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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Voluntariado: a palavra convence, o exemplo arrasta

Escola e fam�lia s�o respons�veis em despertar o papel volunt�rio nas crian�as e adolescentes


22/08/2021 04:00 - atualizado 21/08/2021 21:22

(foto: Gerd Altmann/Pixabay)
(foto: Gerd Altmann/Pixabay)

O dia a dia atribulado, cheio de tarefas, o trabalho, a aten��o com a fam�lia nunca impediram Fabiano Melo de contribuir socialmente. J� n�o � um menino, mas do alto de seus 50 anos inspira crian�as e adultos a se doarem.

Administrador, especialista em gest�o em responsabilidade social, com certifica��o internacional em gest�o de projetos sociais, ambientais e humanit�rios, m�sico saxofonista e clarinetista, destaca que se tornou um volunt�rio a partir do exemplo de pessoas engajadas em contribuir para a melhoria da qualidade de vida do outro.

“Sou volunt�rio h� mais de 20 anos. Sempre gostei de cooperar com as pessoas e de estar em campo. Atuei em atividades assistenciais, contei hist�rias para crian�as em interna��o hospitalar e h� 10 anos atuo pelo D� R� Mi F� Sol–idariedade, projeto de voluntariado com o objetivo de compartilhar alegria e bem-estar em hospitais e lar para idosos por meio da m�sica. Desenvolvi esse projeto a partir do incentivo de Cl�udia Melo, � �poca coordenadora da Rede de Amigos do Hospital da Baleia. At� ent�o, eu contava hist�rias para as crian�as em interna��o”, conta Fabiano.

(foto: Arquivo Pessoal )
(foto: Arquivo Pessoal )
 

O D� R� Mi F� Sol-idariedade � um projeto de voluntariado que tem o objetivo de compartilhar alegria e bem-estar em hospitais e lar para idosos por meio da m�sica. A m�sica � sens�vel, humanizadora, inclusiva. S�o muitos os benef�cios.

Fabiano Melo, administrador e m�sico volunt�rio

 

Para Fabiano, a m�sica � sens�vel, humanizadora, inclusiva: “S�o muitos os benef�cios. Ao planejarmos as a��es, optamos por locais que t�m uma pol�tica interna de voluntariado, que proporcionar� seguran�a e ampliar� os benef�cios a todos. E � importante apoiarmos as organiza��es na elabora��o e implanta��o de uma pol�tica interna de voluntariado.” Ele conta que o voluntariado proporciona aprendizado cont�nuo, a enxergar muito al�m de si.

“Costumo dizer que � um estado de melhoria cont�nua. Por meio do voluntariado, desenvolvo minhas habilidades para o trabalho em equipe, para gest�o do tempo e das minhas prioridades, vis�o sist�mica e para o relacionamento interpessoal. Compreendi que a coopera��o � muito mais do que um apoio, � uma potencialidade. Que nos momentos desafiadores, os valores pessoais e a for�a do prop�sito formam uma energia impulsionadora para avan�armos com a miss�o.”



O voluntariado configura-se como uma presta��o de servi�o desinteressada em favor de algu�m ou de uma causa. Implica doa��o, seja de tempo ou de recursos, a fim de ajudar um indiv�duo ou uma comunidade. E, com certeza, pode ser aprendido. Mas exige disposi��o para o encontro com o outro e muito despojamento.

“Pessoas, a princ�pio ego�stas, aprendem a dividir e a ver que podem ser felizes com a felicidade que geram no outro. Aprendem que bens materiais n�o representam muito se comparada a dimens�o, n�o material envolvida”, destaca a psic�loga Ana Regina de Carvalho, especializada em educa��o inclusiva, que atua como gerente de Desenvolvimento de Institui��es no Centro de Atendimento e Inclus�o Social (Cais), com foco em a��es de inclus�o de pessoas com defici�ncia intelectual e autismo.

Ana Regina revela que, no seu caso, a predisposi��o para ajudar � uma das suas caracter�sticas pessoais. “Na verdade, a injusti�a sempre me incomodou e foi no voluntariado que encontrei uma forma de dar vaz�o a esse sentimento. Mas ainda fa�o muito pouco e sei que posso contribuir mais. J� atuei em grupo de jovens, grupo de escotismo e atualmente participo de uma associa��o de car�ter religioso que tem diversas a��es comunit�rias.”

Para a especialista em educa��o inclusiva, � papel tanto da escola, do educador quanto da fam�lia, pais ou respons�vel ensinar �s crian�as e adolescentes o valor de se tornar um volunt�rio: “S�o respons�veis numa estreita converg�ncia dos ideais humanit�rios. Como apregoa a Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional (LDBEN) – Lei 9.394/96, a educa��o � um processo cont�nuo que abrange toda forma��o oferecida na vida familiar, na conviv�ncia humana, nas institui��es e nos movimentos sociais, sendo dever da fam�lia e do Estado e inspirada nos princ�pios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana.

