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Estado de Minas VILA OU AMIGA DA MULHER?

Reposi��o hormonal na menopausa deve ser individualizada

Abordagem m�dica precisa considerar a necessidade, o hist�rico familiar, anamnese e contraindica��es


12/09/2021 04:00 - atualizado 12/09/2021 08:47

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(foto: Lloyd-Roberts/Divulga��o )
Menopausa, horm�nios, reposi��o hormonal... esses s�o termos comuns na vida de mulheres a partir dos 40 anos, e tamb�m capazes de causar medo e preocupa��o. Afinal, a partir dessa idade, uma s�rie de d�vidas surgem a respeito de fertilidade, menstrua��o e sa�de �ntima. Que a menopausa � a �ltima menstrua��o da mulher quase todo mundo sabe, mas o que os horm�nios t�m a ver com isso e quando a reposi��o hormonal se torna aliada da mulher? Ali�s, ela � mesmo uma aliada ou uma vil� da sa�de feminina?

Segundo o ginecologista Walter Pace, � importante, antes de mais nada, entender melhor sobre essa marca na vida da mulher – a �ltima vez em que ovula e menstrua – para s� depois entender o papel dos horm�nios e a necessidade de reposi��o. Isso porque eles est�o intimamente ligados. “A menopausa, de fato, � uma data. � a data da �ltima menstrua��o. Ela normalmente se confunde com o per�odo pr� e ap�s, que chamamos de climat�rio. Como fen�meno biol�gico, � importante que se entenda que a menopausa � a fal�ncia do ov�rio”, explica.
 
“� exatamente esse o nome que damos em medicina para a �ltima data. E � extremamente importante que se entenda que horm�nio n�o faz mal a ningu�m, o que faz mal em horm�nio � a car�ncia ou o excesso. Um exemplo: uma pessoa, quando tem muita insulina no corpo, ela vai ter hipoglicemia, e se ela tiver pouca, ela ter� diabetes. Nas duas situa��es, n�s vamos ter que tratar. Outro exemplo � a tireoide. E assim funciona com todos os horm�nios produzidos pelas v�rias gl�ndulas que temos pelo corpo. Ent�o, horm�nios, em resumo, n�o fazem mal. O que faz mal, de fato, � o excesso ou a car�ncia”, afirma.

No caso da menopausa, h� redu��o dos horm�nios reprodutivos. Ou seja, quando h� fal�ncia do ov�rio, estabelece-se uma car�ncia dos horm�nios femininos que, claro, desempenham pap�is importantes na qualidade de vida das mulheres. E, segundo M�rcia Mendon�a Carneiro, ginecologista do Grupo Oncocl�nicas, as modifica��es que levam � menopausa podem come�ar at� oito anos antes e se manifestar por irregularidade menstrual.

Entre os sintomas est�o ondas de calor, altera��es do sono e humor, ressecamento vaginal, al�m do aumento do risco de doen�as cardiovasculares e osteoporose. Ainda, irritabilidade, indisposi��o, piora na qualidade da pele e do cabelo, diminui��o da libido e mem�ria e dificuldade de ganhar massa s�o outros sinais da menopausa. E eles t�m rela��o importante com a depress�o. “Muitas vezes, a queda dos horm�nios leva a situa��es que se confundem com quadros de ansiedade, depress�o e que levam ao uso de antidepressivos, ansiol�ticos, medicamentos para dormir, que muitas vezes n�o t�m a ver com um desequil�brio do ponto de vista psicol�gico.” � o que explica Walter Pace.

De acordo com a especialista do Grupo Oncocl�nicas, por essas raz�es, esse processo fisiol�gico � temido por algumas e cercado de mitos. “Soma-se a isso a quest�o cultural na qual parte da sociedade tem dificuldade em aceitar que o tempo tamb�m passa para as mulheres e que o importante � envelhecer bem e com sa�de. Uma das cren�as relacionadas a esse per�odo de transi��o � o ga- nho de peso. As mudan�as hormonais mudam a forma de deposi��o da gordura, mas associada a maus h�bitos alimentares e ao sedentarismo � que ir�o resultar no aumento de peso”, esclarece.
 
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(foto: Via Comunica��o/Divulga��o )
 

Muitas vezes, a queda dos horm�nios leva a situa��es que se confundem com quadros de ansiedade, depress�o e que levam ao uso de antidepressivos,  medicamentos para dormir, que muitas vezes n�o t�m a ver com um desequil�brio do ponto de vista psicol�gico”


Walter Pace,  ginecologista

DOSAGEM DE HORM�NIOS 

Em caso de sintomas, Walter Pace afirma ser muito importante que a paciente procure um m�dico, porque hist�rico e anamnese devem ser benfeitos, assim como exames laboratoriais, para dosar horm�nios. A partir do momento em que for identificada a car�ncia de horm�nios, deve ser feita a reposi��o, o que mudou muito nos �ltimos anos.

“Hoje, temos formas de repor muito mais ‘naturais’ e seguras do que se fazia no passado. � importante que seja feito um acompanhamento pelo especialista, aquele que de fato conhece sobre os horm�nios, sobre as caracter�sticas desses horm�nios, das vias e da maneira mais prop�cia.”

