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Estado de Minas M�SICA PARA CURAR

Musicoterapia ajuda as pessoas a lidarem com transtornos

As atividades propostas podem ser cantar em conjunto, dan�ar, tocar composi��es conhecidas ou improvisar livremente


15/05/2022 04:00 - atualizado 13/05/2022 20:40

Silvia Vidal com a filha Manuela
Silvia Vidal viu na musicoterapia uma possibilidade de melhora do quadro da filha Manuela, diagnosticada com uma doen�a neurometab�lica rara (foto: jair amaral/EM/d.a pRESS)


Muito al�m das caracter�sticas mais evidentes, a m�sica cumpre um papel importante no contexto da medicina. E essa � uma associa��o secular. Ainda na Antiguidade, o m�dico e matem�tico Pit�goras acreditava nas rela��es entre as harmonias musicais e o corpo. Depois da Segunda Guerra Mundial, o uso terap�utico da m�sica ganhou relev�ncia, e assim surge uma nova �rea do saber: a musicoterapia. 
 
Ela pode ser aplicada para diversos tipos de transtornos mentais, f�sicos, sociais, cognitivos ou emocionais. E, no caso das crian�as, essa � uma intera��o em particular. Procedimentos da musicoterapia para atender e amenizar o sofrimento entre os pequenos se vestem de import�ncia, ajudando no cuidado com uma abordagem sutil e, ao mesmo tempo, potente. Afinal, o som � um dos primeiros est�mulos que o ser humano recebe, ainda no �tero.
 
 
Especialistas ensinam que a m�sica � capaz de abrandar sintomas no momento em que leva o c�rebro a uma integra��o acima do normal. Os sons estabelecem um fluxo, estimulando e coordenando as atividades cerebrais, fazendo com que sigam na marcha correta. Parece m�gica. De um momento para o outro, a m�sica elimina h�bitos mentais congelados para fazer com que a mente se movimente de uma maneira que sem o impulso sonoro n�o aconteceria. A neuroci�ncia explica que a m�sica, assim sendo, ativa v�rias regi�es do c�rebro.
 
Luisiana Passarin
A musicoterapeuta Luisiana Passarini � fundadora do Centro de Musicoterapia Benenzon e utiliza nas sess�es uma s�rie de instrumentos e brincadeiras para facilitar a intera��o musical (foto: arquivo pessoal)
 

FASCINANTE � justamente o fato de trabalhar com tantas �reas cerebrais ao mesmo tempo, t�o importantes para a linguagem, como a mem�ria, a aten��o e a motricidade, que torna a m�sica t�o fascinante como m�todo de te- rapia. Estudos cient�ficos na �rea da neuroci�ncia da m�sica mostram que crian�as que passam por treinamento musical t�m sua anatomia cerebral modificada. 
 
 
 
“�reas auditivas, motoras, de linguagem e racioc�nio sofrem altera��es em sua estrutura e em seu funcionamento, que se apresenta aprimorado em muitos casos”, explica a musicote- rapeuta Luisiana Passarini, fundadora do Centro de Musicoterapia Benenzon.
 
A musicoterapia oferece benef�cios para crian�as com paralisia cerebral, s�ndrome de Down, autismo, dist�rbios neurol�gicos, dificuldade de aprendizado e dislexia, com atrasos ou transtornos de linguagem, dificuldade de comportamento, depress�o, ansiedade, estresse p�s-traum�tico,  beb�s prematuros e crian�as que sofreram les�es cerebrais, para citar apenas alguns exemplos.

As atividades propostas podem ser cantar em conjunto, dan�ar, tocar composi��es conhecidas ou improvisar livremente. Seguindo os jogos e tocando os instrumentos, o musicoterapeuta interpreta as emo��es, inseguran�as e desejos dos participantes, respondendo a eles com m�sica. 
 
 
No fim das contas, a crian�a se sente compreendida. Entre tons, ritmos e melodias que o profissional copia das crian�as, � como se mostrasse um espelho, tamb�m modificando alguns aspectos, indicando outras solu��es, comportamentos e emo��es alternativos.
 
Cada conjunto de instrumentos de percuss�o, harm�nicos e de sopro auxiliam em um processo terap�utico. Entre os muito utilizados est�o o viol�o e o piano; entre os percussivos est�o pau de chuva, tambores, bong�s, caxixi, chocalhos, reco-reco e pandeiro. A aplica��o varia conforme o contexto musical de cada paciente, seu conv�vio social e cultural.
 
O trabalho resgata o folclore, brincadeiras musicais, contos, sempre de forma l�dica. "Podemos utilizar instrumentos e brincadeiras musicais, can��es, dan�as, melodias, harmonias e ritmos que facilitem uma intera��o musical. � ao longo dessa intera��o que trabalhamos diferentes habilidades da crian�a", indica Luisiana. Por meios tecnol�gicos, � poss�vel ainda, dentro do trabalho terap�utico, reproduzir sons que lembram animais, meios de transporte, sonoridades corporais, al�m de jogos e brinquedos, como fantoches que te- nham som.
 
Manuela � um dos tr�s filhos da empre-s�ria Silvia Nogueira Vidal e do economista Marco Aur�lio Vidal. Aos 9 meses, foi diagnosticada com defici�ncia de piruvato desidrogenase (PDHD), uma doen�a neurometab�lica rara caracterizada por v�rios sinais cl�nicos com componentes metab�licos e neurol�gicos, de gravidade vari�vel. 
 
Com a patologia, o paciente n�o metaboliza o carboidrato e, em termos did�ticos, acaba faltando energia para o desenvolvimento satisfat�rio do c�rebro. No caso de Manuela, o desequil�brio acarretou defici�ncia f�sica e cognitiva, um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.  

PROGRESSOS Logo que o problema foi identificado, foi indicada para a menina a dieta cetog�nica, sem carboidratos. Com a alimenta��o correta, ela despertou, reagiu, fez alguns progressos, como sentar, ficar de p� com apoio, como descreve a m�e. H� cerca de cinco anos, Manuela, que sempre gostou de m�sica, come�ou o acompanhamento com a musicoterapeuta e psic�loga Simone Presotti Tib�rcio, em Belo Horizonte. 
 
Antes da pandemia, fazia duas sess�es por semana, em pequenos grupos, o que inclusive ajudou na socializa��o. Agora, os atendimentos s�o individuais.
 
Silvia relata melhoras no quadro de sa�de da filha. Dona de uma boa acuidade auditiva, Manuela percebe bem as diferen�as entre os sons, tem suas prefer�ncias musicais, adora os barulhos dos instrumentos. O fato de manusear os diferentes instrumentos ajuda na coordena��o motora, e ouvir m�sica, em si, � outro est�mulo. "Ela desenvolveu mais sensibilidade aos sons. E se diverte fazendo sons com objetos ou com os pr�prios instrumentos. Melhorou muito sua habilidade de comunica��o", diz Silvia.  
 
 


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