Netflix exibe miniss�rie documental sobre caso Jeffrey Epstein

Depois de um per�odo longe das manchetes, o grupo de hackers Anonymous voltou � ativa no �ltimo final de semana com o objetivo de atormentar a vida de pol�ticos e empres�rios poderosos, entre eles, o presidente Jair Bolsonaro. O retorno ocorre em meio aos protestos pela morte de George Floyd, nos EUA, e jogou luz sobre um esc�ndalo sexual que abalou a elite norte-americana nas duas �ltimas d�cadas, provocou a queda de um secret�rio do governo de Donald Trump e a morte do principal acusado: Jeffrey Epstein.

Dias antes, chegou � Netflix a miniss�rie documental Jeffrey Epstein: Poder e pervers�o, cuja premissa � destrinchar a vida do personagem-t�tulo, milion�rio norte-americano acusado de manter um grande esquema de abuso sexual de menores. Morto em 2019, na pris�o, sua carreira ficou marcada pela proximidade com figuras importantes da pol�tica global, como o pr�prio Trump, o ex-presidente americano Bill Clinton e o pr�ncipe Andrew, da fam�lia real brit�nica.

Natural de Nova York, Epstein n�o nasceu em uma fam�lia rica e sua presen�a na elite norte-americana come�ou a partir das rela��es que ele criou quando foi trabalhar em Wall Street, nos anos 1980. Para se ter ideia, Les Wexner, bilion�rio do mercado da moda, afirma que o financista desviou US$ 46 milh�es de sua fortuna na �poca em que confiou a ele seus neg�cios.

Com poder e influ�ncia, o predador sexual atra�a garotas menores de idade at� a sua casa com a desculpa de aplicar massagens que evolu�am para atos sexuais. A maior parte dos casos, como mostram as investiga��es, ocorreram em uma mans�o na ilha de Palm Beach, na Fl�rida. Algumas garotas, entretanto, chegaram a viajar com ele pelo mundo e eram “emprestadas” a seus poderosos amigos.

Baseada em depoimentos, entrevistas e documentos sobre as investiga��es, a s�rie d� especial aten��o aos poderosos que possu�am elos com Epstein, alguns deles, inclusive, j� foram acusados por crimes sexuais, como o ex-produtor Harvey Weinstein, o diretor Woody Allen e o ator Kevin Spacey.

Apesar disso, apenas dois deles s�o acusados pelas v�timas de abuso: o pr�ncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth II, e o advogado Alan Dershowitz, professor de Harvard que atuou na defesa do milion�rio.

Em uma entrevista cedida � BBC e com trechos exibidos na s�rie, Andrew nega a acusa��o de ter mantido rela��es sexuais com uma das v�timas, � �poca menor de idade. Ele ainda diz n�o se lembrar de ter tirado uma foto abra�ando a v�tima, apesar de o registro existir. Ap�s o esc�ndalo, o pr�ncipe se afastou de suas fun��es reais.

J� o advogado Alan Dershowitz d� sua pr�pria vers�o em entrevista � equipe da Netflix e ainda desafia a v�tima a afirmar, mais uma vez, que manteve rela��es sexuais com ele.

Embora tenha conseguido, em 2006, um acordo que lhe dava imunidade � qualquer acusa��o federal, Epstein foi preso em 2008, ap�s confessar um dos crimes de solicita��o de prostitui��o de menor de idade. Na cadeia, teve tratamento diferenciado e conseguiu a liberdade em 2009 para cumprir o restante da pena em casa, na Fl�rida.

Em julho de 2019, no entanto, ele foi preso no aeroporto de Teterboro, em Nova Jersey, acusado de tr�fico sexual. Em sua casa foram encontrados diamantes, US$ 70 mil em dinheiro e centenas de fotos er�ticas de menores de idade, al�m de um passaporte falso emitido na �ustria.

Dias depois de dar entrada no Centro Correcional Metropolitano, em Nova York, Epstein foi encontrado inconsciente na cela. Ele afirmou n�o se lembrar do que aconteceu e os oficiais penitenci�rios n�o sabiam se ele tinha sido agredido ou tentado se matar. Por isso, o milion�rio foi colocado em regime especial, no qual guardas passavam por sua cela a cada 30 minutos.

Contudo, em 9 de agosto de 2019, a ronda n�o foi realizada e as c�meras de seguran�a de onde ele estava preso apresentaram defeitos. Na manh� de 10 de agosto, Epstein foi encontrado morto, com um len�ol em volta do pesco�o. A causa oficial de morte foi suic�dio. Com a sua morte, o caso do esquema de tr�fico e abuso de menores foi encerrado.

