa e Nat�lia apontam que o pr�ximo passo � tentar entender o porqu� de um sexo apresentar maiores n�veis do que o outro e se isso pode estar relacionado com maior risco ou maior resili�ncia ao desenvolvimento de certas doen�as. 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram


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