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Estado de Minas COM O CORA��O NAS M�OS

Regentes falam da emo��o de comandar uma orquestra pela primeira vez

Quatro jovens maestros que participaram do Laborat�rio de Reg�ncia com o titular da Filarm�nica de Minas Gerais, Fabio Mechetti, estrearam � frente da orquestra na quinta (26)


postado em 28/09/2019 04:00 / atualizado em 27/09/2019 22:59

Os jovens regentes Matheus Coelho, Lucas Araújo, Gesiel Vilarubia e Mariana Menezes, na Sala Minas Gerais (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
Os jovens regentes Matheus Coelho, Lucas Ara�jo, Gesiel Vilarubia e Mariana Menezes, na Sala Minas Gerais (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
A noite foi de estreia – n�o de uma obra, mas de uma fun��o. Matheus Coelho, Lucas Araujo, Gesiel Vilarubia e Mariana Menezes regeram, pela primeira vez, os 90 m�sicos da Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais, na quinta-feira (26) passada. Os quatro jovens maestros foram escolhidos pelo diretor art�stico e regente titular da Filarm�nica, Fabio Mechetti, entre os 15 alunos da edi��o 2019 de seu Laborat�rio de Reg�ncia, para se apresentar numa Sala Minas Gerais com 1.136 lugares ocupados – nessa noite especial, os ingressos tiveram distribui��o gratuita ao p�blico interessado. Ao final, todos foram aplaudidos de p�.

O laborat�rio ofereceu, durante tr�s dias, ensaios e aulas pr�ticas e te�ricas. O primeiro a mostrar o resultado da experi�ncia foi Gesiel Vilarubia, natural de S�o Bernardo do Campo (SP), que comandou a orquestra na execu��o da pe�a Os prel�dios, poema sinf�nico nº 3, de Franz Liszt, com dura��o de 15 minutos. Antes de cada trecho, o maestro Mechetti apresentou ao p�blico o jovem regente e as caracter�sticas do programa que ele conduziria.

Gesiel tem 32 anos. Come�ou a tocar trompete aos 9 e com 17 deu in�cio aos seus estudos formais com a m�sica. Tamb�m violonista, aos poucos foi se direcionando para a reg�ncia. A pe�a que ele regeu no concerto na Sala Minas Gerais � baseada no texto do poeta rom�ntico franc�s Alphonse De Lamartine (1790-1869). 

''Eu me senti agraciado pela tamanha generosidade da orquestra conosco. Vi nos olhos dos m�sicos que estavam dispostos a fazer m�sica comigo. Esta n�o � uma profiss�o; � uma voca��o''

Lucas Ara�jo, maestro paulista, de 28 anos



"S�o momentos contrastantes, mais intensos ou mais buc�licos, em geral com uma natureza mel�dica extremamente rom�ntica. Ter contato com esses compositores e poder recriar essas obras com a orquestra � algo que n�o tem pre�o. Foi a necessidade de me expressar de uma maneira mais significativa que me fez buscar a orquestra", conta. 

Ap�s a apresenta��o, Gesiel disse que aproveitou o momento. "Fiquei realmente entusiasmado, e o p�blico recebeu muito bem. Para mim, � um divisor de �guas. Vou continuar trabalhando com reg�ncia, n�o quero parar. Esse foi um passo importante de muitos outros que vir�o." 

Na sequ�ncia, Lucas Ara�jo, de 28, nascido em Ribeir�o Pires (SP), apresentou os 10 minutos da Abertura festival acad�mico, op. 80, de Johannes Brahms. "Dificilmente temos a oportunidade de coordenar uma orquestra profissional quando somos jovens maestros, ainda mais um conjunto de tanta qualidade. O laborat�rio � uma experi�ncia �mpar, maravilhosa, n�o existe nada parecido no pa�s. Podemos entender com funciona o ambiente de uma orquestra profissional, desde o hor�rio de chegada, a prepara��o, at� os ensaios", disse ele, que se interessou pela m�sica influenciado pela viv�ncia com a fam�lia na igreja.

''Fiquei realmente entusiasmado, e o p�blico recebeu muito bem. Para mim, � um divisor de �guas. Vou continuar trabalhando com reg�ncia, n�o quero parar. Esse foi um passo importante de muitos outros que vir�o''

Gesiel Vilarubia, maestro paulista, de 32



Com 10 anos, Lucas come�ou a tocar trombone; aos 15, percebeu mais claramente sua aptid�o para a reg�ncia, e com 20 iniciou os estudos de maneira efetiva. "O que mais me encanta na arte da reg�ncia � ver a m�sica saindo de seu gesto." 

No palco, ele deu vida � obra alegre e circunstancial do compositor alem�o nascido no s�culo 19. Ao encerrar sua participa��o, Lucas se mostrou, antes de tudo, grato. "Eu me senti agraciado pela tamanha generosidade da orquestra conosco. Vi nos olhos dos m�sicos que estavam dispostos a fazer m�sica comigo. Esta n�o � uma profiss�o – � uma voca��o."

O terceiro a se apresentar foi Matheus Coelho, de 24, nascido em Campo Grande (MS), que regeu O morcego: abertura, obra de Johann Strauss, pe�a de nove minutos. Matheus dispensou a partitura para reger a c�lebre valsa. 

