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Estado de Minas

Uma Faf� multifacetada


20/04/2019 05:07

Aos 62 anos, artista paraense traz no cardápio musical o pop, pitadas de rock e mergulho no feminismo (foto: Zé Paulo Cardeal/Globo %u2013 18/7/14)
Aos 62 anos, artista paraense traz no card�pio musical o pop, pitadas de rock e mergulho no feminismo (foto: Z� Paulo Cardeal/Globo %u2013 18/7/14)


Seria mais f�cil sorrir, como tem sido h� mais de 40 anos. Uma gargalhada folgada e espa�osa, a ponto de ser ouvida do lado de l� das fronteiras, que faz Faf� de Bel�m colher seus l�rios mais vistosos. Ela surgiu assim em 1976, na novela Gabriela, sem graves, mas cheia de gra�a, Filho da Bahia. Cresceu entre boleros, sertanejos, fados e carimb�s cantando para fora mesmo nas tristezas de Chico Buarque, nas agonias de uma Nuvem de L�grimas ou na suntuosidade do Hino Nacional. Quando chegou 2015, Faf�, em outro momento, voltou-se para sua Bel�m e fez, divertindo-se, Do Tamanho Certo do Meu Sorriso, leve e crian�a, como num palco de videok�.

Aos 62 anos, come�a a mudar quando olha para quem se esconde por tr�s do sorriso. “Houve um momento em que eu comecei a gravar minhas hist�rias para transform�-las em uma biografia, e isso me jogou para dentro de mim de forma muito intensa.” Chega 2019, e a mulher que cantou o Hino Nacional em 32 com�cios da campanha das Diretas J�, entre 1983 e 1984, parece ter absorvido energias de toda ordem para chegar a um dos resultados musicais mais interiorizados e densos de sua carreira. A biografia s� est� no rascunho, mas um disco revelou outra mulher.

Faf� de Bel�m � hoje a mulher que aparece em Humana, �lbum do selo Joia Moderna, do produtor Z� Pedro. Um repert�rio de can��es fortes tratadas com arranjos ac�sticos e macios, como se passados pela agulha de um vinil, e reduzidos a instrumenta��es pequenas o suficiente para que sua voz esquente e leve Faf� para o lado de quem a ouve. H� um di�logo novo aqui, que abre outra porta, com uma esp�cie de conceito de rock indie. Alinhamento Energ�tico, de Let�cia Novaes, aponta bem para essa dire��o.

N�o h� a tens�o, o drama do fado, que Faf� homenageou em disco de 1992, gravado em Portugal, sua p�tria da alma. N�o h� a postura do vozeir�o de vibratos e outros artif�cios que sobram em sua voz, mas a limpeza de um naturalismo que a deixa mais pr�xima das purezas de Angela Ro Ro do que das emposta��es de Angela Maria. Ave do Amor (Artur Nogueira e Ava Rocha), rock and roll com a ternura do piano de Z� Manoel, est� l� para desvendar essa mulher.

BUSCA

H� uma consci�ncia nessa busca? Faf� escolheu ser outra desde o in�cio do �lbum? “O grande trabalho foi pensar em com que voz eu deveria vestir cada m�sica, e sa� para buscar outras vozes, outros lugares de cantar. Eu adoro o meu passado, mas n�o vou ficar vivendo dele.” Quando fala em busca, h� um detalhe: a Faf� que ela encontra por tr�s das outras sempre esteve ali, e � tamb�m para isso que se vive 62 anos.

Assim que decidiu ser uma cantora popular, sem tormentos de consci�ncia por colocar can��es em trilhas de novela e em emissoras de r�dio, Maria de F�tima Palha de Figueiredo recebeu dos cr�ticos e de parte da pr�pria classe art�stica olhares de esnobismo. E da�? Em 1986, o �lbum Atrevida recebeu platina duplo por 500 mil c�pias vendidas, algo como cinco vezes mais a vendagem de discos de artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil ou Caetano Veloso.

Humana revela contrastes. Traz O Resto do Resto, de F�tima Guedes, que Faf� canta sutilmente, sem esbravejar: “Me d� o suficiente/pra ter paz aqui e agora/o resto � pra quem precisa/e o resto do resto/� pra quem me explora”. Ela diz tamb�m ainda estar “curando a ferida” na recria��o garageira de Toda Forma de Amor, de Lulu Santos, vai ao mundo do feminismo terno de Joyce ao dizer que “� aquela que o homem quer menina/mas ao ver que n�o domina/foge pra n�o ter paix�o” e pega de Jards Macal� e Wally Salom�o o amor quase perfeito de Dona de Castelo. E volta a ser a Faf� de todas as faces sempre que � pega pela pr�pria voz, transbordando, sem mais importar se est� pisando no passado, no presente ou no futuro. (Estad�o Conte�do)



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