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Estado de Minas

Efe Godoy descobre novas formas de criar nestes dias de quarentena

Artista visual mineiro usa o Instagram para desenvolver desenhos e poemas que remetem ao real e ao fant�stico. 'O medo faz a gente se movimentar', afirma ele


postado em 08/04/2020 04:00

Efe Godoy diz que o pior do isolamento %u201Cé o medo de não poder sair%u201D (foto: Gnomo/Rato Alado/divulgação)
Efe Godoy diz que o pior do isolamento %u201C� o medo de n�o poder sair%u201D (foto: Gnomo/Rato Alado/divulga��o)

“Ganhei mais visibilidade. As pessoas est�o com mais tempo para rolar o feed. A recep��o tem sido bonita”, conta o artista visual Efe Godoy sobre a repercuss�o on-line de seu trabalho nestes dias de isolamento social.

O pintor e poeta aproveita a quarentena para criar, alimentando diariamente o perfil @efegodoy no Instagram. “O trabalho que desenvolvo � para levar paz e serenidade �s pessoas”, diz. Aquarelas, desenhos, fotos e v�deos trazem hist�rias sobre objetos da casa dele, entre outros conte�dos.

“Gosto de saber quem est� querendo ter um desenho meu”, conta Efe. O comprador de uma de suas aquarelas – a Num desespera, que traz uma ovelha com tra�os delicados e aur�ola na cabe�a – disse a ele que precisa da pintura para se sentir tranquilo. “Desenho, para mim, � medita��o. De repente, esse objeto reverbera o bem para outra pessoa.”

Apesar de estar sempre na ativa e alimentar as redes diariamente, Efe procura respeitar o seu pr�prio tempo. “Tem dia em que voc� acorda muito disposto a fazer tudo. Em outros, voc� acorda s� para ver filmes e se afastar das not�cias”, comenta.

Para ele, o pior do isolamento social � o medo de n�o poder sair. “O medo faz a gente se movimentar de alguma forma, seja mais para dentro ou mais para fora. Acho que sou a mistura dos dois. O hibridismo que existe nos meus desenhos existe em mim tamb�m.”

Efe adotou a arte como profiss�o em 2013, mas desde crian�a se aventura pelo mundo dos desenhos. “Gosto de desenhar a toda hora. Se n�o desenho, fico triste”, comenta. Suas obras mesclam o real e o fant�stico em composi��es h�bridas, nas quais elementos antes distantes se tornam um �nico ser. Em sua nova s�rie, ele desenha animais com cabe�a de plantas, trazendo pequenas frases. “Gosto de dar nome para tudo. � um filho, todos os filhos t�m que ter nome”, brinca.

“O Instagram � onde me conecto com parentes das artes. Essa rede tem salvado os meus dias, apesar de eu estar meio viciado. Antes do isolamento, o celular estava avisando quatro horas di�rias (de uso), mas agora est� dando oito. O que me assusta! Ao mesmo tempo, � bom, pois mantenho contato com os outros”, conta o sete-lagoano.

''Desenho, para mim, � medita��o%u201D

Efe Godoy, artista visual



COZINHA 

Durante a quarentena, Efe, que mora sozinho, mant�m a rotina. “Acordo geralmente �s 6h, 7h. Penso no que vou cozinhar e, como meu ateli� � aqui, fico dispon�vel para o trabalho fluir”. Apesar disso, admite, � angustiante n�o poder sair para pintar.

Efe tem uma rela��o especial com a palavra. “Assim como desenho, sinto a necessidade de escrever todos os dias”, revela. Atualmente, ele vem fazendo poemas e criando hist�rias. Solitude, postada no Instagram no s�bado (4), retrata o sentimento do autor sobre o isolamento social. “Parece que deu um bum na cabe�a de muita gente”, diz.

Ele adora garimpar em bazares e lojas de desapego em busca de objetos e fotos que o inspirem. “Desde crian�a, gosto de fabular as imagens. O trabalho que estou desenvolvendo vem de fabular em cima de algo. Isso me encanta, vejo que encanta muita gente tamb�m”, explica.

Fotos e objetos colecionados por Efe foram encontrados na loja do Sebasti�o, que fica no segundo andar do Edif�cio Maletta, no Centro de BH. “Sebasti�o � um receptor de objetos e mem�rias. Deu at� saudade de l� agora”, brinca.

Para passar o tempo, Efe l� Com a maturidade fica-se mais jovem, de Hermann Hesse, e assiste a filmes na plataforma de streaming Belas Artes � la carte, que oferece acesso gratuito a dezenas de cl�ssicos at� o pr�ximo dia 15. O mineiro adorou o longa Perdidos em Paris (2017), de Fiona Gordon e Dominique Abel. “� m�gico e surreal ao mesmo tempo, uma confus�o atr�s da outra. A constru��o da narrativa est� ligada ao teatro do absurdo”, comenta.

* Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria

















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