Cabelos: o que suas madeixas revelam sobre voc�?

Moldura do rosto, historicamente, o cabelo j� foi considerado s�mbolo de for�a, poder, masculinidade e dom�nio para o homem; e de sedu��o, sensualidade, feminilidade e at� fertilidade para as mulheres.

De Afrodite, deusa da mitologia grega, que cobria a nudez com seus longos cabelos loiros, at� Sans�o, o her�i b�blico que tinha uma for�a incompar�vel gra�as aos seus cabelos, a verdade � que as madeixas sempre tiveram lugar de destaque, aten��o e significados para ambos os sexos na hist�ria da humanidade.

Os cabelos se vestem de sinal de cond�o e situa��o social, assim como representam beleza, autoestima, vaidade, imagem, forma de express�o, de rebeldia, f� e tamb�m sa�de.

 

Os cuidados com os cabelos n�o s�o apenas uma preocupa��o est�tica. Com as descobertas da medicina e o desenvolvimento da ind�stria cosm�tica, surgem novidades importantes que se tornam aliadas e ferramentas para a manuten��o, preserva��o e tratamento dos fios e do couro cabeludo, muitas vezes negligenciados e que podem afetar a sa�de do corpo.

Os cabelos d�o pistas valiosas tanto de uma sociedade (como faz as vestimentas), como revela sinais de bem-estar, estilo de vida e de um organismo saud�vel.

 

A fibra capilar � composta por uma prote�na insol�vel e ultrarresistente, a queratina, que tem capacidade de armazenar informa��es toxicol�gicas e revelar h�bitos alimentares. Um dos casos mais famosos � o de Beethoven.

As madeixas do compositor permitiram, 178 anos ap�s a sua morte, descobrir que havia uma alta concentra��o de chumbo no organismo, poss�vel causa de seus males no abd�men. Nos dias de hoje, h� in�meras pesquisas e aplica��es para lidar com a sa�de dos fios com diagn�sticos imediatos.

 

Por isso, a import�ncia de estar atento aos cabelos diante de doen�as (seja dos fios ou do couro cabeludo) como psor�ase, foliculite, dermatite seborreica, pitir�ase, todas facilmente “confundidas” como uma simples descama��o, mas que negligenciadas podem chegar a quadros graves que acometem outras �reas e perdas de cabelos expressivas.

Os cabelos tamb�m podem dar sinal de doen�as como tireoide, l�pus eritematoso, desnutri��o e at� algumas doen�as gen�ticas, mais raras.

H� ainda fatores nutricionais ou hormonais, doen�as de base autoimunes e at� polui��o. Pesquisa de 2019 da Future Science Research Center, na Rep�blica da Coreia, mostrou que a exposi��o a poluentes do ar est� diretamente ligada � perda de cabelo.

O Bem Viver conversou com especialistas para alertar sobre os cuidados com os cabelos e personagens que contam a rela��o com os fios e como os mant�m saud�veis.

 

A dentista Carolina Abreu, especialista em pr�tese dent�ria e s�cia da cl�nica Espa�o Sorriso Odontologia Especializada, conta que tem uma rela��o forte com seus cabelos, “pois s�o a moldura do rosto. Se eles est�o bonitos, me sinto bem. Agora, quando est�o naqueles momentos de bad hair day, a solu��o � prender um coque ou um rabo at� que eu possa dar um cuidado especial”.

Mas, segundo ela, nem sempre a rela��o foi s� de amor: “Beb�, eles eram cacheados e castanhos at� os 3 anos, quando come�aram a ficar loiros, lisos e volumosos. Minha m�e sempre cuidava, fazia hidrata��es caseiras, mandava cortar a franja e repicar as pontinhas, amava aquele cabelo.

 

Na adolesc�ncia, os fios foram ficando mais ondulados. "Nesse mesmo per�odo, cismei de cortar a franjinha falsa da Sandy, minha m�e aconselhou a n�o fazer, insisti e l� fui eu. Mas a franja ficou toda enrolada e todos riram de mim na escola. Passei a prend�-la at� que crescesse. Depois desse bullying traumatizei com franja, nunca mais cortei curtinha. Durante a adolesc�ncia, com o cabelo volumoso e para mim indefinido, s� andava com ele preso. At� que comecei a deixar crescer, aprendi a fazer escova e prancha para domar os cabelos e usar de acordo com o padr�o das meninas da escola, liso.”

