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Estado de Minas CINEMA

Corrup��o policial � tema do longa brasileiro 'A divis�o', que estreia nesta quinta (23)

Trama envolve trabalho da unidade anti-sequestro na pol�cia carioca durante onda de crimes nos anos 1990 e originou tamb�m s�rie hom�nima


postado em 23/01/2020 04:00 / atualizado em 22/01/2020 18:33

A divisão aborda trabalho da unidade antissequestro na polícia carioca durante onda de crimes nos anos 1990 para mostrar manejo da força policial em favor da elite(foto: Downtown/Paris/Divulgação )
A divis�o aborda trabalho da unidade antissequestro na pol�cia carioca durante onda de crimes nos anos 1990 para mostrar manejo da for�a policial em favor da elite (foto: Downtown/Paris/Divulga��o )

Em Motorrad (2017), experimenta��o do diretor Vicente Amorim (O caminho das nuvens, Cora��es sujos) no g�nero terror, a trama fict�cia mostrava um grupo de trilheiros perseguidos no interior de Minas Gerais por motoqueiros assassinos e armados com fac�es. Em A divis�o, seu novo longa, que estreia nesta quinta-feira (23) nos cinemas, o horror vem da realidade. A trama se baseia na onda de sequestros que apavorou o Rio de Janeiro em 1997, tendo sido violentamente combatida pela pol�cia.

A divis�o � mais um exemplo de produto h�brido no campo do audiovisual. Lan�ada em julho pelo GloboPlay, servi�o de streaming da emissora carioca, com cinco epis�dios, a s�rie hom�nima tem o mesmo enredo e n�cleo principal de personagens. Por�m, o filme foi concebido anteriormente. “E n�o � a mesma hist�ria”, diz Amorim, que assina a dire��o dos dois produtos.
 
A produ��o � de Jos� J�nior, fundador da ONG carioca AfroReggae. “Primeiro foi feito o roteiro do longa, que nos deixou satisfeitos. Ent�o partimos para a s�rie. � o mesmo assunto, mas com um recorte diferente. N�o � justo dizer que a s�rie seria um subproduto. Foram desenvolvidos juntos”, afirma o diretor.

Jos� Luiz Magalh�es, ex-inspetor-chefe da Divis�o Antissequestro (DAS) da Pol�cia Civil carioca, se juntou ao time de roteiristas. Ele acompanhou de perto a sucess�o de acontecimentos que fez o �ndice de sequestros cair de 11 por m�s (tendo indiv�duos da classe m�dia e da elite da cidade entre as principais v�timas) para zero no Rio, nos anos 1990.

“O que se passou no Rio de Janeiro h� 20 anos � um ponto de partida para refletirmos sobre a pol�cia que temos hoje, no Brasil todo. A pol�cia tem como objetivo principal proteger a elite, separar a elite do resto. Isso � claro em todas as a��es policiais que a gente v� no pa�s e ficou desnudado durante essa crise dos sequestros no Rio nos anos 1990. Por que o sequestro foi a �nica modalidade de crime erradicada? Porque incomodava a elite. Nenhum outro tipo de crime teve seus �ndices melhorados dessa forma”, afirma Amorim.

Preservando identidades e criando personagens fict�cios, o filme mostra os pol�micos caminhos dessa campanha. Quando a filha de um deputado, postulante ao governo do estado, interpretado por Dalton Vigh, � sequestrada, a solu��o encontrada pelo chefe de pol�cia Paulo Gaspar (Bruce Gomlevsky) para resgat�-la � confiar a miss�o a tr�s agentes contraventores. 

Santiago (Erom Cordeiro), Roberta (Natalia Lage) e Ramos (Thelmo Fernandes) s�o policiais que “ganham um extra” sequestrando e extorquindo dinheiro de traficantes. A corrup��o do trio � do conhecimento de Gaspar, que planejava entreg�-los � Corregedoria, mas preferiu aproveitar os conhecimentos do grupo.

''O que se passou no Rio de Janeiro h� 20 anos � um ponto de partida para refletirmos sobre a pol�cia que temos hoje, no Brasil todo. A pol�cia tem como objetivo principal proteger a elite, separar a elite do resto. Por que o sequestro foi a �nica modalidade de crime erradicada? Porque incomodava a elite. Nenhum outro tipo de crime teve seus �ndices melhorados dessa forma''

Vicente Amorim, diretor



Enviados � DAS, eles ter�o que lidar com dois delegados: o incorrupt�vel mas cruel e sanguin�rio Mendon�a (Silvio Guindane) e Ben�cio (Marcos Palmeira), de abordagem mais tranquila e interesses escusos. Durante as investiga��es para localizar e libertar a jovem, � medida que a DAS se torna mais eficiente e violenta em suas a��es, s�o expostos interesses conflitantes dentro e fora da corpora��o, em muitas cenas de a��o, persegui��o e viol�ncia, sem poupar sangue, tortura ou assassinatos a sangue-frio.

“Essa hist�ria mostra que para resolver um problema de seguran�a p�blica, havendo vontade pol�tica � poss�vel. Mas, no Rio e no Brasil, ela � determinada pela elite, que n�o vai poupar nenhum escr�pulo, nem o de usar policiais sanguin�rios ou corruptos para resolver o problema que ela est� enfrentando. H� esse vi�s pol�tico, mas tamb�m h� o humano, da busca de reden��o desses policiais, que, em vez de condenados, recebem uma miss�o que se transforma em uma oportunidade para isso”, analisa o diretor.

Reden��o 

No grupo de policiais em busca de reden��o na opera��o antissequestro, o de maior desaque � Santiago, que ganha o protagonismo da hist�ria. “Todo processo dentro desse trabalho foi muito cuidadoso, em pequenos detalhes art�sticos, de postura, de como manejar a arma. Uma quest�o importante foi o trabalho do Jos� J�nior e do AfroReggae, que tem 27 anos de atividade e um hist�rico de media��o entre poder p�blico, comunidades e tr�fico, resolvendo v�rias situa��es delicadas e trabalhando a reinser��o social. Eles tinham bastante know-how nesse contexto e foi importante para entendermos a complexidade de tudo isso”, diz Erom Cordeiro, int�rprete do personagem. Na opini�o do ator, o filme “mostra um funcionamento eficiente da pol�cia, mas sem esconder as engrenagens podres e enferrujadas que ela tem”.



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