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Estado de Minas SA�DE

H�bitos saud�veis: o cora��o agradece

Setembro Vermelho, dedicado � sa�de cardiovascular lembra a import�ncia de fazer exames de rotina, atividades f�sicas, manter boa alimenta��o e evitar tabagismo


05/09/2021 04:00 - atualizado 12/10/2021 10:39

Alimentação saudável
Em 29 de setembro � celebrado o Dia Mundial do Cora��o, data para chamar a aten��o para a import�ncia de manter h�bitos saud�veis para garantir o bom funcionamento do �rg�o (foto: silviarita/Pixabay)
Em 29 de setembro, � celebrado o Dia Mundial do Cora��o, uma data estabelecida para chamar a aten��o para a import�ncia de manter h�bitos saud�veis para garantir o bom funcionamento do �rg�o, um dos principais do corpo humano. Durante todo o m�s, chamado Setembro Vermelho, profissionais da sa�de lembram sobre a preven��o das patologias que acometem o cora��o.

As doen�as cardiovasculares, relacionadas � circula��o e ao cora��o, s�o as causas centrais de morte no pa�s e no mundo. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estima que, ao final de 2021, quase 400 mil cidad�os brasileiros morrer�o por doen�as do cora��o e da circula��o.  S�o mais de 1.100 mortes por dia, cerca de 46 por hora, 1 morte a cada 1,5 minuto. S� neste ano, s�o mais de 267 mil mortes.
 
Segundo a SBC, tais doen�as acarretam o dobro de mortes que aquelas relacionadas a todos os tipos de c�ncer juntos, 2,3 vezes mais que todas as causas externas (acidentes e viol�ncia), 3 vezes mais que as doen�as respirat�rias e 6,5 vezes mais que todas as infec��es, incluindo a Aids.

Arritmias card�acas, AVC e insufici�ncia card�aca s�o algumas dessas patologias – esta �ltima atinge cerca de tr�s milh�es de brasileiros, e os portadores enfrentam repetidas interna��es. A doen�a arterial coron�ria e o infarto agudo do mioc�rdio (IAM) – o Minist�rio da Sa�de aponta que cerca de 300 mil indiv�duos sofrem anualmente de IAM, levando a �bito 30% desses casos –, respondem pelas causas de morte mais comuns.

"As duas condi��es est�o relacionadas com o processo de forma��o de placas de gordura na parede das art�rias (aterosclerose), o que gera obstru��o desses vasos e pode causar a redu��o do fluxo de sangue que chega ao m�sculo do cora��o", explica o cardiologista F�bio Loureiro. Apesar da gravidade e riscos das doen�as cardiovasculares, com o tratamento adequado � poss�vel levar uma vida normal.

Entre os fatores de risco para as doen�as do cora��o mais recorrentes est�o hipertens�o, diabetes, colesterol alto, tabagismo e obesidade. "O m�s de setembro � considerado o m�s de preven��o dessas doen�as. Entre as medidas gerais para evitar riscos est�o a pr�tica regular de atividade f�sica, adotar uma alimenta��o saud�vel e evitar o tabagismo. Manter a rotina de consultas m�dicas tamb�m � muito importante", ressalta F�bio Loureiro.

Aline Porfírio
Com hist�rico familiar de doen�as do cora��o, Aline Porf�rio, de 31 anos, faz acompanhamento m�dico preventivo desde crian�a (foto: Arquivo pessoal)
Desde crian�a, a jornalista Aline Porf�rio faz acompanhamento do cora��o, em intervalos entre um e dois anos. Hoje, aos 31, ela conta que a decis�o � por conta pr�pria. N�o se trata de orienta��o m�dica, mas um cuidado que ela mesma resolveu adotar, j� que tem hist�rico familiar de doen�as do cora��o. Aline n�o chegou a conhecer a av� materna, que morreu em 1971, aos 53 anos, em decorr�ncia de uma insufici�ncia card�aca que se agravou.

A m�e da jornalista acabou tamb�m desenvolvendo problemas vasculares. "Na �poca da minha av�, n�o tinha tantos recursos. Ela n�o teve um acompanhamento e nem tratamento adequado, e o SUS tamb�m n�o era t�o fortalecido", diz. O av� paterno faleceu devido a um infarto fulminante, aos 56 anos.

