'Bate cora��o', com Ilvio Amaral e Maur�cio Cangu�u, chega aos cinemas

 

Anualmente, a produtora Esta��o Luz Filmes realiza em Fortaleza a Mostra de Teatro Transcendental, que re�ne montagens voltadas para a tem�tica da espiritualidade, na qual s�o abordadas li��es de f�, amor e altru�smo.

 

Foi durante esse evento que o diretor cearense Glauber Filho – que tem no curr�culo filmes com esse eixo, como Bezerra de Menezes e As m�es de Chico Xavier – conheceu duas pe�as escritas pelo dramaturgo Ronaldo Ciambrino, que tamb�m seguiam essa linha transcendental: Acredite, um esp�rito baixou em mim, estrelado pelos atores mineiros �lvio Amaral e Mauricio Cangu�u, e Cora��o safado, com dire��o de Ilvio.

Enquanto a primeira fala sobre um homossexual que, inconformado com a pr�pria morte, foge do c�u para viver novas experi�ncias e acaba criando uma grande confus�o ap�s incorporar num machista radical, a segunda traz a hist�ria de Safira, que, ap�s sofrer infarto, recebe a doa��o do cora��o de Danilo, um conquistador barato que morreu ao praticar sexo com a amante.

 

“Al�m de ter gostado muito do trabalho dos dois (Maur�cio e Ilvio), achei que daria para pegar o que cada uma dessas produ��es tinha de melhor e criar algo novo”, explica o cineasta.

Ao lado do pr�prio Ronaldo e do ator Daniel Dias, Gl�uber criou o roteiro de Bate cora��o, filme que chega hoje (7) aos cinemas de BH e Contagem. A trama gira em torno de Sandro (Andr� Bankoff) e Isadora (o �timo e irreconhec�vel Aramis Trindade). O primeiro � um publicit�rio solteir�o e conquistador, que � comprometido com o trabalho, mas tem opini�es homof�bicas.

 

J� Isadora � uma travesti e dona de um sal�o de beleza que passou por v�rios obst�culos durante a vida para vencer o preconceito. A hist�ria deles se cruza quando na noite de ano-novo Sandro sofre ataque card�aco e acaba precisando de um cora��o novo, que pertencia � travesti que faleceu momentos antes, v�tima de um atropelamento. Ap�s o transplante, ela – j� um esp�rito – passa a seguir os passos do publicit�rio, enquanto ele come�a a ter mudan�as significativas de comportamento.

Al�m de s�cios percentualizados da produ��o, Maur�cio e Ilvio atuam no longa como a dupla de vil�s Dolores e Cassandra Mercury, duas travestis que s�o desafetos da protagonista. Ilvio Amaral ressalta o papel de entretenimento do filme, mas tamb�m sua miss�o social.

 

“Ele tem v�rios motes interessantes, como a doa��o de �rg�os, contando, inclusive, com depoimentos reais, traz a quest�o da homofobia, que, infelizmente, est� super em voga. Tenho percebido nas pr�-estreias que as pessoas est�o se divertindo, mas tamb�m se emocionando. Acredito que o filme vai causar todo tipo de rea��o”, frisa o ator e diretor, que celebra seu personagem. “N�o sei como conseguiram deixar eu e Maur�cio ainda mais feios (risos). Mas Cassandra foi um presente. Ela � divertid�ssima. Achei que seria uma participa��o, mas ela tem uma fun��o essencial na trama”, pontua.

Para Gl�uber Filho, Bate cora��o – que, segundo ele, � a primeira com�dia esp�rita ou transcendental das telas no Brasil – tem a urg�ncia de resgatar um pouco da humanidade que as pessoas andam perdendo e traz � tona a import�ncia de olhar para o outro. “� preciso ter empatia e reconhecer o outro na sua exist�ncia, na sua diferen�a. A sociedade s� � sadia enquanto diversa. O cora��o � a met�fora para olhar as coisas atrav�s do sentimento, da emo��o. Espero que o espectador consiga se sentir tocado nesse sentido tamb�m”, comenta.

O filme traz ainda Helo�sa Jorge, Paulo Verling, Mariana Armellini, Brenno Leone, Germana Guilherme, Denis Lacerda e Patricia Dawson. “At� o nosso elenco reflete a diversidade da sociedade. Temos atores trans, cisg�neros, drags. E isso � bem bacana”, salienta.