Os quatro pilares da educa��o elaborados por Jacques Delors e defendidos pela Unesco s�o: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser, e aprender a conviver, sendo que este �ltimo tem o intuito de estabelecer entre todos que existe o pensar diferente e o respeito aos interesses da coletividade. Ent�o, n�o cabe � escola apenas ensinar os conte�dos escolares, mas promover todo o conhecimento a partir do paradigma do desenvolvimento humano”.

Ana Regina enfatiza que o voluntariado se configura uma pr�tica importante no processo educacional: “Constituir-se em um sujeito letrado � tamb�m olhar para fora e redimensionar-se a partir da coletividade.”

Mas como transmitir este ensinamento aos pequenos? “O voluntariado exige e se conforma na pr�tica de doa��o, dos seus pr�stimos ao outro, n�o h� como fazer apenas com bases te�ricas. Na verdade, � um exerc�cio que faz pensar, mas exige movimento. Crian�as aprendem melhor quando fazemos juntos com elas. Assim, dar oportunidade �s crian�as, mesmo, �quelas muito pequenas, de participarem do volunt�rio possibilita a chamada aprendizagem significativa, com experi�ncias ricas de intera��o social que elas n�o esquecer�o jamais”.

O voluntariado exige e se conforma na pr�tica de doa��o, dos seus pr�stimos ao outro, n�o h� como fazer apenas com bases te�ricas. � um exerc�cio que faz pensar, mas exige movimento. Crian�as aprendem melhor quando fazemos juntos com elas. Assim, dar oportunidade �s crian�as, mesmo, �quelas muito pequenas, de participarem do volunt�rio possibilita a chamada aprendizagem significativa, com experi�ncias ricas de intera��o social que elas n�o esquecer�o jamais

Ana Regina de Carvalho, psic�loga especializada em educa��o inclusiva, que atua no Cais



Para Ana Regina, os pais tamb�m podem ensinar: “Aqui vale aquela m�xima: a palavra convence, o exemplo arrasta. Quando os pais s�o praticantes do voluntariado, o exerc�cio da doa��o � natural na crian�a. Com o exemplo dos pais, ela vai aprendendo o quanto � importante servir ao outro e o que significa isso para sua vida.”

RETORNO DE ENERGIA 


Ana Regina afirma que a humanidade est� cada vez mais solid�ria e evolu�da. Se antes as pessoas come�avam com o trabalho volunt�rio quando j� “liberadas” das responsabilidades trabalhistas, aposentadas, muitas t�m encontrado tempo para se doar. A psic�loga, ali�s, destaca a import�ncia do voluntariado para a sa�de mental.



Ela cita que estudos cient�ficos j� comprovaram que pessoas gratas s�o mais felizes, sofrem menos estresse di�rios e por conseguinte sofrem menos doen�as. A gratid�o adv�m da generosidade e alimenta um ciclo virtuoso e saud�vel no relacionamento social.

“Acredito que estamos imersos em uma energia vital e tudo que fazemos aos outros retorna para n�s mesmos, energeticamente. Ent�o, tudo que geramos retorna por quest�o de proximidade. Muitos falam que, ao ajudar, recebem muito mais... Certamente, porque a gratid�o das pessoas mobiliza o que h� de melhor nelas e isso volta para voc�. Um sorriso, um abra�o e a satisfa��o das pessoas n�o t�m pre�o”, afirma.


VOLUNTARIADO ON-LINE, CONHECE?


O voluntariado on-line permite que organiza��es e volunt�rios se associem para enfrentar conjuntamente os desafios para alcan�ar o desenvolvimento sustent�vel, em qualquer lugar do mundo, por meio de qualquer dispositivo eletr�nico. Voluntariado on-line � r�pido, f�cil e, acima de tudo, eficaz. E n�o � uma novidade.

O programa de trabalho volunt�rio da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) h� anos incentiva que as pessoas contribuam de forma remota. E como participar? De que forma ajudar? As possibilidades s�o in�meras. H� pessoas que se conectam com idosos para socializar e acompanh�-los durante a pandemia e o isolamento, outros oferecem aulas ou acompanhamento escolar para crian�as.

Tem grupos que se mobilizam para arrecadar de cestas b�sicas, a roupas, cobertores e equipamentos eletr�nicos que podem ser doados, e todo tipo de arrecada��o on-line. Basta encontrar o projeto que lhe agrada e participar.

Aqui, sugest�o de dois caminhos. 
O programa on-line da ONU, onde encontrar� detalhadas todas as fun��es e �reas necess�rias para contribui��o. Outra op��o � a entidade M�dicos Sem Fronteiras, que tem trabalho virtual.



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