QUADRO INFLAMAT�RIO

Desde ent�o, eram raras as vezes em que Carolina n�o secava e usava a prancha. Ao entrar na faculdade, aos 20 anos, ela se lembra de que descobriu a escova progressiva, e achou o m�ximo poder manter o cabelo liso e bonito. Ela diz que fazia qu�mica de tr�s em tr�s meses para alisar e depois come�ou a fazer luzes tamb�m.

“Com o tempo, o cabelo foi perdendo um pouco do volume, mal sabia eu que era por causa de tanta qu�mica. Por fazer progressiva, pude cortar o cabelo curto e me achei linda com o corte long bob. Usei qu�mica para alisar at� 2019, quando resolvi aceitar meu cabelo como ele � e cuidar de forma mais natural.”

 

Com “novos” fios, Carolina montou sua rotina de cuidados: “Em casa, lavo dia sim, dia n�o. Sempre uso leave in e �leos antes de secar e procuro usar alguma m�scara uma vez por semana. Durante a pandemia os cuidados se intensificaram, pedi indica��es de cremes para minha terapeuta capilar, segui algumas dicas dela, al�m de come�ar a fazer terapia capilar para tratar o couro cabeludo, pois desenvolvi caspa e pietra, um tipo de caspa mais durinha”.

 

J� no sal�o, a dentista destaca que, depois de descobrir a terapia capilar, � o que mais gosta de fazer. A terapia � para cuidar do couro cabeludo e consequentemente da sa�de dos fios como um todo. E, de brinde, conta que ganha massagem, cafezinho e biscoitinho em todas as sess�es, “� o meu momento”.

“Fechei um pacote completo com minha terapeuta capilar. Na primeira sess�o, ela fez a tricoscopia, que detectou pontos de inflama��o do couro cabeludo e ent�o usou v�rios procedimentos para a melhora desse quadro inflamat�rio, como laser, blend de �leos essenciais, cada um com uma fun��o diferente, radiofrequ�ncia, entre outros procedimentos incr�veis, que fizeram um bem danado ao meu cabelo. A coceira que sentia diminuiu e o cabelo come�ou a crescer, estou cheia de fios novos, mas ao contr�rio do que sentia na adolesc�ncia, agora os acho lindos.”

TRANSFORMA��O E AUTOESTIMA

 

J� a empres�ria Renata Paix�o, dona da marca Renata Paix�o Joias, n�o esconde que sempre foi muito apegada com cabelo, sempre gostou de cuidar, de cabel�o, e de estar com ele bonito e arrumado. “Acho que cabelo � o charme da mulher.” Ela lembra que, crian�a, sofria por ele n�o crescer; adolescente, n�o gostava dele cacheado. J� entrou em v�rias brigas e foi resolvendo com tratamentos e pintando.

 

Renata conta que, apesar de amar seu cabelo, s� agora tem tido mais aten��o com a sa�de dos fios. Em casa, nunca foi de cuidar muito, era qualquer xampu e condicionador e um �leo apenas. Na pandemia, foi se virando com alguns cremes de hidrata��o e dicas de internet.

“Depois que conheci a terapeuta Ra�sa Helen, estou com xampu e condicionar que s�o para meu tipo de cabelo, m�scaras e finalizadores certos. Mas quando vou ao sal�o, busco tratamentos que diminuem volume e que tratam os fios, porque, como fa�o luzes, ele vivia ressecado e rebelde.”

 

Meu cabelo estava ressecado, com pontas duplas, sem volume e caindo muito. Sem vida. Com o tratamento, ele voltou o volume, est� com brilho e macio e parou de cair

Renata Paix�o, empres�ria

Renata enfatiza que tem percebido os cabelos mais saud�veis depois que fez terapia capilar e corte terap�utico, que tratou desde o couro cabelo at� as pontas.

“Meu cabelo estava ressecado, com pontas duplas, sem volume e caindo muito. Sem vida. Com o tratamento, ele voltou o volume, est� com brilho e macio e parou de cair. Foi um tratamento bem necess�rio. Quanto �s mudan�as, n�o fa�o tanto. Sofri tanto quando pequena que ele n�o crescia, que hoje em dia morro de medo de cortar. Mas acredito que essa transforma��o vai de acordo com as fases da mulher. Precisamos de algumas mudan�as para melhorar a autoestima, n�o � mesmo?”