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Estado de Minas

Yamandu Costa celebra a cultura latino-americana


11/06/2020 04:00

Yamandu Costa lança Festejo, seu 33º álbum
Yamandu Costa lan�a Festejo, seu 33� �lbum (foto: Rodrigo Lopes/divulga��o)
Yamandu Costa, mago do viol�o sete cordas e senhor absoluto do instrumento, comemorou, em 24 de janeiro, seu primeiro anivers�rio morando fora do Brasil. Assoprou as velinhas dos 40 anos em sua nova casa, em Lisboa, ao lado da mulher, a tamb�m violonista, s� que cl�ssica, Elodie Bouny, francesa nascida na Venezuela, e dos dois filhos – Ben�cio, de 9, e Hor�cio, de 7. E trabalhou nos detalhes finais do seu �lbum Festejo, lan�ado apenas em vers�o digital, mas j� presente nas plataformas de streaming.

O novo �lbum pode ser qualificado como um dos mais belos tributos que o violonista de Passo Fundo, nascido e crescido na fronteira do Brasil com o Uruguai e Argentina, faz � m�sica e � cultura latino-americanas. Sobretudo a da Venezuela, Col�mbia e Caribe. "Recebi de heran�a esta paix�o pela cultura latino-americana", diz Yamandu. "Enquanto todos no Brasil ficam olhando para a Am�rica e a Europa, n�o veem que temos ao nosso lado culturas bel�ssimas, de uma vivacidade incr�vel. Com Festejo, foquei mais na m�sica de pa�ses como Col�mbia e Venezuela, t�o rica e dan�ante, assim como a do Caribe. Desta vez, deixei de lado a Argentina, que sempre teve um protagonismo evidente em meus discos e na minha maneira de tocar. E digo: sinto-me cada vez mais apaixonado pela cultura latino-americana."

A mudan�a para Lisboa foi uma quest�o de log�stica, nada teve a ver com a pandemia. "Minha carreira estava se intensificando muito, e eu j� estava cansado de viajar demais entre Brasil-Europa-Brasil. Ent�o, resolvi me fixar num ponto mais central." De fato, al�m dos 32 CDs autorais – 33 agora, com Festejo –, Yamandu tem tocado com frequ�ncia, de 2015 para c�, o concerto Fronteira, que gravou com a Orquestra de Mato Grosso, com sinf�nicas como a Orquestra de Paris, a Gewandhaus de Leipzig e a de Roterd�. Sem contar as dezenas de apresenta��es anuais por festivais em toda a Europa, Jap�o e at� �frica. "A pandemia, ali�s, primorosamente enfrentada aqui em Portugal, transformou 2020 num ano profissionalmente perdido. Mas, em compensa��o, nunca convivi tanto com meus filhos. E continuo trabalhando e gravando, produzindo em casa. Vejo de longe o que acontece no Brasil. Para este governo, a cultura n�o � uma coisa importante. Pelo caos, pelo modo irrespons�vel do governo de agir – ou melhor, n�o agir – em rela��o � pandemia, agrade�o a cada dia ter tomado previamente a atitude de sair de meu pa�s."

PARCERIA MINEIRA

E por falar em pandemia, a gesta��o de Festejo aconteceu durante dois anos e meio em que Yamandu e o arranjador Marcelo Jiran praticamente n�o se viram – apenas uma vez em 30 meses de trabalho. Um no Rio, outro em Belo Horizonte, trocaram �udios de bases dos arranjos com os solos de Yamandu. A dist�ncia, como s� poderia ser hoje em dia. "A feitura come�ou comigo mandando as coisas para ele, que colocava a orquestra em cima. Um pouco antes da metade inverteu-se o processo: eu ficava esperando e ele mandava a base pronta. Foi um disco muito trabalhado."

Jiran, mineiro de Belo Horizonte cinco anos mais novo que Yamandu, parece irm�o g�meo dele, musicalmente falando. Praticamente autodidata, tem como mote "o meu aprendizado � ouvir". Ou seja, como Yamandu, que n�o � muito dado a partituras, ele tamb�m faz do ouvido privilegiado e a incomum habilidade para tocar muitos instrumentos diferentes (algo que tem em comum com Andr� Mehmari) suas habilidades essenciais.

Eles se conheceram em Belo Horizonte, em 2011, e n�o se largaram mais. Em Festejo, Jiran fez todos os arranjos e toca todos os instrumentos. E olhe que a lista � longa: piano ac�stico e el�trico, vibrafone, baixo el�trico, "baixol�o", saxofones alto e soprano, flauta transversal, clarinete e percuss�o (congas, bong�s, cowbell, clave, shakers, caxixi, vassourinha, tamborim, coquinhos, agog� e efeitos). O instrumentista esbanja categoria em cada um deles. E foi capaz de construir arranjos leves para um Yamandu mais amadurecido. Afinal, ele agora � um senhor de 40 anos.

FESTEJO
Yamandu Costa e Marcelo Jiran
Dispon�vel nas plataformas digitais




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