Mostra de Cinema de Tiradentes premiou a diversidade brasileira
Longa de fic��o cearense levou o Trof�u Barroco, produ��o ind�gena ficou com o Pr�mio Carlos Reichenbach, curta sobre o racismo venceu a Mostra Foco e filme LGBT ter� apoio do Canal Brasil
postado em 03/02/2020 04:00 / atualizado em 02/02/2020 18:06
Equipe cearense do filme Canto dos ossos comemora a vit�ria na Mostra de Tiradentes (foto: Fotos: Leo Lara/divulga��o
)
Canto dos ossos, dirigido por Petrus de Bairros e Jorge Polo, levou o pr�mio de melhor longa-metragem da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, encerrada na madrugada de domingo (2) na cidade hist�rica mineira.
“Esta premia��o � importante pelo retorno do nosso esfor�o, da vontade e de nossa entrega ao longo da produ��o. Ao mesmo tempo, � o momento de a gente pensar em formas de sustentabilidade do cinema brasileiro”, defende o diretor Petrus de Bairros, que levou o Trof�u Barroco para o Cear�. “O qu�o sustent�vel � premiar um filme, quantos percursos v�o prosseguir a partir disso? Ser� que s� o nosso, ser� que poderiam ser outros filmes?”, questiona.
O diretor cearense considera urgente discutir novas maneiras de festivais e institui��es contribu�rem para viabilizar produ��es como Canto dos ossos, “feitas sem apoio”. “� necess�rio pensar em como abarcar mais, estimular mais, procurar formas de potencializar pessoas que trabalham com o cinema”, afirma Petrus.
O mineiro Yamiyhex – As mulheres-esp�rito, dirigido por Sueli Maxakali e Isael Maxakali, levou o Pr�mio Carlos Reichenbach. De acordo com os diretores, a premia��o reflete a crescente presen�a de ind�genas no audiovisual brasileiro.
A veterana atriz e diretora Helena Ignez entregou o pr�mio batizado com seu nome, dedicado � participa��o feminina, � diretora de fotografia L�lis Soares, que participou de tr�s filmes exibidos em Tiradentes: Ilhas de calor, Minha hist�ria � outra e Um dia com Jerusa.
“Festivais s�o importantes para dar visibilidade ao nosso trabalho. Como fot�grafa, adorei as imagens aqui do Cine Tenda, fiquei muito feliz com o cuidado com elas”, diz L�lis, observando que o pr�mio foi “a cereja do bolo” de um trabalho �rduo. “S�o as mulheres ocupando espa�o no cinema. Mulheres negras, ent�o, s�o muito poucas, nem h� estimativa de quantas de n�s exercem essa fun��o.”
Abordando o racismo, o curta carioca Egum, de Yuri Costa, conquistou o pr�mio da Mostra Foco. O diretor lembrou o “trabalho de muitas d�cadas” de pessoas convictas de que � poss�vel fazer arte negra no Brasil. “Agrade�o a todos os artistas negros que abriram esse caminho e tamb�m por nos dar a chance de abrir o caminho para todos que vir�o depois de n�s. A nossa luta n�o acaba, � pra sempre”, afirmou. “N�o podemos voltar atr�s, pois somos 54% da popula��o e lutamos para sermos vistos.”
O longa baiano At� o fim, de Glenda Nic�cio e Ary Rosa, e o curta potiguar A parteira, de Catarina Doolan, ganharam pr�mios concedidos pelo j�ri popular. O universo LGBT foi contemplado em Perifericu, que levou o Pr�mio Canal Brasil de Curtas. As diretoras Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira mostraram a vida de amigas que lutam para ter sua op��o sexual respeitada no Cap�o Redondo, bairro da periferia paulistana.
Coordenadora da Mostra de Tiradentes, Raquel Hallak diz que a edi��o de 2020 buscou dar representatividade a v�rios segmentos da sociedade brasileira. “A Mostra nos convida a pensar como queremos imaginar um outro mundo, como poderemos desfrutar e construir novos rumos fazendo isso por meio das imagens, essa pot�ncia que o cinema tem como arte”, afirma Hallak.
Sueli Maxakali e Isael Maxakali recebem pr�mio no Cine Tenda
VENCEDORES
MELHOR LONGA/J�RI OFICIAL
Canto dos ossos (CE), de Jorge Polo e Petrus de Bairros
MELHOR LONGA/J�RI POPULAR
At� o fim (BA), de Glenda Nic�rio e Ary Rosa
MELHOR LONGA/J�RI JOVEM
Yamiyhex – As mulheres-esp�rito (MG), de Sueli Maxakali e Isael Maxakali
MELHOR CURTA/J�RI OFICIAL
Egum (RJ), de Yuri Costa
MELHOR CURTA/J�RI POPULAR
A parteira (RN), de Catarina Doolan
PR�MIO CANAL BRASIL
Perifericu (SP), de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira