'O que a Marvel faz n�o � cinema', diz Scorsese

Martin Scorsese, um dos cineastas de maior prest�gio da atualidade, provocou pol�mica no meio cinematogr�fico na sexta-feira, 4, quando afirmou que os longas de super-her�is, como os dos est�dios da Marvel, "n�o s�o filmes".

"Eu n�o os vejo. Tentei, sabia? Mas isso n�o � cinema", disse Scorsese em entrevista � revista brit�nica Empire. "Honestamente o mais perto que posso estar deles, por mais bem feitos que sejam, com atores que fazem o melhor poss�vel nessas circunst�ncias, s�o os parques tem�ticos", brincou o diretor de 76 anos, ignorando os 23 longas j� financiados pela Marvel.

"N�o � o cinema de seres humanos que tenta transmitir experi�ncias emocionais e psicol�gicas a outro ser humano", continuou ele que, al�m de ser considerado um dos maiores cineastas americanos atuais, � um ferrenho defensor da s�tima arte, financiando projetos de restauro de longas amea�ados de desaparecer, gra�as � a��o da entidade Film Foundation, capitaneada por ele - o filme Limite, dirigido pelo brasileiro M�rio Peixoto em 1931, por exemplo, � uma obra que foi restaurada pela organiza��o.

Tais coment�rios t�o incisivos abalaram a comunidade cinematogr�fica de Hollywood, onde o autor de filmes lend�rios como Taxi Driver, Touro Indom�vel ou Cassino � habitualmente idolatrado pelos profissionais do cinema.

"Martin Scorsese � um dos meus cinco cineastas favoritos. Fiquei indignado quando as pessoas se manifestaram contra um de seus filmes, A �ltima Tenta��o de Cristo, sem nem ter visto", tuitou James Gunn, diretor de Guardi�es da Gal�xia. "Me entristece que agora esteja julgando meus filmes da mesma maneira", continuou.

"Quem pensa que a Marvel est� apenas tentando fazer passeios em parques tem�ticos � injusto e c�nico", disse Christopher Robert Cargill, roteirista de Doutor Estranho. "Creio que uma das maiores fal�cias do pensamento moderno � que o cinema precisa ser um desafio", acrescentou ele, no Twitter.

"Isso n�o apenas exclui muitos filmes excelentes que a maioria chamaria de cinema, mas descarta a ideia de que o cinema pode ser acess�vel a todos, que pode capturar a imagina��o de crian�as de 8 anos", finalizou.

Scorsese mexeu em um vespeiro ao minimizar um g�nero que tem mantido a sa�de financeira da ind�stria do cinema - Vingadores - Ultimato, por exemplo, tornou-se o maior sucesso de bilheteria da hist�ria, ao somar mais de US$ 2,79 bilh�es, em julho.