
O acidente vascular cerebral (AVC), tamb�m conhecido como derrame, pode acometer qualquer pessoa. Sendo a segunda maior causa de mortalidade no Brasil – cerca de 100 mil pessoas morrem anualmente no pa�s – e a principal causa de incapacidade no mundo, a doen�a pode deixar sequelas permanentes, incluindo paralisia parcial e defici�ncia na fala, compreens�o e mem�ria.
Um em cada quatro adultos no mundo com mais de 25 anos ter� um derrame, segundo a Organiza��o Mundial do AVC (World Strock Organization -WSO). Neste ano, a campanha do Dia Mundial de combate ao AVC, celebrada hoje, 29 de outubro, traz como bord�o “Minutos podem salvar vidas”, para refor�ar a import�ncia do r�pido atendimento diante dos primeiros sinais da doen�a.
“O AVC pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade. Ele ocorre quando vasos que levam sangue ao c�rebro entopem ou se rompem, impactando o funcionamento da �rea cerebral que teve a circula��o sangu�nea prejudicada”, explica o neurologista cooperado da Unimed-BH Paulo Pereira Christo.
O AVC isqu�mico representa 85% dos casos e ocorre quando h� obstru��o de uma art�ria devido a um trombo (trombose) ou a um �mbolo (embolia). J� o hemorr�gico � respons�vel por 15% dos casos, mas pode causar a morte com mais frequ�ncia, devido � hemorragia dentro do tecido cerebral ou na superf�cie entre o c�rebro e a meninge.
O tratamento do AVC, seja isqu�mico ou hemorr�gico, requer a ida ao hospital o mais r�pido poss�vel ao notar qualquer um dos sintomas, j� que ‘tempo � c�rebro’, pois a cada minuto sem atendimento, a pessoa que est� sofrendo um AVC perde cerca 1,9 milh�o de neur�nios, 14 bilh�es de sinapses e 12 km de fibras nervosas. Somente o m�dico pode realizar o diagn�stico correto e o tratamento adequado ao paciente.
O derrame pode ser resultado da doen�a carot�dea ateroscler�tica, ou estenose de car�tida. A estenose, estreitamento das art�rias, provoca a degrada��o das paredes arteriais. Esse estreitamento ou obstru��o das art�rias pode ser devido ao ac�mulo de gordura relacionada a quest�es heredit�rias, diabetes, obesidade, tabagismo, press�o alta, e ainda impede a passagem do sangue at� a regi�o intracraniana.
Para evitar um quadro de AVC � importante estar atento aos principais fatores de risco, que podem ser divididos em n�o modific�veis e trat�veis. Dentre os n�o modific�veis est� a idade, pois conforme ela aumenta, maior � a chance de ter um AVC. De acordo com a Sociedade Brasileira de Doen�as Cerebrovasculares, a preval�ncia aumenta ap�s os 55 anos de idade.
J� os trat�veis dizem respeito � preven��o e ao cuidado com a press�o alta, obesidade, sedentarismo, colesterol elevado, doen�as do cora��o como arritmias, diabetes, tabagismo e alcoolismo.
“� fundamental conhecer o hist�ricofamiliar. Se houver casos de colesterol alto, deve-se fazer um exame para saber o perfil lip�dico. Quanto mais cedo cuidar, menos ac�mulo de gordura ter�. Al�m disso, a aquisi��o de bons h�bitos de vida, como atividade f�sica regular, n�o fumar e uma alimenta��o balanceada, com pouco consumo de gordura de origem animal e farinha branca, s�o importantes, al�m de realizar o controle rigoroso da press�o arterial e do diabetes, se for o caso”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Dr. Bruno Naves.
O Brasil registra anualmente cerca de 400 mil novos casos de doen�as cardiovasculares e aproximadamente 101 mil mortes provocadas pelo AVC. Em 2019, o Sistema �nico de Sa�de (SUS) registrou mais de 223 mil interna��es por AVC e, no mesmo ano, a doen�a foi respons�vel por 1,52 milh�o de dias de interna��o nos hospitais p�blicos. Aproximadamente 70% dos pacientes ficam com sequelas e 50% se tornam dependentes, caso sobrevivam.
Como reconhecer um AVC
A Associa��o Nacional do AVC ( National Stroke Association ), dos Estados Unidos, desenvolveu uma maneira simples de identificar um acidente vascular cerebral, conhecida pela sigla F.A.S.T. (ou “r�pido”, em ingl�s). De acordo com o neurologista Paulo Christo, aqui no Brasil, o acr�nimo utilizado � o S.A.M.U.
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O “S” vem de “sorriso”: pe�a para a pessoa sorrir; caso um dos lados do rosto n�o se movimente ou fique torto, pode estar ocorrendo um AVC.
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O “A” representa o “abra�o”: abrace a pessoa e observe se ela consegue abra�ar de volta; fique atento caso ela n�o consiga levantar algum dos bra�os ou se eles “caem” durante o abra�o.
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O “M” vem de “mensagem” ou “m�sica” e representa altera��es na fala: pe�a � pessoa para cantar um trecho de uma m�sica ou pe�a para ela repetir uma frase qualquer; caso haja alguma dificuldade, ela pode estar em vias de um AVC.
- Por fim, o “U” significa “urg�ncia”: caso aconte�a um ou mais desses sinais acima, � fundamental que a pessoa procure atendimento m�dico o mais r�pido poss�vel.
Outros sinais do AVC podem ser: fraqueza em um dos lados do corpo; formigamento ou entorpecimento do rosto; forte dor de cabe�a; perda da vis�o; sensa��o de dorm�ncia pelo corpo; e alguma altera��o no caminhar ou na forma da pessoa andar.
* Estagi�ria sob supervis�o do subeditora Frederico Teixeira.