Imediatamente ap�s o an�ncio da morte, teorias come�aram a circular, afirmando que Epstein tinha sido assassinado e n�o cometido suic�dio, dadas as circunst�ncias at�picas de vigil�ncia.

 Com quatro epis�dios de aproximadamente uma hora de dura��o, a produ��o da Netflix marca a primeira vez que algumas v�timas falam sobre o assunto publicamente.

Segundo a diretora Lisa Bryant, isso n�o foi uma tarefa simples. “Algumas pessoas n�o queriam falar de jeito nenhum. Outras tinham mudado o n�mero de telefone. Algumas decidiram que nunca v�o falar sobre o assunto, por v�rios motivos. Outras nem tinham avisado aos pr�prios pais sobre o que tinha acontecido”, afirmou ela ao jornal ingl�s The Guardian.

O esfor�o foi recompensado. No Rotten Tomatoes, site que agrupa cr�ticas de filmes e s�ries feitas por ve�culos de comunica��o do mundo todo, Jeffrey Epstein: Poder e pervers�o tem quase 80% de aprova��o.

O velho e batido ditado nunca fez tanto sentido: “Quem canta seus males espanta”. M�sica, filmes, livros e s�ries de TV oferecem conforto, distra��o e extravasamento nesses tempos dif�ceis. E a anima��o musical Central Park (Apple TV+), com os demais oito epis�dios semanalmente no servi�o de streaming, � o equivalente a canja de galinha, poltrona aconchegante e cobertor fofinho.

“H� algo no nosso mundo de agora que nos faz procurar o escapismo, e a ideia de sair cantando para expressar nossas emo��es � muito inspiradora, parece adequada ao momento”, diz o ator Josh Gad, que faz a voz de um dos personagens principais e � um dos criadores, ao lado de Nora Smith e Loren Bouchard, de Bob’s Burgers. A entrevista ocorreu antes de a pandemia ganhar os contornos de hoje.

A s�rie tem personagens esquisitos, mas em geral bem-intencionados, engra�ados e se passa num Central Park amea�ado por uma magnata do ramo imobili�rio, Bitsy Brandenham (voz de Stanley Tucci). No centro da trama est� a fam�lia Tillerman, que mora num antigo castelo no meio do parque. O pai, Owen (Leslie Odom Jr.), � o administrador da enorme �rea verde no Centro de Manhattan. Sua mulher � Paige (Kathryn Hahn), rep�rter de jornal de bairro. Os filhos s�o os adolescentes Molly (Kristen Bell), que escreve hist�rias em quadrinhos, e Cole (Tituss Burgess), que tamb�m n�o � dos mais populares na escola. Ele desencadeia a trama ao acolher e esconder o cachorrinho perdido de Bitsy, enquanto a governanta da bilion�ria, Helen (Daveed Diggs), espera se livrar do bichinho e herdar a fortuna de sua patroa, que n�o tem herdeiros. Josh Gad faz a voz de Birdie, o narrador nada confi�vel dessa hist�ria.

Central Park � cheia de pedigree. Bob’s Burgers, do mesmo Loren Bouchard, � uma das s�ries mais espertas e reconfortantes no ar – tamb�m � uma anima��o para adultos, mas que o resto da fam�lia pode assistir. “Para ele, n�o pode ser s� engra�ado, nem s� bobo ou apatetado”, disse Gad. “Precisa de emo��o. Assim, o p�blico n�o apenas ri, ele se apaixona.” O elenco todo tem experi�ncia de sobra em musicais. Josh Gad e Kristen Bell fizeram Frozen: Uma aventura congelante (2013). Daveed Diggs e Leslie Odom Jr. sa�ram do fen�meno Hamilton. Tituss Burgess fez A Pequena Sereia na Broadway. “Era fundamental ter pessoas que realmente cantam”, explicou Gad.

“Queremos que as pessoas fiquem cantando sem parar as m�sicas depois de assistir a cada um dos epis�dios”, afirma Gad. “Queremos reproduzir o sucesso de Dear Evan Hansen, Hamilton, e ouso dizer Frozen numa s�rie de TV”. Para isso, ele contratou como compositoras fixas Kate Anderson e Elyssa Samsel. Mas n�o s�: cada epis�dio vai ter can��es assinadas por compositores convidados, como Sara Bareilles, Alan Menken, Meghan Trainor e Cyndi Lauper. “Isso nos d� uma diversidade de som”, explica Josh Gad.

“Cyndi Lauper escreveu uma m�sica que poderia ter sido um dos seus hits dos anos 1980, e Meghan Trainor, um dueto rom�ntico. Mas n�o � para tocar no r�dio, e sim para personagens que n�o t�m escolha a n�o ser sair cantando essas m�sicas a plenos pulm�es.”, explica Gad. (Estad�o Conte�do)