Stranger things ganhou 'derivada' nas livrarias

Desde o ano passado, o enredo da s�rie Stranger things extrapolou a produ��o televisiva da Netflix com o lan�amento de uma saga liter�ria. O primeiro livro foi Ra�zes do mal, de Gwenda Bond, que conta a hist�ria da m�e de Eleven (Millie Bobby Brown), Terry Ives (interpretada na na segunda temporada por Aimee Mul- lins), no fim dos anos 1960.

O segundo volume, Cidade nas trevas, saiu este ano. Escrito pelo neozeland�s Adam Christopher, destrincha o passado de Hopper (David Harbour). Tudo come�a quando, em dezembro de 1984, Eleven pede para que o policial, agora pai adotivo dela, compartilhe detalhes sobre uma caixa. O objeto cont�m arquivos de um crime ocorrido em Nova York – o caso misterioso foi investigado pelo policial na �poca em que a fam�lia morou na Big Apple.

O romance tem duas linhas temporais: dezembro de 1984, quando ocorre o di�logo entre Hopper e Eleven em Hawkins, meses ap�s os acontecimentos da segunda temporada da s�rie ocorridos no Halloween; e maio e julho de 1977, em Nova York, quando Hopper depara com um misterioso crime e um serial killer. O processo de investiga��o � o foco do livro, que tamb�m aborda a experi�ncia de Hopper na guerra do Viet�a, tema que surge em Ra�zes do mal.

O romance tem ares de drama policial com pitadas de mist�rio, caracter�stica da s�rie. Antes de assumir o projeto, Adam Christopher escreveu sobre outro hit da cultura pop: Star wars. Ele participou da antologia comemorativa dos 40 anos da saga.

A ideia de Cidade nas trevas veio dos pr�prios criadores de Stranger things, os irm�os Duffer. “Eles queriam uma novela sobre o passado de Hopper que ocorresse nos anos 1970, em Nova York. O �nico pedido era que ele investigasse um serial killer. Fora isso, fiquei livre para criar a minha pr�pria hist�ria. Foi �timo ter tanta liberdade, porque amo o Hopper e sou grande f� da s�rie. J� estava muito interessado em aprender mais sobre o passado dele”, afirma Christopher.

Uma das novidades � a parceira de Hopper: a detetive Delgado, a �nica mulher do Departamento de Homic�dios de Nova York onde o futuro xerife trabalha. A incorpora��o da personagem mant�m outra caracter�stica do seriado: a presen�a de personagens femininas fortes e empoderadas.

“Era importante ter um elenco diversificado. O programa de TV faz isso bem, n�o havia raz�o para que o livro n�o o fizesse. Ter Hopper como policial de Nova York em 1977 trouxe desafios, pois era uma �poca muito ruim para a cidade. A sociedade era muito diferente, a pol�cia de Nova York era um ambiente estranho”, comenta Christopher. “Eles s� permitiram que mulheres detetives se juntassem �s equipes em 1977. Foi a� que Delgado entrou. A parceira de Hopper � uma latina forte, deix�-la na NYPC me permitiu explorar muitas quest�es e preconceitos da �poca”, revela.

Sempre fui fascinado pela hist�ria da cidade de Nova York. Usei-a como cen�rio de livros anteriores, mas sempre quis escrever uma hist�ria baseada no apag�o de energia de 1977. Quando o projeto Stranger things chegou e trabalhei com a linha do tempo de Hopper, percebi que poderia definir o livro naquele per�odo. Tendo o blecaute como um momento- chave na hist�ria, constru� o mist�rio � sua volta. A outra parte importante foi a hist�ria pessoal do Hopper. Sab�amos que era um veterano do Vietn�, isso era algo que eu queria trazer � tona.

Era muito importante que a hist�ria fizesse parte reconhec�vel do universo de Stranger things. F�s e leitores t�m uma certa expectativa, � responsabilidade do escritor garantir que n�o fiquem desapontados. Um dos problemas de contar uma hist�ria com Hopper em 1977 � o fato de ele n�o encontrar o estranho e o sobrenatural at� a primeira temporada do programa de TV, mas, sem esse aspecto, o livro n�o se pareceria com Stranger things.

Star wars � sempre muito divertido, � uma verdadeira honra poder contribuir para esse universo.

. De Adam Christopher

. Editora Intr�nseca

. 384 p�ginas

. R$ 49,90

. R$ 39,90 (e-book)