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Estado de Minas LONGEVIDADE

Como fazer uma poupan�a de sa�de

Envelhecer bem � fundamental. E a reserva deve come�ar a ser feita antes dos 50 anos com h�bitos saud�veis, controle do peso e atividade f�sica


02/01/2022 04:00 - atualizado 12/01/2022 14:46

Ciclismo
Acrescentar a pr�tica regular de exerc�cios f�sicos na rotina di�ria ajuda a ter uma vida mais saud�vel e a envelhecer com disposi��o (foto: Pixabay)
 
Nos �ltimos 50 anos, a expectativa de vida do brasileiro aumentou cerca de 20 anos. Agora imagine s� o quanto a ci�ncia avan�ou, principalmente na medicina e promo��o da sa�de, mas tamb�m em pol�ticas sociais, econ�micas e comportamentais. Pelo menos em pa�ses que se preparam para o envelhecimento de sua popula��o. E o Brasil est� num patamar intermedi�rio nesse campo. T�o importante quanto cobrar a��es governamentais para o apoio a uma nova gera��o de idosos, completamente diferente da de seus av�s, � entender seu papel individual e ajudar na conscientiza��o de vida saud�vel. Como?

“O que fazemos antes de envelhecer influencia, � a nossa poupan�a de sa�de”, adianta a m�dica Simone de Paula Pessoa Lima, geriatra do Sa�de no Lar. Para ela, t�o importante quanto o aspecto f�sico, j� trabalhado h� mais tempo e melhor compreendido pela popula��o, est�o o bem-estar mental e a busca por desenvolvimento social para que cada pessoa receba as condi��es b�sicas necess�rias para envelhecer da melhor maneira poss�vel, seja ela rica ou pobre, como e onde quiser viver.

Um estudo feito pela Escola M�dica da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, definiu cinco �reas que t�m grande impacto para a queda do risco de morte prematura: h�bitos saud�veis, pr�tica de atividades f�sicas, peso saud�vel, evitar o cigarro e consumir quantidade moderada de �lcool. Segundo os pesquisadores, quem adota estes h�bitos antes dos 50 pode acrescentar de 12 a 14 anos de vida para homens e mulheres, respectivamente.

“Essas pessoas fazem mais exerc�cios, t�m uma alimenta��o mais saud�vel durante toda a vida, uma vida mais saud�vel para envelhecer melhor. Elas chegam melhores fisicamente aos 60, 70 e 80 anos. Tenho pacientes no consult�rio que t�m 80 anos e viajavam pelo mundo, pr�-pandemia. Eles t�m uma independ�ncia f�sica e uma cogni��o preservada para aproveitar isso. O mundo precisa se adaptar a esses novos idosos”, comenta Simone, ressaltando a import�ncia de tamb�m se manter saud�vel psicologicamente.
 
Simone de Paula Pessoa Lima, geriatra do Saúde no Lar
Simone de Paula Pessoa Lima, m�dica titulada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e geriatra do Sa�de no Lar: "Tenho pacientes no consult�rio que t�m 80 anos e viajavam pelo mundo, pr�-pandemia. Eles t�m uma independ�ncia f�sica e uma cogni��o preservada para aproveitar isso. O mundo precisa se adaptar a esses novos idosos" (foto: Jordana Nesio/Divulga��o)
 

CONVIV�NCIA COM AMIGOS

Exemplo de envelhecer de maneira saud�vel, f�sica e psicologicamente falando, Francisco de Assis Ribeiro, de 82 anos, potencializa o argumento da m�dica. “O homem � um ser social e soci�vel e n�o pode viver sozinho. Quem vive sozinho passa a ter problemas mentais, emocionais e desequil�brios. A conviv�ncia com os amigos sempre foi muito importante pra mim durante toda a vida e isso serve para todo mundo. Convivi em aeroclube, com militares no quartel, pois j� fui militar, em orquestras, sempre tendo muitos colegas e amigos. Hoje toco em tr�s orquestras diferentes, vou ao clube e pratico esportes”, estima o aviador aposentado, segundo colocado na disputa do campeonato de squash no clube.

Dessa forma, � essencial a maneira como hoje os idosos valorizam sua liberdade, sexualidade, as rela��es de amizade, familiares, da autonomia e independ�ncia na terceira idade, ressignificando as dificuldades da vida e as vit�rias conquistadas durante a juventude e fase adulta. “� importante falar da independ�ncia e da sa�de f�sica e mental, sempre pareando as duas coisas. Quando uma n�o est� legal, n�o adianta ter a outra. N�s temos que ter consci�ncia de que podemos mudar, mesmo com 60, 70 ou 80 anos. Nossa capacidade de mudar � eterna e isso nos torna jovens”, lembra a m�dica.

