
Em 7 de abril � lembrado o Dia Mundial da Sa�de. E quando se fala em sa�de, a pandemia � o assunto que est� na ordem do dia. N�o poderia mesmo ser diferente. Nesse tema, diversas discuss�es v�o sendo desmembradas.
Vacinas, rem�dios e tratamentos, medidas de preven��o, as variantes, desinforma��o sobre a doen�a e, depois de dois anos do in�cio da prolifera��o do coronav�rus pelo mundo, tamb�m � hora de fazer um balan�o. Ainda mais quando muito tem se falado que esse � um problema que parece estar perto do fim.
Dentre os exemplos de iniciativas nesse espectro de atua��o, a Halo � um grupo de cientistas e profissionais da sa�de de todo o mundo quem vem trabalhando para acabar com a pandemia.
O foco � tratar das preocupa��es e desinforma��o sobre as vacinas e outros conte�dos sobre a COVID-19, usando como principal ferramenta de dissemina��o de dados as redes sociais, inclusive em a��es conjuntas com influenciadores, celebridades, e programas j� conhecidos do p�blico.
A Equipe Halo foi criada como parte do projeto Verificado das Na��es Unidas (ONU) em parceria com a Purpose e Vaccine Confidence Project, na Escola de Higiene e Medicina Tropical da Universidade de Londres.
Quando se pensa nos �ltimos dois anos, �poca grave da pandemia de maneira geral, o virologista da Equipe Halo R�mulo Neris destaca alguns pontos que ficam como aprendizado. Primeiro, quando se pensa em sa�de, o tempo � fundamental. "Diante de eventos at�picos, como uma pandemia, precisamos que as decis�es adequadas sejam implementadas rapidamente", diz.
No Brasil, discord�ncias sobre medidas como o lockdown, por exemplo, dificultaram a tomada de decis�o, diante de um jogo de empurra entre governo federal, estados e munic�pios. Outro entrave foi a demora na compra de vacinas, assunto central na CPI da COVID, cita o especialista.
"Nesse momento, cada dia em que se demora na implementa��o de uma decis�o, maior o risco de morte de milhares de pessoas. No contexto da sociedade em geral, da responsabilidade de cada cidad�o em adotar medidas eficientes, � preciso pensar no que se tem de evid�ncias cient�ficas, e o que fica de li��o sobre isso", argumenta R�mulo, refor�ando que muitas dessas quest�es tamb�m t�m cunho pol�tico.
Em dois anos, outro balan�o � sobre a import�ncia de se ter mecanismos eficazes de vigil�ncia epidemiol�gica, a fim de monitorar a circula��o do v�rus, e n�o s� o da COVID-19, mas para outras doen�as, da mesma forma, pontua o virologista.
"Nos pa�ses onde essa estrutura � robusta, onde o padr�o de testagem e sequenciamento � eficiente e se tem investimento em sa�de e pesquisa, � poss�vel, por exemplo, identificar variantes antes que comecem a gerar problemas mais graves", pondera.
Sobre as fake news que rondaram as quest�es da pandemia desde o princ�pio, o especialista chama de informa��es de cultura popular ideias sobre formas de tratamento, como consumir lim�o ou alimentos alcalinos, adotar dietas alimentares naturais, por exemplo, para melhorar os sintomas.
Outra corrente de informa��es irrespons�veis foi o que se viu na atitude de muitos profissionais de sa�de propagando tratamentos sem comprova��o cient�fica de efici�ncia, como o Kit COVID, de que se falou tanto, e por tanto tempo, gatilho para muita pol�mica e desservi�o � popula��o.
"Sobre as vacinas, se falou em altera��es no DNA, em letalidade a longo prazo, em chips implantados nos imunizantes, em muitos pontos o que pode se chamar de teorias conspirat�rias. S�o movimentos que j� existem h� muito tempo, em muitos pa�ses, e atendem a interesses espec�ficos, tentando desacreditar medidas validadas pelos processos de controle de pandemias. Uma guerra ideol�gica", salienta R�mulo.
Ainda que a vacina seja considerada uma quest�o chave para o controle da COVID-19, o virologista critica a velocidade baixa como o que ocorreu no Brasil, que em seu hist�rico � um pa�s que sempre implementou campanhas robustas de vacina��o, para muitas doen�as, ao longo do tempo.
Para a H1N1, R�mulo informa que foram 90 milh�es de idosos vacinados em 3 meses, em 2009. Na d�cada de 1980, para a poliomielite, 15 milh�es de crian�as foram vacinadas em um dia, ele lembra. "Agora, a campanha demorou muito para acelerar, o que � ainda mais grave se pensarmos que o Brasil foi um dos epicentros da pandemia no contexto global".
Para R�mulo, n�o � poss�vel cravar com certeza absoluta que a pandemia est� acabando, mesmo porque o coronav�rus ainda est� em circula��o. "N�o h� como prever o surgimento de novas variantes, por exemplo, se ser�o mais ou menos transmiss�veis, se causar�o quadros da doen�a mais ou menos graves. Mas sem d�vida � o momento mais pr�ximo do fim", ele argumenta, citando especialmente a ado��o das j� conhecidas medidas de preven��o � infec��o, diante da colabora��o de cada um.
Tamb�m n�o se pode deixar de considerar o papel das vacinas, ainda que diante das limita��es nesse cen�rio. "Nenhuma vacina para a COVID-19 protege 100%. Mas podemos, sim, atribuir aos imunizantes a redu��o no n�mero de casos e �bitos. As pessoas est�o menos suscet�veis � infec��o, e isso em parte se deve � vacina��o", conclui.