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Estado de Minas ALERTA

Bomba-rel�gio

Saiba como ficar atento aos sinais de um AVC, que tem alta taxa de mortalidade ou pode deixar sequelas em qualquer faixa et�ria. Tom Veiga, int�rprete do Louro Jos�, foi v�tima da doen�a


10/11/2020 04:00


O ator Tom Veiga, de 47 anos, que por mais de 20 anos deu vida ao Louro Jos�, morreu no �ltimo dia 1º v�tima de um acidente vascular cerebral (AVC) causado por um aneurisma. S�o poucas  as situa��es em que a doen�a n�o causa danos maiores ao organismo. Geralmente, se n�o mata,  pode deixar sequelas graves. E isso independentemente da idade, haja vista que a “bolsa” formada pelo ac�mulo de sangue – aneurisma – pode se romper aos 2 anos, aos 30 ou aos 70, �s vezes at� mesmo sem sinais.

O AVC hemorr�gico, que � o que o Tom teve, ocorre quando o vaso se rompe por aneurisma ou por rompimento pr�prio. “Por�m, a maioria dos casos � por aneurisma cerebral, que � uma dilata��o da art�ria do c�rebro, que geralmente comp�e o pol�gono de Willis, parte inferior do enc�falo. A maioria das pessoas j� nasce com esse aneurisma, que � uma fraqueza da camada muscular da art�ria, ou seja, na camada muscular faltam fibras musculares, havendo, ent�o, a dilata��o, que pode se romper a qualquer momento”, explica o m�dico neurocirurgi�o e professor da Faseh S�rgio Oliveira.
 
 
 
Intérprete do Louro José, Tom Veiga morreu aos 47 anos, em decorrência de um aneurisma cerebral(foto: Reprodução/Facebook)
Int�rprete do Louro Jos�, Tom Veiga morreu aos 47 anos, em decorr�ncia de um aneurisma cerebral (foto: Reprodu��o/Facebook)
 
Segundo ele, o aneurisma se assemelha a uma bomba-rel�gio, em raz�o de sua imprevisibilidade. “Quando esse aneurisma se rompe, 50% dos pacientes v�o a �bito. Dos 50% que sobrevivem, 30% v�o viver com sequelas, como perda de movimentos no bra�o ou perna e dificuldade na fala ou mem�ria. � uma doen�a com alta taxa de mortalidade, sendo fatal ou deixando sequelas importantes”, frisa.

Apesar da gravidade, S�rgio Oliveira pontua que esse n�o � �nico tipo de AVC a atingir a popula��o brasileira. De acordo com o m�dico neurocirurgi�o, o acidente vascular cerebral isqu�mico � o mais comum. E, diferentemente do aneurisma, nestes casos h� o entupimento da art�ria, falta sangue no c�rebro e ele necrosa e morre.

E como identificar a doen�a? Al�m de investigar quadros cl�nicos de dor de cabe�a e/ou demais sinais apresentados pelos pacientes, S�rgio Oliveira elucida que o diagn�stico se torna ainda mais preciso com uma anamnese – hist�rico do paciente. “Colhemos todas as informa��es de sintomas e familiares e realizamos exames. Um deles � a angioresson�ncia, que consegue ver todas as art�rias do c�rebro e, caso tenha a exist�ncia, o aneurisma. Tem-se, tamb�m, a arteriografia cerebral digital, o chamado exame de ouro, que confirma, com certeza, se h� um aneurisma ou n�o.”
 
 

"Quem tem hist�rico familiar de pessoas que tiveram mortes s�bitas por AVC hemorr�gico, seja m�e, pai ou av�, deve ficar atento aos sinais e buscar a preven��o. Agora, se um irm�o tem o hist�rico, a aten��o precisa ser redobrada, j� que o aneurisma � muito comum entre irm�os”

 
S�rgio Oliveira, 
m�dico neurocirurgi�o e professor da Faseh
 
 
 
SINTOMAS 

S�rgio Oliveira destaca que, tendo em vista a fatalidade do aneurisma cerebral e a dificuldade de saber quando ele pode se romper, � de suma import�ncia que todos se atentem aos poss�veis sinais da doen�a, independentemente de hist�rico familiar. Entre os sintomas, a principal recorr�ncia � a dor de cabe�a, que pode aparecer ap�s a pr�tica sexual e/ou de atividades f�sicas.

