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Estado de Minas

'5x com�dia' ri de grandes temas e de pequenas trag�dias do cotidiano

Bruno Mazzeo, Debora Lamm, Katiuscia Canoro, Lucio Mauro Filho e Luis Miranda est�o no elenco da nova montagem da pe�a que foi sucesso nos anos 1990. BH recebe espet�culo neste s�bado (7) e domingo (8)


postado em 06/09/2019 04:00 / atualizado em 05/09/2019 19:33

Bruno Mazzeo é um dos cinco atores que apresentam esquetes na nova montagem(foto: Alfredo Risk/Divulgação )
Bruno Mazzeo � um dos cinco atores que apresentam esquetes na nova montagem (foto: Alfredo Risk/Divulga��o )
Bebendo na fonte do humor para pensar sobre a realidade, com uma vis�o descontra�da de aspectos sociais e comportamentais, o espet�culo 5 X com�dia chega a Belo Horizonte para duas apresenta��es, neste s�bado (7) e domingo (8), no Grande Teatro do Pal�cio das Artes.
 
Trata-se de uma nova vers�o da montagem que se tornou popular na d�cada de 1990. Em 1995, 5 X com�dia teve textos de Mauro Rasi, Pedro Cardoso, Hamilton Vaz Pereira, Vicente Pereira e Luis Fernando Verissimo. Na atual vers�o, assinam a dramaturgia Antonio Prata, J� Bilac, Pedro Kosovski, Julia Spadaccini e Luis Miranda.
 
No elenco, Bruno Mazzeo, Deborah Lamm, Katiuscia Canoro, Lucio Mauro Filho e Luis Miranda. Os atores encarnam personagens que satirizam diferentes caracter�sticas da sociedade moderna, em performances divididas em cinco esquetes. Cada ator teve liberdade para criar, o que resultou em universos diferentes em cada esquete. 

''N�o trabalhamos o humor depreciativo, a n�o ser a autodeprecia��o e o autodeboche. N�o fazemos brincadeiras que refor�am estigmas, que oprimem quem j� est� oprimido. � um humor inteligente, n�o apelativo''

Monique Gardenberg, diretora

“As hist�rias compreendem desde personagens da fantasia, como a Branca de Neve, um pai de primeira viagem, uma figurante que quer ser atriz, um homem desempregado e estressado que tenta meditar, at� uma madame pern�stica", conta Monique Gardenberg, que assina a dire��o ao lado de Hamilton Vaz Pereira.
 
Na lista de tem�ticas est�o ainda refer�ncias ao novo feminismo, � intoler�ncia que desafia os limites entre civilidade e barb�rie e ao desenho animado Peppa Pig. Todos os assuntos v�o surgindo em cita��es que aparecem aqui e ali.

Ainda na galeria dos temas, Monique cita men��es a redes sociais e pondera��es sobre o uso da tecnologia, que muitas vezes se torna uma pris�o para o indiv�duo, na medida em que se desligar completamente acaba sendo algo n�o muito simples. Tamb�m s�o feitas cr�ticas sobre rela��es de consumo, em um conjunto de cenas que colocam ainda na balan�a os sucessos mete�ricos da internet, quase sempre n�o firmados em um talento real, mas, antes, fruto de um senso de oportunidade ou modismos.
 
Lucio Mauro Filho faz personagem que tenta meditar em meio ao caos (foto: Renata Caldeira/Divulgação)
Lucio Mauro Filho faz personagem que tenta meditar em meio ao caos (foto: Renata Caldeira/Divulga��o)
"N�o trabalhamos o humor depreciativo, a n�o ser a autodeprecia��o e o autodeboche. N�o fazemos brincadeiras que refor�am estigmas, que oprimem quem j� est� oprimido. � um humor inteligente, n�o apelativo. O intuito � levantar quest�es acerca dos rumos da sociedade, dos padr�es contempor�neos de comportamento, por meio do humor. Afinal, rir de n�s mesmos ajuda a fazer o outro rir de si mesmo", afirma Monique. 
 
Hamilton Vaz Pereira descreve a vers�o atual como corajosa. "Quem viu l� atr�s pode querer comparar, e isso � um perigo. Mas a nova montagem n�o se amedronta. � o que se percebe nos textos que recebemos e na vitalidade que est� sendo mostrada por cada int�rprete", diz o diretor. O escritor e roteirista Antonio Prata comparece com Nana, nen�, seu primeiro texto para o teatro.
 
O quadro expressa o desespero de um clarinetista com a experi�ncia de ser pai. Na pele de Rodrigo, Bruno Mazzeo � um homem enlouquecido entre escalas de mamada e m�todos para fazer o beb� dormir. Julia Spadaccini assina Branca de Neve, esquete em que a personagem interpretada por Debora Lamm batalha para se desapegar da vida de princesa. Em Milho aos pombos, de Pedro Kosovski, Katiuscia Kanoro � uma eterna aspirante ao posto de atriz. Lucio Mauro Filho � o protagonista de Bola branca, texto de J� Bilac. 

