
Estudo realizado por cientistas chineses mostrou que pacientes assintom�ticos da COVID-19 podem ter uma resposta imunol�gica mais fraca ao coronav�rus em rela��o �queles que apresentaram a doen�a.
A pesquisa destacou que os n�veis de anticorpos neutralizantes, que a priori d�o imunidade ao Sars-CoV-2, diminu�ram nos tr�s meses seguintes ao cont�gio em ritmo mais acelerado em rela��o a quem teve sintomas, como tosse, febre e dificuldades respirat�rias.
Publicado na revista Nature Medicine, o trabalho foi realizado por cientistas da Universidade M�dica de Chongqing, uma filial do Centro de Controle e Preven��o de Doen�as da China. Nas conclus�es, os especialistas alertaram sobre os riscos da implementa��o de “passaportes de imunidade”, a libera��o da quarentena de quem tenha sido infectado pelo novo coronav�rus.
E defenderam a aplica��o continuada de medidas preventivas comuns de sa�de. Durante oito semanas, os pesquisadores chineses acompanharam a situa��o de 37 pessoas sem sintomas da covid-19, que passaram pelo Hospital Popular de Wanzhou. Todas tiveram a infec��o diagnosticada por um teste virol�gico nasofar�ngeo, antes de 10 de abril.
Com idades entre 8 e 75 anos (m�dia de 41 anos), os assintom�ticos — 22 mulheres e 15 homens — foram identificados em um grupo de 178 pacientes infectadas.
Liderada por Aio-Long Hua, a pesquisa constatou que o grupo sem sintomas, isolado no hospital, teve uma dura��o m�dia de excre��o viral de 19 dias, cinco dias a mais em compara��o a 37 pacientes que apresentavam ind�cios da enfermidade.
Essa dura��o da excre��o n�o significa, no entanto, que eles possam contagiar outras pessoas, o que ainda precisa ser avaliado, segundo os autores.
Oito semanas ap�s a alta hospitalar, os n�veis de anticorpos neutralizantes diminu�ram 81,1% nos pacientes sem sintomas. Nos pacientes com sintomas a redu��o foi de 62,2%.
Para explicar melhor a resposta imune, os pesquisadores mediram algumas subst�ncias (citocinas e quimiocinas) no sangue e observaram seus baixos n�veis em pacientes assintom�ticos, mostrando uma resposta antiinflamat�ria reduzida.
Dissemina��o
Nesta segunda-feira, em meio ao avan�o da flexibiliza��o do confinamento, o diretor-geral da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu que a pandemia continua acelerando no mundo, com mais de nove milh�es de casos confirmados.
“Sabemos que a pandemia � muito mais que uma crise de sa�de, � uma crise econ�mica, social e, em muitos pa�ses, pol�tica. Seus efeitos ser�o sentidos durante d�cadas”, admitiu.
Atualmente, a Am�rica Latina � a regi�o com o ritmo mais veloz de propaga��o da doen�a. E na Europa, enquanto alguns pa�ses continuam a relaxar as medidas de prote��o diante da diminui��o de casos, outros come�am a reimpor medidas restritivas devido a novos surtos.
Diante do temor de uma segunda onda da doen�a, como na China, onde depois de dois meses sem novos casos foram detectados mais de 220 cont�gios em Pequim, as autoridades pedem prud�ncia.
Neste sentido, o diretor da OMS pediu aos governos que se preparem para futuros surtos que podem acontecer em qualquer pa�s a qualquer momento e matar milh�es de pessoas. “Porque n�o estamos preparados”, observou.