"A Filarm�nica de Minas Gerais est� entre as mais importantes da Am�rica Latina. S�o poucas as oportunidades para jovens regentes. Quando comecei a estudar reg�ncia, um amigo me contou sobre esse projeto e fiquei empolgado. Para mim, � a realiza��o de um sonho que venho cultivando h� muito tempo", conta.

''A m�sica me abriu fronteiras e novas vis�es sobre minha carreira e o mundo. Seu valor est� em tocar uma parte da sociedade dif�cil de acessar, algo muito ligado � educa��o, n�o s� no ponto de vista art�stico, intelectual, da alma''

Matheus Coelho, maestro sul-mato-grossense, de 24



Matheus estuda m�sica desde os 13. O in�cio foi com o clarinete. "A m�sica me abriu fronteiras e novas vis�es sobre minha carreira e o mundo. Seu valor est� em tocar uma parte da sociedade dif�cil de acessar, algo muito ligado � educa��o, n�o s� no ponto de vista art�stico, intelectual, da alma." Depois do concerto, s� satisfa��o. "Foi uma experi�ncia muito emocionante. N�o � todo dia que vivemos isso."

Mineira de Uberaba, Mariana Menezes, de 30, encerrou o concerto com O aprendiz de feiticeiro, de Paul Dukas, a famosa composi��o da trilha sonora do filme estrelado da Disney Fantasia (1940).

"� uma obra com muitos efeitos, uma orquestra��o complexa, de momentos inesperados, fortes e impactantes", descreve a regente. Para ela, foram dias intensos, de aprendizado e crescimento. "O maestro � criterioso, direto, identifica nosso ponto fraco e oferece a solu��o. Conseguimos chegar a um resultado muito bom em pouco tempo. � um sonho estar � frente desses m�sicos fant�sticos." 

Mariana iniciou seus estudos na m�sica aos 5, no Conservat�rio de Uberaba. Com 13, j� sentia vontade de ser regente e, assim, montou seu primeiro coro. "Eu me encanto pelo fato de que o regente n�o faz a m�sica sozinho, � algo compartilhado. N�o apenas pelos gestos. Gosto muito quando consigo transmitir minha energia para os m�sicos e receber a deles de volta. Isso me faz vibrar", afirma a maestrina, que tamb�m dispensou a partitura.

''Fiquei muito emocionada. � uma sala espl�ndida. Os m�sicos estavam comprometidos. Agrade�o a gentileza do maestro de nos ensinar com paci�ncia e por ter dedicado tanto tempo para n�s. Uma grande alegria''

Mariana Menezes, regente mineira, de 30



Antes de subir ao palco, Mariana comentou que tinha receio de n�o corresponder �s expectativas. No final, disse que estava feliz e animada e agradeceu a chance. "Fiquei muito emocionada. � uma sala espl�ndida. Os m�sicos estavam comprometidos. Agrade�o a gentileza do maestro de nos ensinar com paci�ncia e por ter dedicado tanto tempo para n�s. Uma grande alegria", comemorou. 

Essa foi a 11ª edi��o do Laborat�rio de Reg�ncia, pelo qual j� passaram 137 jovens maestros de diversos estados brasileiros. Fabio Mechetti conta que, logo que come�ou sua carreira como maestro, constatou uma dificuldade para regentes conseguirem desenvolver e praticar sua atividade. 

"Eram poucas as janelas de oportunidade. Bem no in�cio da hist�ria da Filarm�nica, fiz quest�o de abrir esta semana de laborat�rio para, justamente, dar a jovens regentes brasileiros que est�o despontando a chance de trabalhar com uma orquestra profissional e do n�vel da Filarm�nica”, diz.

A principal vantagem do laborat�rio para os participantes, segundo o maestro, � ter a chance de “realizar um concerto em di�logo direto com os m�sicos profissionais, j� que muitos se formam sem ter experi�ncia pr�tica, o que pode complicar a pretens�o de carreira no futuro. O laborat�rio, mesmo em poucos dias, � uma experi�ncia valiosa, intensa e propositada. A reg�ncia � um instrumento para fazer da m�sica ve�culo de transmiss�o de valores e pensamentos eternos". 

A advogada Sandra Mara Sampaio, de 35, estava na plateia ao lado do marido, Cristiano, e dos filhos pequenos Camila e Artur, que tiveram o sono embalado pelo concerto. Ela conta que foi a primeira vez que teve contato com a m�sica cl�ssica. "Todo mundo fala que � maravilhoso e viemos comprovar. � muito bom para os maestros mostrarem tudo que aprenderam", disse.

Santina Maria, de 54, � f� de carteirinha da orquestra. A servidora p�blica est� sempre presente nos concertos da Filarm�nica. "Um projeto excelente. � uma profiss�o muito dif�cil, ent�o temos mesmo que valorizar e incentivar." Os estudantes Larissa Tain�, de 14, e Nicolas Henrique, de 13, foram ao concerto juntos com a turma de jud�, que congrega aproximadamente 20 pessoas. O grupo estava animado. "� diferente de tudo que j� vimos."


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