
O bom funcionamento do rim � t�o importante quanto o cora��o para a sa�de. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), cerca de 10% da popula��o mundial tem insufici�ncia renal – respons�vel pela morte de milhares de pessoas todos os anos.
A nefrologista Lecticia Jorge Barbosa, gerente m�dica da Fresenius Medical Care, explica que um dos maiores problemas, al�m da neglig�ncia com o assunto, � que se trata de uma doen�a silenciosa, ou seja, nem sempre os sintomas aparecer�o de imediato. Dito isso, a condi��o vai progredindo at� que os rins parem completamente de exercer suas principais fun��es.
A nefrologista Lecticia Jorge Barbosa, gerente m�dica da Fresenius Medical Care, explica que um dos maiores problemas, al�m da neglig�ncia com o assunto, � que se trata de uma doen�a silenciosa, ou seja, nem sempre os sintomas aparecer�o de imediato. Dito isso, a condi��o vai progredindo at� que os rins parem completamente de exercer suas principais fun��es.
"Se ao menos as pessoas que t�m algum risco controlassem a doen�a corretamente e seguissem todas as recomenda��es m�dicas, j� ter�amos muito menos doentes renais e �bitos precoces tamb�m"
Lecticia Jorge Barbosa, gerente m�dica da Fresenius Medical Care
“Eles s�o respons�veis por filtrar subst�ncias nocivas do sangue que fazem mal ao organismo, retirar excessos de l�quidos e equilibrar a press�o arterial, produzir os horm�nios que protegem os ossos e participam da produ��o de gl�bulos vermelhos, que evitam a anemia”, esclarece a m�dica.
Estima-se, de acordo com a SBN, que apenas 0,001% dos acometidos por alguma insufici�ncia descobrem a tempo de iniciar um tratamento com di�lise – feita na etapa mais avan�ada da doen�a renal – e/ou fazer um transplante. Um senso realizado pela Sociedade mostrou que, de 2005 a 2021, o n�mero de pacientes em di�lise no Brasil mais que dobrou, passando de 65 mil para 144 mil.
“Estamos numa constante luta para conscientizar as pessoas, os m�dicos em geral, e os governos da import�ncia da sa�de renal. No momento, com o aumento do envelhecimento da popula��o e do sedentarismo, m� alimenta��o e doen�as cr�nicas como o diabetes e hipertens�o arterial, existe um temor em faltar tratamento a todos os que precisarem”, disse a profissional.
Segundo a m�dica, � poss�vel tentar retardar o envelhecimento natural dos rins com atitudes simples. Alimentar-se adequadamente, ingerindo alimentos que contenham pouco sal, a��car e gorduras, beber l�quidos na medida certa, jamais tomar medicamentos, como os anti-inflamat�rios ou anabolizantes sem o devido acompanhamento m�dico, e evitar o �lcool e o cigarro s�o alguns comportamentos cruciais para manter a sa�de dos rins o mais prolongada poss�vel.
“E como a press�o alta tamb�m � uma das principais causadoras dos problemas renais, recomendamos a pr�tica regular de exerc�cios f�sicos e atividades de lazer, que v�o auxiliar a manter o peso adequado e evitar o estresse da vida moderna. Evitar o diabetes ou controlar rigorosamente a doen�a tamb�m s�o primordiais”, acrescenta.
EXAMES Est� evidente que todos devem se manter atentos � sa�de dos rins. Entretanto, algumas pessoas precisam fazer os exames que indicam se o �rg�o est� cumprindo sua fun��o corretamente com mais frequ�ncia. Barbosa ressalta que esse grupo de pessoas inclui os portadores de diabetes, hipertens�o arterial, idosos, obesos, card�acos, pessoas com doen�a renal cr�nica na fam�lia e fumantes.
“As pessoas que fazem uso de agentes nefrot�xicos, como o iodo, presente no contraste de exames, e que est�o ingerindo medicamentos tamb�m devem receber cuidados especiais, como aumentar a ingest�o de l�quidos. Se ao menos as pessoas que t�m algum risco controlassem a doen�a corretamente e seguissem todas as recomenda��es m�dicas, j� ter�amos muito menos doentes renais e �bitos precoces tamb�m”, completa.