“Embora seja aposentado da minha profiss�o, procuro me manter ativo, trabalhando tanto a minha mente, quanto fisicamente e isso ajuda a parte emocional. � assim que vou vivendo, com amor dos filhos, dos netos, que s�o pessoas que eu amo muito e sei que tamb�m t�m muito amor por mim. Agrade�o muito por isso”, diz Francisco.

Prestes a entrarmos no terceiro ano com restri��es adotadas por causa da pandemia de COVID-19, � consider�vel o impacto negativo que o distanciamento social, os impedimentos de deslocamento nacional e internacional e tantas outras mudan�as tiveram na vida dos idosos. “� muito importante cuidar da parte mental e ter sa�de mental e que foi muito prejudicada e abalada durante a pandemia. V�rias fam�lias me procuraram dizendo que o pai ou a m�e piorou. �s vezes, j� tinha um d�ficit cognitivo e piorou, ou n�o tinha e fazia de tudo e passou a n�o fazer. Por causa das limita��es impostas”, revela Simone.

“Esse per�odo de distanciamento foi um per�odo diferente para todo mundo. Tivemos de nos readaptar e nos acostumar �s medidas de preven��o e higieniza��o para evitar a propaga��o do v�rus, uso do �lcool, o h�bito de lavar as m�os e usar m�scara. Como ficava dif�cil manter o contato com outras pessoas, tentei continuar ativo de alguma forma, indo � padaria, supermercado, fazendo caminhadas”, detalha o aposentado.

AUTOESTIMA

Por outro lado, a pandemia pode ter ajudado a dar mais visibilidade a certas demandas que h� tempos os idosos tinham, como manter boa autoestima, seja aceitando mudan�as em aspectos f�sicos ou sendo melhor entendidos como consumidores. “� um processo, como a quest�o do cabelo branco. A pandemia valorizou a pessoa que n�o vai no cabeleireiro pintar o cabelo, v�rios artistas assumiram os cabelos brancos. Isso � um processo de adapta��o”, cita Simone, apontando outras quest�es pr�ticas.

“As roupas, voc� v� no mercado roupas para idosos, aquela cheia de bordadinho, da senhorinha, ou de jovens. O mercado precisa se adaptar a uma nova idade, que n�o � jovem e n�o vai usar roupas de jovens, mas tamb�m n�o vai usar a chamada antigamente de roupa de vov�. Isso eles costumam reclamar muito. Dizem ‘eu n�o me vejo, eu n�o quero esse tipo de roupa e nem a outra, cad� a minha? Quem est� me representando?’, explica. “Teve um desfile em Paris h� algum tempo e a marca usou s� modelos de mais idade, j� pensando nisso, foi superlegal”, complementa a m�dica.

Simone ressalta ainda que, aliado � sa�de p�blica, � dever do governo preparar o pa�s estrutural, social e economicamente para o aumento da popula��o idosa. “Essa vis�o do idoso como uma pessoa fr�gil que n�o d� conta das coisas tem mudado. � o que chamamos de cultura do envelhecimento. Hoje as pessoas pensam mais sobre o processo de envelhecimento durante a vida e n�o s� quando a idade chega”, aponta, cobrando tamb�m mudan�a de postura da sociedade.

“Os preconceitos precisam acabar. ‘Voc� est� velho demais para trabalhar’, como assim? Qual a idade limite, tem? Por que n�o? Na Europa e nos Estados Unidos vejo v�rios idosos trabalhando. No Brasil n�o � esse o padr�o. O pessoal geralmente espera que os idosos fiquem em casa. S� que eles est�o chegando t�o bem, por que n�o podem trabalhar? Qual seria o mercado deles? Isso precisa de um melhor preparo para absorver”, salienta.

Envelhecimento saud�vel

Para a chamada "D�cada do Envelhecimento Saud�vel nas Am�ricas (2021-2030)", a OPAS estipulou quatro �reas de a��o para que as na��es atendam �s necessidades b�sicas da popula��o idosa e fortale�am os cuidados para essas pessoas.

�rea de A��o I:
Mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos com rela��o � idade e ao envelhecimento

�rea de A��o II:
Garantir que as comunidades promovam as capacidades das pessoas idosas

�reas de A��o III:
Entregar servi�os de cuidados integrados e de aten��o prim�ria � sa�de centrados na pessoa e adequados � pessoa idosa

�reas de A��o IV:
Propiciar o acesso a cuidados de longo prazo �s pessoas idosas que necessitem



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