Luis Miranda vive a arrogante e embebedada Madame Sheila(foto: Renata Caldeira/Divulgação)
Luis Miranda vive a arrogante e embebedada Madame Sheila (foto: Renata Caldeira/Divulga��o)
Ele interpreta um homem que, em meio ao caos urbano, tenta meditar por conta pr�pria e usa para isso um aplicativo. Mas n�o consegue se concentrar. Quando inicia o processo de medita��o, muita coisa lhe toma a aten��o – ou recebe mensagens, ou o interfone toca, ou a vizinha aparece para discutir o rod�zio na garagem, ou recebe uma entrega de comida por engano e at� uma ag�ncia de emprego telefona.
 
"Ele descobre que o buraco � mais embaixo. � um personagem com quem o p�blico se identifica, e as pessoas acabam rindo de si mesmas", comenta o ator. Na opini�o do ator, a discuss�o � atual e pertinente. "Vivemos uma eterna expectativa sobre o que vem dos aparelhos eletr�nicos, algo que deixa qualquer um maluco. Se acontece alguma coisa com o celular, por exemplo, ficamos quase �rf�os. 

Uma das ideias � fazer as pessoas se colocarem a favor ou contra tanta informa��o. Recebemos uma enxurrada de not�cias, e � quase imposs�vel se desligar e ter tranquilidade. Somos tomados por uma onda de agressividade, pela cultura do �dio, algo totalmente destrutivo. E muita gente busca fazer frente a isso pela religiosidade, pela espiritualidade e mesmo pela medita��o", comenta. 

Ainda que sejam m�quinas muito �teis, nas palavras do ator, em outra ponta o uso da tecnologia deve respeitar limites, encontrar equil�brio, "sen�o a gente vira rob�". L�cio Mauro Filho classifica o humor como o recurso mais poderoso para a cr�tica, e n�o somente no teatro, mas tamb�m em outras vertentes da arte. "A gra�a � poderosa, porque desarma. Se voc� chega s�rio, carrancudo, o outro do lado logo se arma. A gra�a quebra isso, surpreende, estabelece um canal de comunica��o."  

"N�o por acaso, assistimos, nos �ltimos anos, a um boom de comediantes no Brasil que se sustentam pelo humor. Haja vista a pe�a que, mesmo em um pa�s em crise, completa tr�s anos de sucesso. O povo gosta de rir e rir � cada vez mais necess�rio", avalia L�cio. Luis Miranda encena um esquete de pr�pria autoria. Madame Sheila � uma personagem criada por ele h� 20 anos, � �poca para performance no projeto Ter�a Insana. � uma mulher exc�ntrica, que vive em um mundo de ostenta��o. 

''O Brasil � t�o explorado por ricos e milion�rios, � tanta press�o, maldade, injusti�a, descaso, que o artista precisa se posicionar de alguma maneira. � nosso papel. E o humor faz isso com leveza, sem agredir ningu�m''

Luis Miranda, ator

A socialite chega da Fran�a, e julga muito do que encontra no Brasil, como o forte calor e as mulheres seminuas, o que ela considera deselegante. Sheila aprecia uma boa ta�a de champanhe e, � medida que a conversa se desenrola, vai ficando embriagada. "Chego a uma dicotomia: tanto o rico quanto o pobre perdem a classe quando se embriagam", observa o ator.  

O esquete de Madame Sheila, segundo Luis Miranda, alfineta a sociedade de consumo, os milion�rios e o jet-set, evidenciando fatos da vida p�blica, pol�tica e social que est�o na ordem do dia. Ao chegar � cidade em que a pe�a ser� apresentada, ele pesquisa elementos do local que possam ser engra�ados e adicionados ao texto-base.
 

''A gra�a � poderosa, porque desarma. Se voc� chega s�rio, carrancudo, o outro do lado logo se arma. A gra�a quebra isso, surpreende, estabelece um canal de comunica��o''

L�cio Mauro Filho, ator

"O Brasil � t�o explorado por ricos e milion�rios, � tanta press�o, maldade, injusti�a, descaso, que o artista precisa se posicionar de alguma maneira. � nosso papel. E o humor faz isso com leveza, sem agredir ningu�m", conclui. Daniela Thomas e Camila Schmidt s�o respons�veis pelo cen�rio, a ilumina��o fica a cargo de Maneco Quinder� e o figurino � de Cassio Brasil.
 
5X com�dia
De Antonio Prata, J� Bilac, Pedro Kosovski, Julia Spadaccini e Luis Miranda. Dire��o: Monique Gardenberg e Hamilton Vaz Pereira. Com Bruno Mazzeo, Debora Lamm, Katiuscia Canoro, Lucio Mauro Filho e Luis Miranda. S�bado (7), �s 21h, e domingo (8), �s 19h, no Grande Teatro do Pal�cio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos: Plateia I: R$ 60 e R$ 30 (meia); Plateias II e superior: R$ 40 e R$ 20 (meia), � venda na bilheteria do teatro pelo site Ingresso r�pido.


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