
O paciente sofre de um problema renal, diagnosticado quando tinha 5 anos. Em 2008, iniciou a hemodi�lise no Hospital da Baleia. Ap�s perder os dois rins, em 2012, passou por um transplante. Quatro anos mais tarde, em 2016, voltou para a hemodi�lise e, hoje, faz di�lise peritoneal, ap�s perder todos os acessos venosos.
J� s�o mais de 12 anos de tratamento no hospital.
Desde o in�cio da pandemia, o maior medo de El�sio era pegar a COVID-19, justamente pelo delicado estado de sa�de. Ele conta que ficou dois meses sem ir �s consultas, com receio de se contaminar. “N�o adiantou, peguei a COVID.”
Isso aconteceu uma semana ap�s receber a primeira dose da vacina da AstraZeneca, em 11 de maio.
“Como j� tinha tomado a primeira dose da vacina, acho que a doen�a n�o foi t�o grave por causa disso. A doen�a vem mais fraca. Se n�o tivesse tomado, talvez n�o tivesse resistido.”
Sintomas leves e medo
Segundo ele, os sintomas foram leves. “N�o tive dor no corpo, nem febre, o paladar permaneceu, apenas os pulm�es foram afetados.”
Maria Erlane Sebastiana, de 52 anos, � mulher de El�sio e conta que ficou apreensiva quando descobriu que o marido estava com COVID-19.
“Tive muito medo. Ele come�ou a tossir, e a tosse acontecia mais � noite. N�o caiu a ficha que poderia ser COVID, sinceramente”, conta.
S� quando eles procuraram atendimento no hospital, e os m�dicos levantaram a suspeita da doen�a, pelos sintomas, que ela percebeu que poderia ser coronav�rus.
“At� ent�o, eu n�o achava que era COVID porque os sintomas eram leves. Como ele tomou a vacina eu achei que n�o poderia ser COVID.”
Vacina evita evolu��o para formas graves
O paciente precisou ser internado para monitoramento do estado de sa�de, mas n�o precisou ser intubado.
A m�dica infectologista do Hospital da Baleia, Priscila Reis, explica que a vacina evita a evolu��o da doen�a para formas mais graves.
“A vacina � muito importante, pois evita �bitos, hospitaliza��es e evolu��o para formas graves. � muito importante que as pessoas sigam o esquema vacinal completo, com as duas doses, respeitando o intervalo de cada tipo de vacina.”
E completa: “Quando chegar a sua hora para se vacinar, se vacine. Tome as duas doses corretamente, principalmente aqueles pacientes que t�m comorbidades e que j� t�m fatores de risco para complica��es da COVID. Para esse grupo, a vacina��o � indispens�vel.”
A infectologista lembra tamb�m que, mesmo ap�s a vacina��o, as pessoas podem contrair a doen�a, como no caso de El�sio.
“� muito importante frisar que a vacina da COVID-19 n�o � esterilizante, ou seja, ela n�o impede que voc� pegue a doen�a. Caso pegue a doen�a, voc� vai ter uma evolu��o mais branda, com sintomas mais leves, diminuindo a necessidade de interna��o, de intuba��o e de evolu��o para formas graves”, destaca.
O m�dico nefrologista Guilherme Gontijo explica que v�rios pacientes que fazem hemodi�lise j� foram imunizados.
“A vacina��o � fundamental para tentar controlar a forma grave da doen�a. A maioria dos nossos pacientes idosos, no caso da di�lise, j� foram vacinados. Os outros tamb�m tomaram, pelo menos, a primeira dose, por terem comorbidades.”
Segundo o nefrologista, � recomendado que, mesmo ap�s serem vacinados, os pacientes continuem mantendo os cuidados. “Tentar manter o distanciamento, o uso de m�scara, porque a pessoa pode ter o v�rus e se manter assintom�tica, mas transmitindo para os outros.”
Import�ncia da vacina
Para El�sio, tomar a vacina foi importante porque ajudou a amenizar a doen�a. No entanto, ele conta que muitos amigos n�o querem se vacinar ou tomam a primeira dose e n�o voltam para tomar a segunda.
“Sempre falo com eles que a vacina est� a� para curar e n�o para matar. Ent�o, n�o precisa ter medo. Pode vacinar, levar seus pais, seus av�s, e n�o esquecer da segunda dose. Tem muita gente esquecendo e n�o pode, porque a imuniza��o s� ser� total depois da segunda dose.”
Segundo ele, mesmo ap�s se imunizar, os cuidados permanecem. “L� em casa a gente toma muitos cuidados, quando vai na rua, no supermercado. Tem �lcool para todo lado. Mas a gente tem que passar pelo que passou e pronto. Acabei pegando essa COVID-19 n�o sei de onde.”
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina