(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas SA�DE

Fique atento aos sintomas de dor

Cerca de 70 milh�es de pessoas no Brasil sofrem com alguma dor cr�nica. � importante observar o que est� por tr�s e que precisa ser tratado


16/01/2022 04:00 - atualizado 13/01/2022 09:49

"A maior parte dos pacientes que recebo s�o encaminhados por outros m�dicos, que, apesar de terem curado suas doen�as, n�o tiveram sucesso em sanar suas dores. Tratei, inclusive, de pacientes que, mesmo com membros amputados, continuavam a sentir as mesmas dores que os castigavam anteriormente"

Geraldo Eug�nio Richard Carvalhaes, diretor da Cl�nica de Dor


Pelo menos 30% da popula��o mundial sofre com alguma dor cr�nica, segundo dados da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). No Brasil, isso significa que quase 70 milh�es de pessoas convivem com algum inc�modo prolongado ou permanente. Esses n�meros tendem a aumentar, j� que o Minist�rio da Sa�de prev� que, em 2030, a quantidade de idosos no Brasil ultrapassar� o total de pessoas com at� 14 anos de idade.

A dor tem a importante fun��o de indicar quando algo est� errado e precisa ser tratado. Contudo, alguns profissionais com a vis�o mais hol�stica sobre o assunto acreditam que, ao considerar as emo��es e h�bitos de vida dos pacientes, � poss�vel obter um tratamento mais completo e melhores resultados. � o caso do m�dico anestesiologista Geraldo Eug�nio Richard Carvalhaes, diretor da Cl�nica de Dor e um dos pioneiros nesse tipo de tratamento no Brasil, com mais de quatro d�cadas dedicadas a fazer cessar a dor e trazer de volta a qualidade de vida de milhares de pessoas.

“� a dor que nos indica quando algo n�o est� bem em nosso corpo e que precisa ser cuidado, por�m muitos outros fatores est�o envolvidos. Por isso, nem sempre basta tratar o sintoma. � preciso buscar a causa, que nem sempre � s� f�sica, podendo ser tamb�m emocional. A maior parte dos pacientes que recebo s�o encaminhados por outros m�dicos, que, apesar de terem curado suas doen�as, n�o tiveram sucesso em sanar suas dores. Tratei, inclusive, de pacientes que, mesmo com membros amputados, continuavam a sentir as mesmas dores que os castigavam anteriormente”, explica Carvalhaes.

Adoecimentos da mente t�m crescido mundialmente e j� est�o entre as principais causas de incapacita��es no s�culo 21. Muitos m�dicos n�o levam esses fatores em considera��o nas consultas e acabam por dar diagn�sticos incompletos ou at� mesmo equivocados. “Na China milenar, j� diziam que n�o existem doen�as, mas pessoas doentes. Por isso, precisamos conhecer a pessoa que est� por tr�s da dor de nosso paciente, conversar com ela, saber seus problemas, afli��es, rotinas, v�cios, alimenta��o, e n�o somente pedir exames e receitar rem�dios”, completa o m�dico.

A lista de doen�as dolorosas � bem extensa e inclui enxaqueca, h�rnia de disco, cefaleias em geral, lombalgia, neurites, osteoporose, pacientes em fase terminal, polineuropatias, dor no c�ncer, �lceras, herpes, dor osteomuscular e at� dor da depress�o, entre outros males que tendem a se agravar com a idade. A pandemia tamb�m ajudou a aumentar o quadro de dores cr�nicas, devido a sequelas em pacientes curados e a mudan�as de h�bitos durante a quarentena, como, por exemplo, m� postura em home office, interrup��o de atividades f�sicas e fatores emocionais, como ansiedade e depress�o.

Uma abordagem m�dica promissora adotada pelo profissional � a terapia mitocondrial, que tem como ideia principal Envelhecer sem ficar velho. “Dentro de cada c�lula h� uma organela chamada mitoc�ndria respons�vel por manter as pessoas vivas; ela � a f�brica de energia do corpo humano. A glicose oriunda dos alimentos, junto com o oxig�nio inalado, ao chegar dentro da c�lula forma uma rea��o qu�mica com libera��o de energia qu�mica que permite a forma��o de ATP, que a c�lula, junto com as outras organelas, fabrica todas as enzimas e horm�nios necess�rios para sobreviver”, explica.