Aline n�o tem problemas cl�nicos relacionados ao cora��o e conta que faz o acompanhamento para preven��o. "Os jovens se importam pouco com o cora��o. N�o entendem a gravidade dos riscos que podem correr, mesmo quando se tem por volta dos 30 anos. Na verdade, j� existe comprova��o de que as pessoas mais velhas � que s�o mais resistentes ao infarto, por exemplo. O cora��o n�o d� sinais t�o claros de que algo vai mal", alerta.

DOEN�A CR�NICA 


A insufici�ncia card�aca � uma doen�a cr�nica que acontece quando o cora��o perde a for�a na contra��o e, com isso, n�o consegue bombear sangue em quantidade adequada para o corpo. "Hipertens�o arterial, diabetes, doen�a coronariana, cardiopatias e valvulopatias s�o as principais causas de insufici�ncia card�aca", diz a cardiologista Lidia Zytynski Moura.

Como � uma condi��o que atinge pessoas de todas as idades, embora ocorra mais frequentemente a partir dos 50 anos, alguns dos sintomas podem passar despercebidos.

"� comum o paciente sentir falta de ar, cansa�o e dificuldades ao se exercitar, e atribuir esses sintomas ao envelhecimento. Todos esses sinais podem ser ind�cios da insufici�ncia card�aca, que, com o passar do tempo, causa um ac�mulo progressivo de l�quido nos pulm�es, provocando problemas respirat�rios, como falta de ar ao fazer esfor�o e ao se deitar, e outros sintomas como cansa�o e incha�o nas pernas", alerta a especialista.

A cardiologista Sueli Vieira Santos
A cardiologista Sueli Vieira Santos (foto: Arquivo Pessoal)
 

N�o sabemos o curso que a pandemia ter� no futuro, mas cuidar da sa�de do cora��o neste momento � mais importante do que nunca

Sueli Vieira Santos, cardiologista da Rede de Hospitais S�o Camilo, de S�o Paulo

 
A m�dica salienta que algumas limita��es nos afazeres di�rios podem ser indicativos do problema – o corpo come�a a reclamar. "Se o paciente ou algu�m pr�ximo dele perceber que, ao longo do tempo, ele come�a a sentir dificuldades em desenvolver atividades cotidianas, como estender uma roupa, subir escada ou andar a p�, por exemplo, � bom marcar uma consulta o mais r�pido poss�vel, para ter certeza de que n�o estamos falando de um diagn�stico de insufici�ncia card�aca. E, se esse for o caso, iniciar um tratamento adequado", orienta.

Para entender se uma pessoa tem ou n�o a doen�a, o cardiologista faz uma avalia��o do hist�rico do paciente, outras enfermidades diagnosticadas, estilo de vida e, se necess�rio, exames de sangue e de imagem podem auxiliar no diagn�stico. Ap�s a confirma��o, continua Lidia, o paciente precisa iniciar um tratamento e segui-lo corretamente, sem quaisquer interrup��es. "N�o existe cura para a insufici�ncia card�aca, por�m, a ades�o ao tratamento vai ajudar esse paciente a manter a rotina", afirma.
  

PANDEMIA 


A pandemia elevou os riscos � sa�de geral da popula��o em diversos �mbitos. Seja pela falta de acompanhamento aos tratamentos para in�meras doen�as, seja pelas sequelas provocadas pela doen�a, a queda na realiza��o de exames de rotina impede que quadros graves sejam detectados precocemente.

O cen�rio provoca uma rea��o em cadeia, conforme explica a cardiologista da  Rede de Hospitais S�o Camilo de S�o Paulo , Sueli Vieira Santos. "N�o sabemos o curso que a pandemia ter� no futuro, mas cuidar da sa�de do cora��o neste momento � mais importante do que nunca."

Estudo promovido pela International Atomic Energy Agency (IAEA; em portugu�s, Ag�ncia Internacional de Energia At�mica), sobre o impacto da COVID-19 no diagn�stico de doen�as card�acas, calcula que mais de 700 mil exames de diagn�stico por imagem para aferi��o de doen�as cardiovasculares deixaram de ser realizados em todo o mundo entre mar�o e abril de 2020, redu��o de 42% em rela��o ao mesmo per�odo no ano anterior.

