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Estado de Minas INVEN��ES DO BRASIL

M�scara criada por pesquisadores inativa o v�rus da COVID-19

Su�lia e M�rio Fleury Rosa criaram, junto a um time de 91 profissionais, m�scara que inativa o coronav�rus e � feita a partir de insumos de agricultura familiar


11/04/2021 22:31

Professores da UnB, Suélia e Mário compartilham mais que os laços matrimoniais e o sobrenome Fleury Rosa: com time de 91 pessoas, o casal criou máscara que inativa o novo coronavírus(foto: Arquivo Pessoal)
Professores da UnB, Su�lia e M�rio compartilham mais que os la�os matrimoniais e o sobrenome Fleury Rosa: com time de 91 pessoas, o casal criou m�scara que inativa o novo coronav�rus (foto: Arquivo Pessoal)
O Minist�rio da Sa�de registrava os primeiros 621 casos da covid-19 no Brasil quando Su�lia de Siqueira Fleury Rosa, doutora em engenharia eletr�nica, biom�dica e professora da Universidade de Bras�lia (UnB), criou um grupo no WhatsApp para formar uma equipe disposta a criar uma m�scara facial que combatesse a COVID-19. Tudo come�ou em 19 de mar�o de 2020.

Pouco mais de um ano depois, a pesquisadora e o grupo de mais de 91 participantes criaram a Vesta, m�scara protetora capaz de inativar a COVID-19. Assim como a N95, a Vesta pode ser usada por 15 dias, mas sem ser molhada ou lavada. A inven��o est� na pen�ltima fase do projeto, em estudo cl�nico com 32 profissionais da sa�de do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). A meta � testar com 60 participantes.

“O teste de cada profissional � de duas semanas ou oito plant�es”, explica Su�lia. A equipe da UnB encontrou os trabalhadores da sa�de usando m�scaras por muito tempo, ent�o doar� exemplares para eles ao fim do ensaio. Depois de todos os testes, o projeto entrar� na etapa de certifica��o e regulariza��o do produto. Su�lia afirma que j� est� com a documenta��o de pedido de registro de patente preenchida e que a UnB entrar� com a solicita��o por meio do Nupitec (N�cleo de Propriedade Intelectual).

Nasce uma ideia

“No fim de fevereiro do ano passado, antes de a OMS (Organiza��o Mundial da Sa�de) mudar o status da dissemina��o da doen�a de epidemia para pandemia, uma grande parceira da minha caminhada como pesquisadora me ligou, a F�tima Mru�”, lembra. “Ela era secret�ria de Sa�de de Goi�nia na �poca e me disse: Su�lia, est� vindo uma pandemia e faltar� EPI (Equipamento de Prote��o Individual) no Brasil e voc� precisa pensar em alguma solu��o”, conta.

Dias depois, Su�lia deu os primeiros passos: criou o grupo com pesquisadores, professores, fornecedores e v�rias pessoas que conhecia que pudessem ajudar. “Fui recrutando pessoas para ajudar a tornar a ideia real. Ci�ncia n�o � feita por uma pessoa s�, � feita junto”, diz. O marido de Su�lia, o pesquisador M�rio Fleury Rosa, ajudou a estruturar caminhos para que o resultado da pesquisa fosse aplic�vel � sociedade.

Com tantas cabe�as pensando juntas, o grupo encontrou uma estrat�gia para inativar o v�rus no contato com o tecido usando uma propriedade eletrost�tica da quitosana, polissacar�deo encontrado no exoesqueleto de crust�ceos. “O tecido com as nanopart�culas resultado do projeto � inserido entre outras duas camadas da m�scara. Ele ficar� ali, ir� atrair e inativar o coronav�rus, que desaparece, semelhante ao processo de quando lavamos nossas m�os”, exemplifica.

Al�m de bloquear a doen�a, a m�scara apoia a agricultura familiar. “Os fornecedores s�o coletadores de cascas de camar�o da Para�ba. Inclusive, um dos requisitos para empresas particulares que quiserem produzir nossa m�scara � manter o v�nculo com os coletadores”, pontua Su�lia.

Car�ter social em foco

(foto: Divulgação)
(foto: Divulga��o)

A equipe j� preencheu a documenta��o para o registro da nova EPI junto � Anvisa (Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria). A expectativa de Su�lia � de que investidores produzam a Vesta o quanto antes.

Entre os requisitos definidos no termo de licenciamento da Vesta, documento que iniciativas privadas devem assinar para reproduzir o modelo, est�o a doa��o de 10 mil m�scaras do primeiro lote e 15 mil para pessoas que trabalham na seguran�a p�blica, al�m da manuten��o da extra��o de quitosana por meio de agricultura familiar.

“� uma negocia��o necess�ria para cumprirmos nosso papel social. Tudo come�a na UnB, tenho que negociar com a reitoria um pagamento de royalties mais baixo para a universidade, para as empresas n�o ‘correrem’, mas exigir contrapartidas sociais”, diz.

A previs�o � de que em junho Su�lia se torne, oficialmente, inventora de um produto que � uma resposta eficaz para um dos momentos mais tenebrosos da humanidade. Ela afirma que s� fez a parte dela. “Tenho clareza, como cidad� e como servidora p�blica, de qual � o meu papel. Fico muito feliz em ver que outras pessoas compraram a ideia e confiaram no meu convite”, afirma.

“O projeto n�o � da Su�lia nem do M�rio, � do Brasil. Eu sou servidora p�blica, minha fun��o � essa. N�o � estar em casa neste per�odo assistindo a s�ries. � vir para a linha de frente, ver o problema e procurar uma solu��o”, completa. Ela cobra mais apoio da pr�pria UnB e do Poder Executivo para, de fato, levar o projeto para a frente.

*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ana Paula Lisboa


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