Ao formar essa rea��o qu�mica, entretanto, forma-se um “lixo” chamado de radical livre, extremamente delet�rio ao DNA das c�lulas e das mitoc�ndrias. “Radical livre � o que nos envelhece e o que nos mata”, refor�a Carvalhaes. H�, por�m, algumas enzimas que bloqueiam esses radicais, permitindo que as c�lulas tenham uma sobrevida.

O m�dico contextualiza: “Suponha que voc� nas�a com 100 mitoc�ndrias dentro de cada c�lula. Com o passar dos anos, voc� vai perdendo 1% dessas mitoc�ndrias. Aos 25, 30 anos, ent�o, voc� vai ter perdido 30% das mitoc�ndrias. Aos 45 ou 50, o corpo perdeu 50% das mitoc�ndrias e aos 100 anos, voc� ter� perdido 100% das mitoc�ndrias. � medida que o corpo vai perdendo essas mitoc�ndrias, o organismo vai se adequando a novas condi��es. Sem elas n�o h� produ��o de energia, das enzimas e dos horm�nios, por isso que por volta dessa idade as mulheres entram na menopausa ou t�m mais dificuldade para engravidar.”

O que se come�ou a estudar atrav�s da medicina esportiva � justamente uma maneira de aumentar as mitoc�ndrias em 10% a 20% e, consequentemente, atrasar o envelhecimento em 10 a 20 anos. A primeira alternativa encontrada foi encaminhar uma pessoa de 45, 50 anos para malhar, suar o corpo e fazer umas corridas de maratona. Dessa forma, o corpo iria precisar de uma energia extra e a �nica maneira de o organismo fornecer essa energia extra seria aumentando o n�mero de mitoc�ndrias.

Havia, apesar disso, um empecilho nessa alternativa, pois h� um alto risco ao aumentar em grandes quantidades as mitoc�ndrias, visto que isso tamb�m acarretaria o aumento dos radicais livres. E nessa faixa et�ria, as c�lulas j� n�o est�o mais produzindo as enzimas respons�veis por bloquear esses radicais livres. “Sendo assim, eles chegaram � conclus�o de que o esporte aer�bico de alto impacto n�o � o ideal, sendo delet�rio para nossa sa�de devido � quantidade de radicais livres produzidos. Foi observado que dificilmente um atleta de alta performance sobreviva � d�cada dos 70”, arremata o m�dico.

BAIXO IMPACTO 

Depois desses estudos e observa��es, os profissionais conclu�ram que indicar exerc�cios aer�bicos de baixo impacto – andar, andar de bicicleta, nata��o, ioga, hidroterapia, pilates – seria a solu��o ideal. “Se voc� perdeu 50% das mitoc�ndrias e for fazer exerc�cios aer�bicos de baixo impacto, no momento meu metabolismo est� basal, est� me mantendo vivo, se eu for andar de bicicleta, dan�ar, eu vou precisar de uma energia extra de que eu estou necessitando agora, e o organismo vai me dar isso sem aumentar muito o radical livre”, explica.

Al�m da pr�tica de exerc�cios de baixo impacto, Carvalhaes tamb�m enfatiza a import�ncia da alimenta��o no processo de envelhecimento e melhora das dores: “Voc� � aquilo que voc� come”. H� v�rios tipos de alimentos que s�o extremamente acidificantes do organismo e s�o pr�-inflamat�rios. Por isso, adotar h�bitos alimentares saud�veis tamb�m � essencial. Atrav�s da reposi��o alimentar � poss�vel fazer uma dieta, na qual a pessoa tamb�m consiga aumentar as mitoc�ndrias, sem aumentar muito o radical livre.

“Atrav�s da terapia mitocondrial n�s podemos melhorar a qualidade de vida de nossos pacientes. Aumentando o n�mero de mitoc�ndrias em 10% a 20%, n�s poder�amos inibir o aparecimento dessas doen�as e dores que geralmente os m�dicos falam como doen�as inerentes � idade.”                               

*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)