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Estado de Minas Sa�de

Telemedicina e desenvolvimento mais r�pido de vacinas tendem a permanecer

Esta � apenas uma pequena amostra dos impactos da tecnologia nos diferentes elos da cadeia de presta��o de servi�os de sa�de


30/10/2021 14:15 - atualizado 30/10/2021 14:30

Em primeiro plano, várias doses de vacina
Maioria da popula��o confia na efetividade das vacinas (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Aulas remotas; cadastros em v�rios sites de e-commerce; lives de shows e palestras. Com a chegada da pandemia, tudo ficou digital - inclusive o acesso � sa�de. A diferen�a � que estudar, comprar e se divertir online j� era permitido. No caso da medicina, entretanto, a teleconsulta era algo autorizado apenas em algumas situa��es. Isso mudou em mar�o de 2020, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) ampliou suas possibilidades de uso.

A medida, atualmente tida como excepcional, deve se tornar definitiva. E � apenas uma pequena amostra dos impactos da tecnologia nos diferentes elos da cadeia de presta��o de servi�os de sa�de. Hoje, ela direciona o desenvolvimento de medicamentos personalizados; permite pesquisas gen�ticas que, antes, n�o seriam poss�veis; e sinaliza para um futuro com uso crescente de cirurgias rob�ticas.

Quanto �s teleconsultas, a regulamenta��o deve ser um percurso natural. Entretanto, alguns pontos de aten��o s�o colocados no que se refere � forma��o dos m�dicos - para o uso adequado das ferramentas e a qualidade da consulta - e �s garantias de privacidade de dados e de seguran�a da informa��o pelas plataformas.

Esse instrumental tecnol�gico progride constantemente. Ricardo Salem, diretor de Sa�de da Care Plus, conta que j� � poss�vel at� mesmo o exame f�sico em uma teleconsulta. "O paciente coloca o estetosc�pio digital sobre o local adequado e o m�dico pode auscultar o cora��o e o pulm�o. Existe tamb�m uma manta com que voc� cobre o paciente e, a quil�metros de dist�ncia, o m�dico pode fazer a compress�o dessa manta e o paciente vai sentir (o toque)."

Isso tudo n�o significa, por�m, abrir m�o das consultas presenciais. O cen�rio indica um modelo h�brido. Se, no atendimento olho no olho, h� mais possibilidade de cria��o de v�nculos, o retorno para visualizar resultados de exames pode ser feito remotamente.

Cirurgia rob�tica exige treinamento e capacita��o

Os bons resultados de um procedimento m�dico mediado pela tecnologia s�o evidentes nas cirurgias rob�ticas, interven��o que exige o que a maior parte das t�cnicas n�o estabelece: a obriga��o de treinamento e capacita��o. "A rob�tica trouxe a import�ncia da certifica��o. Existe um ditado sobre a cirurgia aberta (a convencional), de que a primeira voc� v�, a segunda voc� faz, e a terceira voc� ensina", brinca o urologista Carlo Passerotti, coordenador do Centro Especializado de Cirurgia Rob�tica do Hospital Alem�o Oswaldo Cruz. "Isso n�o acontece na rob�tica. � um avan�o na regulamenta��o."

A cirurgia de pr�stata � o exemplo mais comum de uso da rob�tica. Passerotti explica que a chance de cura � a mesma em rela��o � cirurgia convencional, mas que as vantagens est�o no p�s-operat�rio. A dor � menor; sangra um ter�o menos do que com a t�cnica tradicional; a sonda � usada por menos tempo; e a alta m�dica costuma ocorrer no primeiro ou segundo dia (contra os tr�s ou quatro dias habituais de hospitaliza��o).

O desafio est� em aumentar o acesso a esse procedimento, principalmente nos servi�os p�blicos, e em sua execu��o a dist�ncia. "Hoje, com o avan�o do 5G, n�s acreditamos que podemos desenvolver tecnologia para levar essas plataformas a lugares onde cirurgi�es e pacientes n�o conseguem ter esse tipo de cuidado", afirma Nam Jin Kim, gerente m�dico do Programa de Cirurgia e Cirurgia Rob�tica do Hospital Israelita Albert Einstein.

