
Solid�o, medo, incapacidade e exaust�o s�o apenas alguns dos sentimentos que acometeram a popula��o mundial desde o in�cio da pandemia, problemas menos �bvios que as quest�es de sa�de mais diretas. Mais do que tantas perdas sofridas, mudan�as na rotina - essenciais para se adaptar ao novo (agora j� velho) normal - tamb�m comprometeram a qualidade de vida, a sa�de f�sica, a autoestima e at� os modelos de relacionamentos interpessoais. S�o feridas que n�o cicatrizam com a mesma facilidade e rapidez com que foram abertas, e carecem de cuidados.
"Nesse momento em que as estat�sticas de COVID-19 tendem a arrefecer, estamos todos fortemente convidados a rever nosso estilo de vida, saber se ele est� nos levando em dire��o a um estado que inclui sa�de, paz e felicidade, ou se, apesar de dois anos de pandemia, n�o aprendemos as li��es fundamentais que nos fariam avan�ar em nossa caminhada como seres humanos e sociais", diz Pl�nio Cutait, coordenador do N�cleo de Cuidados Integrativos do Hospital S�rio-Liban�s.
E � justamente em torno dessa reflex�o que o hospital promove at� a pr�xima sexta-feira uma semana dedicada � medita��o. "� um incentivo ao cuidado pessoal. A medita��o nos leva a estar mais conscientes de quem somos, do que precisamos e do que � necess�rio fazer para estarmos mais equilibrados, e para promover as mudan�as que desejamos para a sociedade, para nossos colaboradores, pacientes, familiares e visitantes", explica Pl�nio Cutait.
O trabalho remoto foi uma das importantes adapta��es consequentes do coronav�rus. No in�cio, acreditou-se que a otimiza��o do dia sem o tempo de deslocamento permitiria cuidar melhor da sa�de, com aten��o para uma alimenta��o equilibrada, pr�tica de atividade f�sica e dedica��o � sa�de mental.
Mas a realidade foi um tanto diferente. Estudo do N�cleo de Pesquisas Epidemiol�gicas em Nutri��o e Sa�de da Universidade de S�o Paulo (USP), mostra que 20% dos brasileiros ganharam pelo menos dois quilos nesse per�odo. O consumo de �lcool tamb�m aumentou - 35% das pessoas passaram a consumir doses excessivas de bebidas alco�licas em curtos intervalos de tempo durante a pandemia, como indica levantamento da Organiza��o Pan-Americana da Sa�de na Am�rica Latina e Caribe (Opas). J� os casos de depress�o e ansiedade aumentaram em 27,6% e 25,6%, respectivamente, segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
"A otimiza��o das tarefas serviu principalmente para acolher mais tarefas, mais trabalho, mais obriga��es. Enquanto isso, sobrou menos tempo, menos energia e menos dedica��o para com o autocuidado. Ap�s dois anos cuidando da doen�a, � hora de come�ar a cuidar-nos da forma mais integral poss�vel", alerta Cutait.
Educar-se para cuidar de si
Pr�ticas integrativas podem ser boas alternativas para estabelecer uma rotina de cuidados com a sa�de de uma maneira mais abrangente e interligada. O momento pede mudan�as. Ioga, medita��o, tai chi chuan, jin shin jyutsu, mindfulness, reiki, acupuntura e t�cnicas de relaxamento s�o algumas delas.
"Quando alinhadas a uma mudan�a de perspectiva sobre a vida, atividade f�sica, alimenta��o equilibrada e sono reparador, essas a��es contribuem ativamente para a preserva��o da sa�de e preven��o de doen�as. Mudar o estilo de vida � uma jornada que exige decis�o, compromisso, perseveran�a e acolhimento. Cultivar um prop�sito de vida consciente e sustent�vel re�ne a energia necess�ria para mudar h�bitos enraizados, o que por sua vez conduz o indiv�duo a uma atitude saud�vel e equilibrada frente � vida", completa.