Antes da pandemia, a orienta��o para realiza��o dos exames cardiovasculares peri�dicos era, em geral, direcionada aos homens com mais de 45 anos ou mulheres ap�s in�cio da menopausa, al�m de pessoas com quadro de diabetes, obesidade, colesterol e triglic�rides altos, fumantes e pacientes com hist�rico familiar ou que j� fossem portadores de doen�as card�acas.

“Essa recomenda��o n�o mudou. No entanto, a falta de acompanhamento m�dico durante o longo per�odo de isolamento social, somada aos riscos de sequela da COVID-19 �queles que contra�ram a infec��o e ao aumento do sedentarismo, resulta em um cen�rio diferente, que nunca vivenciamos antes. Por isso, a aten��o agora � maior”, explicita a m�dica.

SA�DE � MESA 


Doenças do coração
Arritmias card�acas, AVC e insufici�ncia card�aca s�o algumas das patologias que afetam o cora��o (foto: InspiredImages/Pixabay )


A escolha por alimentos mais nutritivos pode fornecer uma carga extra de energia � sa�de card�aca. Segundo a Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas/OMS), a maioria das doen�as cardiovasculares pode ser prevenida com a inser��o de uma dieta equilibrada e a pr�tica de atividades f�sicas. A escolha por um card�pio mais balanceado faz a diferen�a para o cora��o e para o organismo como um todo.

Pratos coloridos oferecem prote�nas e nutrientes que podem auxiliar na preven��o das doen�as cardiovasculares, ensina a nutricionista do Comit� Umami, Mariana Rosa. “� poss�vel elaborarmos um prato saud�vel e ao mesmo tempo saboroso. Basta conhecer os alimentos e explorar diferentes combina��es. Alimentos como tomate, cenoura, shiitake, milho, aspargo, peixes e frutos do mar, por exemplo, s�o excelentes op��es para inserir na lista de amigos do cora��o”, diz.

CINCO MITOS E VERDADES SOBRE A SA�DE DO CORA��O
  1. Somente obesos t�m problemas no cora��o. Mito . Indiv�duos com peso normal, mas portadores de doen�as metab�licas, a exemplo de diabetes e colesterol alto, tamb�m t�m risco aumentado para o desenvolvimento de doen�as cardiovasculares.
  2. Tomar uma ta�a de vinho por dia protege o cora��o. Depende. Algumas condi��es metab�licas podem ser agravadas com o consumo de �lcool, o que pode piorar as doen�as card�acas. Mas estudos cient�ficos apontam para “alguma prote��o card�aca”, com o consumo moderado de vinho. A bebida cont�m subst�ncias flavonoides, que podem ter efeito protetor.
  3. C�ncer de mama mata mais mulheres do que doen�as do cora��o. Mito. Pesquisas apontam que doen�as cardiovasculares ainda matam mais mulheres do que c�ncer de mama. De acordo com dados recentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, no Brasil, 54% das mulheres morrem por doen�as do cora��o, como o infarto, enquanto o c�ncer de mama � a causa de morte de 14%.
  4. A ingest�o de alimentos ricos em gordura e colesterol est� associada ao aumento do colesterol ruim no sangue. Mito. Estudos cient�ficos recentes mostram que, em um cen�rio onde n�o h� alta ingest�o de gorduras “ruins”, a ingest�o de alimentos ricos em colesterol em si (por exemplo, ovos cozidos) n�o aumenta o colesterol ruim. Entretanto, o consumo de gordura saturada em excesso e gordura trans pode, sim, elevar os n�veis de colesterol ruim no sangue.
  5. O inverno est� relacionado com maior n�mero de infartos. Verdade. Principalmente em pacientes com doen�a arterial coron�ria, pois o frio � um fator de instabiliza��o das placas de gordura. Em ambientes com temperatura mais baixa, podem haver espasmos das art�rias do cora��o e a press�o arterial tende a aumentar, levando ao maior risco de infartos.
Fonte: F�bio Loureiro, cardiologista



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