“Essas dores de cabe�as normalmente s�o s�bitas e fortes. Elas s�o chamadas de cefaleias sentinelas, ou seja, s�o dores sentinelas, pois em casos de aumento da press�o em atividades f�sicas eles podem ocasionar microssangramentos. Mesmo assim, qualquer tipo de dor de cabe�a precisa ser investigado para que o diagn�stico seja feito. Se for um caso de aneurisma, � essencial trat�-lo, mas, se n�o, � preciso averiguar a causa para, ent�o, melhorar a qualidade de vida do paciente, com os devidos cuidados”, atesta.

Sensa��o de dorm�ncia, formigamento, mitose palpebral e altera��es visuais s�o alguns sinais que tamb�m podem ser percebidos em casos de aneurisma. Por�m, o professor da Faseh pontua que o aparecimento desses sintomas varia de acordo com a localidade e espessura do aneurisma. “Se ele for grande, por exemplo, a p�lpebra pode ficar mais ca�da. E se dilatar muito, pode-se haver dorm�ncia e parestesias. Ainda, por ser muito pr�ximo do olho, o paciente pode ter diplopia – enxergar uma dupla imagem.”
 
 Por isso, todo cuidado � pouco, pois o aneurisma cerebral pode nem sequer ter sintomas, o que ocorre na maioria das vezes. Por isso, S�rgio destaca a import�ncia do acompanhamento m�dico e da realiza��o de exames espec�ficos com um neurologista, principalmente aqueles pacientes que t�m hist�rico familiar da doen�a.

“Quem tem hist�rico familiar de pessoas que tiveram mortes s�bitas por AVC hemorr�gico, seja m�e, pai ou av�, deve ficar atento aos sinais e buscar a preven��o. Agora, se um irm�o tem o hist�rico, a aten��o precisa ser redobrada, j� que o aneurisma � muito comum entre irm�os. Geralmente, quando h� o caso de um irm�o ter, testamos todos os outros. Outro fato de preocupa��o � em casos nos quais o av� teve, mas o pai ou a m�e n�o, pois � comum pular uma gera��o.”
 
  
 
 
  
PREVEN��O 

Apesar de o aneurisma estar sujeito a se romper a qualquer momento, conforme o especialista, algumas medidas podem ser tomadas, a fim de ponderar os riscos. Entre os est�mulos para que a ruptura ocorra est�o as crises hipertensivas e as atividades f�sicas sem orienta��o. Justamente por isso, S�rgio recomenda: mantenha os tratamentos em dia e procure por libera��o m�dica.

“A press�o alta pode fazer com que esses vasos se rompam, assim como a atividade f�sica. Ou seja, tudo o que aumenta a press�o sangu�nea cerebral pode fazer com que o aneurisma se rompa, dependendo de seu tamanho e localiza��o. Geralmente, rompe-se em casos de crises hipertensivas, por isso a import�ncia de trat�-las. Isso porque o paciente corre n�o s� o risco de ter o AVC hemorr�gico, o aneurisma, mas, tamb�m, de a art�ria se romper ou de um AVC isqu�mico se transformar em um hemorr�gico, em raz�o do entupimento das art�rias, que, consequentemente, v�o necrosar e jogar o sangue para fora”, explica.

Quanto � realiza��o de atividades f�sicas – corridas, academias, dan�as, entre outras –, S�rgio Oliveira pontua que antes de dar in�cio � realiza��o dos exerc�cios, � de suma import�ncia que o paciente se submeta a uma avalia��o m�dica com um especialista ou cardiologista. Vale ressaltar que o hist�rico familiar deve sempre ser levado em considera��o.

TRATAMENTOS

 Quando detectado, e caso n�o tenha se rompido, o aneurisma cerebral pode ser tratado em duas vertentes: por meio do procedimento chamado ‘c�u aberto’ ou com a realiza��o de um cateterismo. Segundo o m�dico cirurgi�o S�rgio Oliveira, a �ltima delas � atualmente a mais usada, justamente pelo fato de ser mais moderna e n�o precisar submeter o paciente � cirurgia de abertura do cr�nio.

“O procedimento conhecido como c�u aberto � uma craniotomia, que abre o cr�nio, exp�e o enc�falo, chega at� a art�ria e clipa esse aneurisma com um clipe de tit�nio. Assim, ele fecha o aneurisma e o tira da circula��o sangu�nea, sem o risco de sangrar excessivamente. J� o tratamento endovascular se faz por cateterismo cerebral. Nesse m�todo, um cateter � inserido na art�ria at� chegar ao aneurisma, onde ele solta v�rias molas pequenas que entopem o aneurisma e n�o deixa o sangue chegar at� ele, evitando seu rompimento”, detalha.

*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram





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