“Tamb�m, cada dia mais, � importante individualizar essas mulheres, porque as mulheres de fato s�o diferentes. A reposi��o hormonal, assim como o atendimento, deve ser o mais individualizada poss�vel em uma abordagem m�dica com boa coleta de informa��es, boa anamnese e boa avalia��o f�sica. E a partir do momento em que se identifica essas caracter�sticas de cada mulher, voc� vai repor. Hoje, essa reposi��o � feita com o principal horm�nio, que � o estrog�nio, e temos como repor horm�nios de forma id�ntica aos que produzimos.”

Ele explica, inclusive, que h� a tend�ncia de repor a testosterona, que apesar de ser horm�nio masculino, o ov�rio tamb�m � o seu principal produtor. “Quando h� fal�ncia, tamb�m tem o seu decr�scimo, e a sua reposi��o em par�metros femininos tem ga- nhos. Essas reposi��es devem ser feitas, preferencialmente, pela via perif�rica, porque reduz os efeitos colaterais, j� que qualquer horm�nio, quando usado oralmente, promove efeito de coagula��o, que aumenta o risco de acidentes vasculares e efeitos indesejados.”

SINTOMAS 

Nesse cen�rio, a reposi��o hormonal � importante para restabelecer a qualidade de vida da mulher, haja vista a redu��o dos sintomas. “A reposi��o, de maneira geral, ser� sempre necess�ria em pessoas que tiverem sintomas correlacionados. Todas as vezes que a mulher manifestar qualquer tipo de sintoma, passa a ser necess�rio. Existem situa��es, no entanto, em que ela � mais necess�ria, por exemplo, pacientes com osteoporose, eles se beneficiam muito dessa terapia de reposi��o hormonal.”

A terapia deve ser iniciada assim que os sintomas s�o manifestados. “E embora a literatura diga que ela deve ser feita por 10 anos, � preciso entender que depois desse tempo o ov�rio n�o volta a funcionar e estar� presente a car�ncia. Ent�o, como a via perif�rica devolve apenas o que o corpo deixou de produzir, e n�o h� contraindica��o ao longo do tempo, n�o tem por que interromp�-la, ela pode ser feita pelo tempo que for necess�rio. Agora, a terapia tradicional deve ser limitada”, explica Walter Pace.

Por�m, ele pondera a exist�ncia de algumas contraindica��es, principalmente quando o m�todo de reposi��o hormonal adotado � o oral. “Quando usamos a boca e h� a passagem pelo f�gado, podemos alterar o fator de coa- gula��o. E isso pode levar a determinados acidentes vasculares. Ent�o, utilizando a via oral, com a passagem pelo f�gado, todo e qualquer passado de doen�as tromboemb�licas e de acidentes vasculares deve ser contraindicado por essa via.”

“Quando temos o emprego da progesterona nessa reposi��o, temos que tomar muito cuidado com os fatores de risco para c�ncer de mama e todas e quaisquer doen�as que envolvam a passagem desse horm�nio pelo f�gado. Quando utilizamos a via perif�rica, em que n�o h� passagem pelo f�gado, a maioria das contraindica��es s�o bem menores. Acredito que a principal contraindica��o quando utilizamos horm�nios id�nticos, empregando a via perif�rica, que � por transplante, gel ou via transd�rmica, fica limitada � hist�ria de c�ncer anterior naquela pessoa.”

Palavra de especialista

Cl�cio Lucena - mastologista, cirurgi�o das mamas e professor do Departamento de Ginecologia e Obstetr�cia da Faculdade de Medicina da UFMG

Indica��o requer cautela

“A reposi��o hormonal � uma terapia destinada a minimizar os efeitos da redu��o hormonal causada pelo processo do climat�rio e da menopausa. Seu uso pode aliviar os sintomas desses processos naturais. No entanto, h� efeitos indesejados importantes, especialmente para as mulheres que j� passaram pelo tratamento do c�ncer de mama. Uma das contraindica��es formais da TH � naquelas pacientes que j� passaram pelo tratamento desse tipo de c�ncer. Al�m disso, o uso prolongado dessas medica��es implica aumento do risco do c�ncer de mama e devem ser sempre considerados riscos e benef�cios no contexto do risco individual de cada paciente. Por isso, a indica��o desse tipo de terapia deve ser feita com muita cautela e sempre por um profissional capacitado. Importante destacar que para iniciar essa terapia � preciso analisar sempre as suas reais indica��es, bem como fazer uma boa investiga��o da hist�ria pessoal e a realiza��o de exames espec�ficos para descartar doen�as coexistentes e termos seguran�a na melhor prescri��o de cada mulher. Mulheres com casos de c�ncer de mama na fam�lia, em especial nos parentes de primeiro grau e em idade jovem, com perfil para serem portadoras de predisposi��o heredit�ria, necessitam de um julgamento mais criterioso antes de iniciarmos a terapia hormonal com seguran�a.”
 
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram
 


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