
Em atividade desde 1997, o est�dio Arquitetos Associados, de Belo Horizonte, vai responder pela curadoria do Pavilh�o do Brasil na 17ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, que tem in�cio em 23 de maio. A previs�o � que os nomes participantes da exposi��o sejam anunciados pela Funda��o Bienal de S�o Paulo, respons�vel pela representa��o brasileira, no m�s que vem.
O que se sabe, por ora, � que a mostra vai dialogar com o tema da exposi��o principal desta edi��o: How will we live together? (Como viveremos juntos?), proposta do curador geral Hashim Sarkis. “A proposi��o em si � uma provoca��o, pois hoje o contexto mundial � de conflitos em todas as inst�ncias, das fronteiras, das desigualdades sociais. Colocado isso, temos que pensar como a arquitetura pode redefinir o contrato social, para que possibilidades mais abertas possam ocorrer”, afirma Carlos Alberto Maciel, um dos s�cios do est�dio.
Espa�o colaborativo, em que seus integrantes atuam tamb�m em projetos individuais, em dupla ou coletivo, o Arquitetos Associados conta, atualmente, com cinco integrantes: Alexandre Brasil, Andr� Luiz Prado, Bruno Santa Cec�lia e Paula Zasnicoff, al�m de Maciel. Para a curadoria em Veneza, o grupo vai atuar com o designer visual Henrique Penha.“Nossa proposta ainda est� em desenvolvimento, mas, no momento, a quest�o que se coloca mais premente � pensar como o tema pode ser abordado no contexto brasileiro. O Brasil tem uma peculiaridade, por ter se urbanizado no per�odo de desenvolvimento econ�mico coincidente com o da arquitetura moderna. Todas as cidades brasileiras t�m uma identidade comum, pois, quando seus centros estavam crescendo, havia uma press�o demogr�fica grande. Hoje, com as cidades consolidadas, h� uma espacializa��o das diferen�as e, talvez, a oportunidade de reduzi-las esteja em cima de novas a��es, algo que n�o seja uma reprodu��o do que foi feito no s�culo 20”, afirma Maciel.
''A quest�o que se coloca � pensar como o tema pode ser abordado no contexto brasileiro. O Brasil tem uma peculiaridade, por ter se urbanizado no per�odo de desenvolvimento econ�mico coincidente com o da arquitetura moderna. Hoje, com as cidades consolidadas, h� uma espacializa��o das diferen�as e, talvez, a oportunidade de reduzi-las esteja em cima de novas a��es, algo que n�o seja uma reprodu��o do que foi feito no s�culo 20''
Carlos Alberto Maciel, arquiteto
TRANSFORMA��O
Para ele, � necess�rio repensar o modo como a arquitetura operou ao longo do �ltimo s�culo. “Para pensar em como viveremos juntos, temos que ter o olhar do passado, aquele que construiu as cidades, com uma vis�o prospectiva de transforma��o.”Projeto de 1959 dos arquitetos Henrique Mindlin e Giancarlo Palanti inaugurado em meados dos anos 1960, o Pavilh�o do Brasil ocupa uma parte nobre do Giardini, uma das duas �reas onde ocorre a Bienal. “A ideia � dialogar com o tema colocado a partir da experi�ncia brasileira, quase como uma segunda narrativa”, diz Maciel.
Em seus poucos mais de 20 anos de atividade, o Arquitetos Associados vem se destacando com projetos que pensam a interse��o entre arquitetura e arte. O escrit�rio assinou v�rios projetos do Instituto de Arte Contempor�nea Inhotim, em Brumadinho. Entre eles, as galerias Claudia Andujar, Cosmococa, Miguel Rio Branco e o Centro Educativo Burle Marx. “Foi um aprendizado de uma d�cada, que serviu quase como uma sequ�ncia de experimentos em que pudemos estabelecer diferentes tipos de colabora��o com a curadoria e os pr�prios artistas”, comenta Maciel.
Al�m da experi�ncia em Inhotim, ainda no campo das artes o escrit�rio criou os projetos dos museus do Meio Ambiente, no Jardim Bot�nico, e o de Arte Popular da Casa do Pontal, ambos no Rio de Janeiro, e assina tamb�m a amplia��o da Pinacoteca do Estado de S�o Paulo.