Avan�os da tecnologia auxiliam cientistas

No contexto de pandemia, os avan�os tecnol�gicos tamb�m t�m ajudado os pesquisadores a trazer respostas para perguntas intrigantes. Por que, em alguns casais, um deles contrai covid e o outro, mesmo com contato pr�ximo, n�o � infectado? Ou um questionamento ainda mais inusitado: por que alguns centen�rios, entre eles uma senhora de 114 anos, manifestam apenas sintomas leves da doen�a?

"Hoje, com as novas tecnologias, a gente consegue, no laborat�rio, a partir do sangue, fazer linhagens celulares desses centen�rios para estudar, primeiro, como s�o as c�lulas dessas pessoas que conseguem resistir ao v�rus. Depois, vamos infectar essas linhagens com o SARS-CoV 2 para ver como � que resistiram. Ser� que o v�rus n�o penetra nas c�lulas ou ele penetra e o sistema imune consegue responder rapidamente?", conta Mayana Zatz, professora titular de Gen�tica do Instituto de Bioci�ncias da USP. "Essas pessoas devem ter o que a gente chama de ‘genes de resist�ncia’, que aguentam qualquer desaforo, at� uma covid-19."

Maioria da popula��o confia na efetividade das vacinas

Sem esses "genes de resist�ncia", a imensa maioria dos humanos precisa que ci�ncia e tecnologia caminhem juntas e r�pido para que se alcance o ponto em que "a pandemia vire apenas uma endemia", como afirma o pneumologista Vin Gupta, professor do Instituto de M�tricas e Avalia��o de Sa�de e cientista s�nior da Amazon. "N�s n�o vamos erradicar a covid; � imposs�vel. Todo v�rus respirat�rio que � t�o contagioso quanto esse vai continuar infectando as pessoas. Assim como a gripe e o resfriado, vamos ter de conviver com a covid. Mas, se tivermos uma alta taxa de vacina��o, as pessoas n�o v�o precisar ser hospitalizadas, ter�o formas leves da doen�a."

Os dados da pesquisa O Futuro da Imuniza��o na Era P�s-pandemia - realizada pela Offerwise e cujos resultados foram apresentados no Summit Sa�de 2021 - mostram que a grande maioria da popula��o brasileira confia na ci�ncia e na efetividade das vacinas.

O levantamento, que ouviu 1.500 brasileiros com idades a partir de 16 anos das classes A, B e C, mostra que 97% da popula��o costuma se vacinar. Em rela��o �s vacinas contra covid, 88% confiam nos imunizantes, 6% n�o confiam e 5% confiam, mas t�m d�vidas. Entre os motivos para a desconfian�a na efic�cia est� o ritmo acelerado de produ��o das vacinas, que teriam tido pouco tempo de estudo.

De fato, as vacinas ficaram prontas em tempo recorde. E, assim como os avan�os na telemedicina e no uso da rob�tica, essa acelera��o na descoberta e no desenvolvimento de imunizantes veio para ficar. A opini�o � de M�rjori Dulcine, diretora m�dica da Pfizer - farmac�utica que levou oito meses para desenvolver a vacina contra covid-19. "Todas as etapas necess�rias para um programa de desenvolvimento cl�nico foram mantidas. O que aconteceu foi o desafio de fazer isso de forma acelerada e, por isso, algumas etapas foram realizadas de forma concomitante", explica M�rjori.

Reorganizar os processos, no entanto, n�o foi um desafio apenas das empresas farmac�uticas. "As ag�ncias regulat�rias do mundo todo tamb�m tiveram de se adaptar a esse momento e repensar os seus processos e os tempos, porque a humanidade exigiu. Isso tamb�m veio para ficar e faz parte desse processo de melhorar a jornada do paciente gra�as � tecnologia", diz ela.

Qual � o futuro das vacinas para COVID-19?

Atualmente, os estudos em andamento buscam mapear qual vacina daria o melhor refor�o de imunidade, n�o s� pelo aumento do n�mero de anticorpos, mas tamb�m pela dura��o do fator protetivo. "Alguns trabalhos pr�-cl�nicos mostram que uma vacina de vetor viral, seja ela qual for, com um booster (dose de refor�o) de uma vacina de prote�nas mostra resultados excelentes", afirma Sue Ann Costa Clemens, professora de Sa�de Global na Universidade de Oxford e coordenadora dos testes da Clover no Brasil. A Clover � uma vacina recombinante da prote�na S do SARS-CoV-2 que mostrou 100% de efic�cia contra casos graves e hospitaliza��o para qualquer cepa circulante do novo coronav�rus.


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