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Estado de Minas

Estudo cient�fico esclarece por que gostamos de determinadas m�sicas

Pesquisadores identificaram que a rela��o entre incerteza e surpresa � fundamental para o prazer de ouvir


postado em 13/11/2019 04:00 / atualizado em 12/11/2019 18:16

Público reage a show do Genesis, no estádio Wembley, em Londres, em 2007. Banda tem canção entre as favoritas do grupo de voluntários que tomou parte no estudo científico(foto: CARL DE SOUZA/AFP)
P�blico reage a show do Genesis, no est�dio Wembley, em Londres, em 2007. Banda tem can��o entre as favoritas do grupo de volunt�rios que tomou parte no estudo cient�fico (foto: CARL DE SOUZA/AFP)
Um grupo de pesquisadores que analisou estatisticamente dezenas de milhares de progress�es de acordes em hits cl�ssicos da Billboard dos EUA diz ter descoberto o que torna algumas m�sicas t�o agrad�veis. De acordo com os cientistas, a resposta est� na combina��o adequada de incerteza e surpresa.

Vincent Cheung, do Instituto Max Planck de Cogni��o Humana e Ci�ncia Cerebral, na Alemanha, que liderou o estudo, disse que os dados podem at� ajudar os compositores em suas cria��es. "� fascinante que os humanos possam obter prazer de uma pe�a de m�sica apenas pela maneira como os sons s�o ordenados ao longo do tempo", afirma.

Os compositores sabem intuitivamente que a expectativa tem um papel importante no prazer que obtemos da m�sica, mas a rela��o exata permanecia nebulosa. Em artigo publicado pela revista Current Biology, Cheung e coautores selecionaram 745 m�sicas pop cl�ssicas da Billboard dos EUA, de 1958 a 1991, incluindo Ob-la-di, ob-la-da, dos Beatles, Red red wine, da UB40, e Knowing me, knowing you, do ABBA.

Eles ent�o usaram um modelo de learning machine (aprendizado de m�quina) para quantificar matematicamente o n�vel de incerteza e surpresa de 80 mil progress�es de acordes em rela��o um ao outro e tocaram uma pequena sele��o para cerca de 80 indiv�duos conectados a scanners cerebrais de resson�ncia magn�tica funcional.

DESCOBERTA

Os cientistas descobriram que, quando os sujeitos do teste estavam relativamente certos sobre qual acorde esperar em seguida, eles acharam agrad�vel quando foram, em vez disso, surpreendidos. Por outro lado, quando os indiv�duos n�o tinham certeza do que esperar em seguida, acharam agrad�vel quando os acordes subsequentes n�o eram surpreendentes.
O prazer musical em si era refletido na am�gdala, hipocampo e c�rtex auditivo do c�rebro – regi�es associadas ao processamento de emo��es, aprendizado e mem�ria, e processamento de sons, respectivamente. Contrariamente a pesquisas anteriores, a equipe descobriu que o n�cleo accumbens – uma regi�o que processa expectativas de recompensa e que se pensava desempenhar um papel no prazer musical – refletia apenas a incerteza.

Cheung explicou que ele e seus colegas decidiram reduzir a m�sica a apenas acordes, porque as letras e a melodia poderiam lembrar os ouvintes de associa��es ligadas �s m�sicas e contaminar o experimento. Mas, acrescentou, a t�cnica poderia ser aplicada igualmente para investigar melodias, e ele tamb�m est� interessado em entender se as descobertas permanecem semelhantes para outros g�neros, como o   jazz, e tradi��es musicais n�o ocidentais, como as da China e da �frica.

O estudo se enquadra amplamente no campo relativamente novo da musicologia computacional, que fica na interse��o entre ci�ncia e arte. Ent�o, os dados poderiam ajudar a desbloquear a f�rmula m�gica para escrever m�sicas? "� uma caracter�stica importante que pode ser explorada, mas n�o seria a �nica coisa que pode ser usada para criar uma m�sica pop", disse Cheung.

A equipe descobriu que as tr�s progress�es de acordes mais bem avaliadas que tocaram para os participantes do estudo apareceram em Invisible touch, da banda inglesa Genesis dos anos 1980, no hit de 1968 Hooked on a feeling, de BJ Thomas, e no cl�ssico dos Beatles Ob-la-di, ob-la-da. 


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