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Estado de Minas SA�DE

EUA: pesquisadores desenvolvem vacina intranasal contra a gripe

Imunizante intranasal produz anticorpos para diferentes cepas do v�rus influenza. Solu��o pode extinguir a necessidade de atualiza��o anual da f�rmula


04/05/2021 12:53

Uso nos EUA e na Europa as vacinas para gripe na forma de spray começaram a ser testadas em humanos em 2009(foto: Tim Sloan/AFP - 9/10/09)
Uso nos EUA e na Europa as vacinas para gripe na forma de spray come�aram a ser testadas em humanos em 2009 (foto: Tim Sloan/AFP - 9/10/09)
Pesquisadores americanos desenvolveram uma vacina intranasal para a gripe que � eficaz contra diferentes cepas do v�rus. Combinada com o uso de nanopart�culas de grafeno, a administra��o feita pelo nariz faz com que a resposta imunol�gica gerada pelo imunizante seja mais alta que a de f�rmacos injet�veis, segundo os criadores.

A f�rmula protetiva obteve resultados positivos em testes com ratos e c�lulas humanas. Os resultados dos experimentos foram apresentados na �ltima edi��o da revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e poder�o ser usados como base para o desenvolvimento de vacinas contra outras enfermidades, como a COVID-19.

No estudo, a equipe de cientistas explica que, devido � ocorr�ncia anual de casos de gripe e ao alto risco alto do surgimento de pandemias, como a do novo coronav�rus, � necess�rio refinar o desenvolvimento de imunizantes. “As vacinas atuais contra a gripe sazonal induzem imunidade apenas para um tipo de cepa e s�o menos eficazes contra outras variantes. F�rmacos protetivos contra a gripe que sejam mais protetores s�o urgentemente necess�rios, e novas tecnologias que permitam isso podem ser exploradas no combate a outras doen�as”, enfatizam.

As vacinas intranasais s�o consideradas uma estrat�gia promissora no combate �s doen�as respirat�rias infecciosas, como a gripe, j� que a aplica��o feita diretamente no nariz faz com que a resposta imunol�gica seja mais alta e r�pida. “Conseguimos induzir respostas imunol�gicas da mucosa nas vias respirat�rias, evitando a infec��o j� na porta de entrada do v�rus”, explicam os autores do artigo.

No desenvolvimento do novo imunizante, eles usaram a hemaglutinina recombinante (HA), encontrada na superf�cie dos v�rus da gripe. A prote�na HA funciona como um ant�geno, elemento respons�vel por despertar a pro du��o de c�lulas de defesa que combatem o pat�geno no organismo humano.

Para potencializar ainda mais a resposta imune gerada, os pesquisadores usaram como adjuvante (para aumentar a efici�ncia da f�rmula) nanopart�culas de �xido de grafeno e polietilenoimina. “� esse elemento que aumenta a resposta imune gerada pelo ant�geno. Ele faz com que o corpo maximize a produ��o das mol�culas que protegem o organismo do v�rus. N�s poder�amos ter usado um pept�deo ou uma prote�na comum, como acontece com outras vacinas, mas essa resposta seria menor e n�o funcionaria t�o bem em uma abordagem nasal”, explicam.

O novo f�rmaco foi testado em camundongos e em culturas de c�lulas humanas. Durante as an�lises, os pesquisadores perceberam que as nanopart�culas aumentaram significativamente as respostas imunol�gicas nas superf�cies da mucosa e em todo o corpo das cobaias imunizadas, al�m de protegerem os ratos contra diferentes cepas do v�rus.

Segundo Baozhong Wang, autor do estudo e pesquisador do Instituto Nacional de Alergia e Doen�as Infecciosas (NIH, em ingl�s), nos EUA, as respostas obtidas s�o mais eficazes no enfrentamento � gripe. “As vacinas convencionais, tanto as injet�veis quanto as nasais, induzem predominantemente respostas de anticorpos. No entanto, pesquisas recentes demonstram que as respostas das c�lulas T residentes nos pulm�es s�o indispens�veis para uma prote��o maior contra a influenza, que evite, por exemplo, problemas como a infec��o pulmonar. Foi esse tipo de resposta que vimos nos nossos testes”, detalha em comunicado.

Adapta��es

Segundo a equipe, os dados obtidos abrem as portas para o desenvolvimento de imunizantes contra outros pat�genos. “As nanopart�culas de �xido de grafeno t�m atributos extraordin�rios para a �rea de desenvolvimento de vacinas, vimos isso nos testes. Acreditamos que essa nova plataforma poderia ser facilmente adaptada para o desenvolvimento de vacinas intranasais contra diferentes tipos de pat�genos respirat�rios”, afirma Chunhong Dong, principal autora do estudo e pesquisadora do Instituto de Ci�ncias Biom�dicas da Universidade de Georgia, nos Estados Unidos. “Nossa pesquisa abre um novo caminho para o desenvolvimento de vacinas intranasais mais poderosas contra a gripe”, completa Baozhong Wang.

Lorena de Castro Diniz, coordenadora do Departamento Cient�fico de Imuniza��o da Associa��o Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), acredita que ferramentas que ajudem no desenvolvimento de vacinas mais eficazes s�o extremamente bem-vindas. “J� temos o uso de vacinas intranasais para gripe na Europa, por exemplo, e elas se mostram eficientes. O uso de um adjuvante mostra-se bem eficiente, gerando respostas imunes para diversos tipos de cepas. Isso � uma grande vantagem para a �rea de imuniza��o, porque descarta a necessidade de atualizar as f�rmulas protetivas”, avalia.

A especialista pontua que uma quest�o a ser melhor analisada � se o adjuvante escolhido pode gerar danos � pessoa imunizada. “Sabemos que, nos imunizantes injet�veis, ele � o respons�vel por efeitos como a vermelhid�o e a dor no bra�o durante a aplica��o”, justifica. Para Diniz, � poss�vel que a mesma tecnologia seja usada para o desenvolvimento de vacinas contra outras enfermidades. “O nariz tamb�m � a porta de entrada para o novo coronav�rus, tanto que temos pesquisadores que estudam esse tipo de aplica��o de imunizantes para essa doen�a. Podemos esperar que um dos pr�ximos objetivos de especialistas da �rea seja criar, tamb�m, uma vacina que responda a v�rias novas cepas do Sars-CoV-2.”


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