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Estado de Minas COMPORTAMENTO

'J� tive que me esconder de pessoas me encarando em lugares p�blicos'

Pesquisa conduzida no Reino Unido mostra aumento no comportamento hostil em rela��o a pessoas com diferen�a vis�vel


24/05/2022 11:35 - atualizado 24/05/2022 11:37

Atholl
Brit�nico Atholl Mills, de 28 anos, nasceu com doen�a rara que causa forma��o de cistos por todo o corpo (foto: Atholl Mills/Arquivo pessoal)
"Nem sa�a do meu apartamento. Ficava muito preocupado com a possibilidade de as pessoas me encararem ou dizerem alguma coisa." O brit�nico Atholl Mills, de 28 anos, nasceu com uma doen�a rara — higroma c�stico — que causa a forma��o de cistos por todo o corpo. Ele faz parte de uma nova campanha de conscientiza��o lan�ada no Reino Unido sobre o impacto de olhar para pessoas com imperfei��es.

Houve um aumento no comportamento hostil em rela��o �queles com diferen�as vis�veis, segundo uma nova pesquisa.

A ONG Changing Faces diz que o n�mero de pessoas com uma diferen�a vis�vel que relatam ter sofrido comportamento hostil passou de uma a cada tr�s em 2019 para duas em cada cinco no ano passado.

Um ter�o dos participantes do estudo, para o qual mil pessoas foram ouvidas, afirmou ter sido "encarada" por causa disso.

Segundo a ONG, um em cada cinco adultos no Reino Unido se identifica como tendo uma diferen�a vis�vel, como uma cicatriz, marca ou condi��o, e mais de 1 milh�o dizem ter desfigura��es significativas.

'Educar pessoas'

Mills diz que, com frequ�ncia, percebe pessoas encarando-o. "Houve momentos durante os quais tentei me esconder, e as pessoas realmente me acompanhavam para tentar continuar a me encarar", diz ele � BBC. "Minhas duas irm�s costumavam ficar muito chateadas porque as pessoas estavam olhando... elas tentavam ficar na minha frente. Ent�o, isso n�o me afeta apenas, mas as pessoas ao meu redor tamb�m."

Esse � o motivo pelo qual Mills decidiu se envolver na campanha de conscientiza��o. "�s vezes, as pessoas n�o percebem que est�o encarando. Passei a dizer-lhes que era indelicado olhar para mim. Acho que algumas pessoas claramente n�o fazem por mal. Trata-se de conscientizar e educar as pessoas."


Amba Smith
Smith diz que quer mudar a representa��o dentro da ind�stria de beleza e maquiagem (foto: Amba Smith/Arquivo pessoal)


A tamb�m brit�nica Amba Smith tem 20 anos e est� estudando para se tornar uma maquiadora de efeitos especiais. Ela tamb�m tem uma diferen�a vis�vel — uma marca de nascen�a que vai da cabe�a aos p�s. "Desde o momento em que sa� da maternidade, recebi olhares e coment�rios maldosos."

Segundo ela, sua m�e e seu pai costumavam lhe dizer que as pessoas a olhavam porque a achavam "bonita". "Mas eu sabia que no fundo n�o era isso." Smith diz que agora aprendeu a ter orgulho de sua marca de nascen�a. "Minha marca de nascen�a n�o me define, n�o me faz a pessoa que sou", diz. "Se durante tanto tempo minha marca de nascen�a definiu quem eu sou, agora isso n�o acontece mais."


Shankar Jalota
Brit�nico Shankar Jalota desenvolveu vitiligo, condi��o que afeta o pigmento da pele, e isso afetou sua autoestima (foto: Shankar Jalota/Arquivo pessoal)


Aos 14 anos, o brit�nico Shankar Jalota desenvolveu vitiligo, condi��o que afeta o pigmento da pele. "Estava trabalhando em loja na �poca. Era horr�vel — voc� via os olhos das pessoas se movendo da esquerda para a direita, olhando para as manchas brancas em minha pele", conta ele � BBC.

"Lembro-me de que isso afetou minha sa�de mental; me perguntava por que era daquela forma, por que n�o conseguia controlar (a doen�a)". O objetivo de Jalota com a campanha � fazer com que o p�blico abrace as pessoas com diferen�as vis�veis, come�ando pelas redes sociais. "Estamos ajudando nossas futuras gera��es a serem criadas em um mundo mais acolhedor", acrescenta.

O que fazer?

Se, por algum motivo, voc� se pegar encarando algu�m com uma diferen�a ou desfigura��o vis�vel, o conselho � sorrir, dizer "ol�" ou reconhecer o erro com um pedido de desculpas. "Pode parecer constrangedor para voc�, mas por favor, n�o grite ou puxe uma crian�a para longe. � melhor simplesmente explicar que todos n�s somos diferentes e isso � uma coisa boa", segundo a Changing Faces.

O levantamento da ONG tamb�m revelou que pouco mais de um quarto das pessoas com uma diferen�a vis�vel foram encaradas enquanto trabalhavam, enquanto quase uma em cada cinco relatou que foi preterida quanto a oportunidades de desenvolvimento, promo��o, aumentos salariais ou contato cliente/cliente no ambiente de trabalho.

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