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Jo�o Carlos Martins festeja seus 80 anos com 'live' com pianista de 13

Maestro far� apresenta��o nesta quinta (25) acompanhado de parte de sua orquestra e do solista Davi Campolongo, que ele considera seu herdeiro musical


postado em 25/06/2020 04:00

Com suas luvas biônicas, o maestro diz que se tem exercitado ao piano durante sete horas por dia na quarentena (foto: Fernando Mucci/Divulgação)
Com suas luvas bi�nicas, o maestro diz que se tem exercitado ao piano durante sete horas por dia na quarentena (foto: Fernando Mucci/Divulga��o)
No auge da carreira como pianista, Jo�o Carlos Martins chegou a tocar 21 notas por segundo. “Como jamais terei essa velocidade, vivo momentos de depress�o e insist�ncia. Mas hoje posso pelo menos continuar tocando pe�as lentas e de acordes que mantenham a emo��o”, diz ele, que chega nesta quinta-feira (25) aos 80 anos.

Martins talvez seja hoje o maestro mais popular do Brasil, gra�as ao trabalho que vem realizando h� 15 anos com a Bachiana Orquestra de C�mara e a Bachiana Jovem – desde 2010, ela � uma forma��o �nica, a chamada Bachiana Filarm�nica Sesi-SP. O pianista e maestro comemora a chegada aos 80 com uma festa ao estilo do per�odo do isolamento social. Far� uma live com parte da orquestra, al�m de solistas convidados.

Figura p�blica que nunca se furtou a falar sobre os seus problemas de sa�de – j� passou por 24 cirurgias, decorrentes de acidente ainda na juventude e, mais tarde, do dist�rbio osteomuscular relacionado ao trabalho (Dort), o que o obrigou a interromper a carreira por seis vezes –, Martins deixou o piano e passou a se dedicar � batuta.

Com muita disciplina, conseguiu retornar ao instrumento e, desde dezembro, com as luvas bi�nicas que ganhou do designer industrial Ubiratan Bizarro Costa, voltou, depois de d�cadas, a tocar com os 10 dedos.

"Ele toca como eu tocava quando tinha a mesma idade. Tem um talento excepcional. Daqui para a frente, ser� a hora da verdade, pois ele vai precisar da disciplina de um atleta e da alma de um poeta"

Jo�o Carlos Martins, pianista e maestro (sobre Davi Campolongo)



APRENDIZADO H� tr�s meses e meio, Martins, que mora em S�o Paulo, n�o sai de casa. Transformou o per�odo de recolhimento em decorr�ncia da pandemia do novo coronav�rus em um tempo de aprendizado. “A dor est� a�. O que pensei � como poderia fazer para que meu dia ficasse longo ou curto. Estou estudando sete horas de piano por dia. Quando chega �s 7 da noite, j� est� escuro. Ent�o todos os meus dias est�o sendo curtos.”

Para ele, por meio da m�sica, o momento � de expressar que um pa�s, al�m de “cuidar da sa�de, do conhecimento e do corpo”, tamb�m tem que cuidar da alma. “E, para isso, o maior segmento � o da cultura. Se voc� faz parte daquele grupo que est� cuidando da alma de uma na��o, voc� se sente um privilegiado.”

Na live desta noite, que ser� transmitida nos canais do maestro no Facebook e no YouTube, ele vai se apresentar ao lado de 12 m�sicos da Bachiana Filarm�nica, al�m dos solistas Davi Campolongo (piano), Anna Beatriz Gomes (soprano) e Jean William (tenor). O repert�rio ter� 80% de m�sica cl�ssica (Bach, em que ele � especialista, Beethoven, Mozart, Villa-Lobos, Chopin, Puccini) e o restante de m�sica popular (com can��es de Michel Legrand, al�m dos sucessos Over the rainbow – Harold Arlen/Yip Harburg, e Bella ciao , do cancioneiro italiano).

O pianista afirma que Campolongo, de 13 anos, � seu herdeiro musical. “Ele toca como eu tocava quando tinha a mesma idade. Tem um talento excepcional. Daqui para a frente, ser� a hora da verdade, pois ele vai precisar da disciplina de um atleta e da alma de um poeta”, diz.

Outras lives dever�o ser realizadas a partir do in�cio de julho. Os m�sicos da Bachiana j� v�m realizando, em seus grupos de instrumento, transmiss�es ao vivo. “Vamos come�ar a fazer concertos em gin�sio, sem p�blico, e com o distanciamento previsto pela Organiza��o Mundial da Sa�de. Os m�sicos de cordas tocar�o com m�scaras e os de sopro com o distanciamento legal. E cada apresenta��o ter� acompanhamento m�dico”, informa o maestro.

Como imaginar a m�sica de concerto, ao vivo, p�s-pandemia? “Acho que, em primeiro lugar, enquanto n�o houver vacina, a quest�o ser� como trazer o p�blico de volta aos teatros. Vai ser um trabalho de garimpeiro. Haver� muitos concertos ao ar livre. Acredito que todos os artistas de ponta t�m que ir ao encontro de todos os segmentos da sociedade.”

OPORTUNIDADE Regendo a Bachiana, Martins alcan�ou um p�blico de 16,5 milh�es de pessoas em uma d�cada e meia � frente da orquestra. “S�o concertos na Sala S�o Paulo, no Theatro Municipal, mas tamb�m em gin�sio, est�dio, em favela, pra�a, meio da rua. O Brasil � um dos pa�ses mais musicais do planeta, o que falta � oportunidade”, ele diz.

Chegando aos 80, mas de olho no futuro, Martins j� tem marcado um concerto no Carnegie Hall, em Nova York. A ideia era comemorar os 60 anos de sua estreia em um das mais cultuados palcos do mundo, no pr�ximo 18 de outubro. “Foi um concerto patrocinado pela Eleanor Roosevelt (ex-primeira dama dos EUA). L� foi o palco em que tive as maiores emo��es da minha vida.” Como o espa�o s� ser� reaberto em janeiro, ele remarcou para 17 de outubro de 2021 o concerto From Bach to Brazil.

E n�o s�. Martins j� pensa nos pr�ximos anos. “Tive a parte da minha carreira como pianista, que foi gratificante. Agora, pretendo planejar os pr�ximos 20. Esta ser� a fase para tentar deixar um legado. Se conseguir, muito bem.”

JO�O CARLOS MARTINS
Live comemorativa dos 80 anos do pianista e maestro. Nesta quinta (25), �s 20h, nos canais de Jo�o Carlos Martins no Facebook e YouTube.






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