Ela recomenda que os m�dicos procurem conhecer a sa�de renal dos pacientes para prescrever a dose individualizada de rem�dios e at� mesmo evitar passar v�rios f�rmacos diferentes ao mesmo tempo, pois isso pode prejudicar ainda mais o �rg�o. Para ela, os profissionais da sa�de devem analisar fatores de risco como idade, sexo, a presen�a de doen�as cr�nicas, incluindo a doen�a renal pr�via, doen�as cardiovasculares, hep�ticas, intestinais, desidrata��o e doen�as metab�licas, como o diabetes, para prescrever medicamentos.
“Feito o diagn�stico, � importante o acompanhamento com o nefrologista – o m�dico especialista em doen�as renais. E o tratamento a ser definido depende de uma s�rie de fatores, inclusive da doen�a de base que acometeu os rins. N�s lutamos para que as pessoas se previnam, sobretudo em cidades do interior, porque a doen�a atinge muito as popula��es mais pobres e nem sempre elas podem contar com o SUS para conseguir o tratamento”, conclui Lecticia Barbosa.
* Estagi�ria sob supervis�o da
editora Teresa Caram
FIQUE DE OLHO
Sintomas
Alguns sinais podem indicar a presen�a de um problema renal. S�o eles: urinar mais de duas vezes � noite ou urinar pouco, cor da urina escura, presen�a de espuma e ou de sangue na urina, incha�o nos olhos, tornozelos e p�s, principalmente pela manh�, fraqueza, perda do apetite, falta de ar, aumento da press�o arterial, n�useas e v�mitos.
Tratamentos
Na di�lise convencional, o sangue do paciente � filtrado fora do corpo, numa m�quina, de duas a quatro horas seguidas, entre tr�s e seis vezes por semana. Outro tipo de di�lise, que vem crescendo no Brasil, � a Hemodiafiltra��o online e filtra as toxinas maiores. A modalidade entrou no rol da Ag�ncia Nacional de Sa�de (ANS) h� um ano e vem trazendo diversas melhorias de sa�de para os usu�rios, sobretudo, crian�as, card�acos graves e pacientes com dificuldade de controlar f�sforo e pot�ssio na hemodi�lise.Outra op��o de terapia � a di�lise peritoneal, na qual o paciente tem o sangue filtrado dentro do pr�prio corpo ou o transplante, no qual o paciente recebe um rim doado de algu�m vivo ou que tenha sofrido uma morte cerebral.

Conhe�a a hist�ria de pacientes renais
A coordenadora de call center Laiana Arcoverde, de 40 anos, natural de S�o Paulo, descobriu a doen�a renal ap�s diversas crises que a deixaram extremamente estressada. Ela conta que a primeira vez que soube da sua creatina alta foi ap�s passar por uma depress�o depois de perder o marido e, tr�s meses depois, o pai. Contudo, o resultado dos exames n�o foi suficiente para que Laiana buscasse ajuda profissional.
“Uns tempos depois, no in�cio da pandemia de Covid, fiquei muito sobrecarregada no trabalho, com v�rios colegas afastados, e tive crise de hipertens�o. Na fam�lia, havia diversos hipertensos. A� vieram os incha�os, e mesmo assim demorei a procurar o m�dico. Foi quando descobri que meus rins estavam � beira da fal�ncia, totalmente reduzido, e que eu precisava fazer a di�lise. Foi um impacto muito grande na minha vida. Espero um dia ao menos conseguir fazer um transplante”, revela.
J� o mineiro aposentado Geraldo Mangela Mota Coelho tinha 71 anos quando de repente sofreu uma crise de n�useas e v�mitos. Um tempo antes, ele havia descoberto o diabetes.
“Ao saber que teria que fazer a hemodi�lise me senti derrotado, mas logo depois entendi que seria o tratamento que me daria mais dias de vida que poderiam me restar”, conta.
“Iniciei uma nova e perfeita fase de vida, com muito apoio. Eu temia agulhas, o maior supl�cio era imaginar aqueles procedimentos quase di�rios. N�o foi f�cil, para mim, aceitar aquela nova realidade, de uma rotina e de uma depend�ncia que para mim eram inimagin�veis, mas me convenci de que era urgente e necess�rio que eu com elas me conformasse e me adaptasse. Hoje, essa dorzinha j� se transformou como um momento sagrado, quase que agrad�vel, que me faz pensar em amor.”