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Estado de Minas M�SICA

Monobloco enfrenta a pandemia com batucada virtual

Sensa��o do carnaval de BH, grupo estimula o p�blico a criar ritmos com objetos dom�sticos. Vale at� parceria com m�quina de lavar roupa, lata de biscoito, tabuleiro de feij�o e pauzinho japon�s


01/08/2020 04:00

Fernanda Gomes*
Celso Alvim comandou a bateria do Monobloco, em BH, no carnaval de 2018(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Celso Alvim comandou a bateria do Monobloco, em BH, no carnaval de 2018 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O Monobloco enfrenta o coronav�rus com batucada – agora virtual –, disposto a n�o deixar o samba morrer, apesar da possibilidade de cancelamento do carnaval em fevereiro de 2021. Considerado um dos maiores blocos de rua do Brasil, o grupo carioca, criado em 1996 pela banda Pedro Lu�s e A Parede (Plap), costumava fazer shows durante o ano para manter seus m�sicos. Mensalmente, promovia oficinas percussivas em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e S�o Paulo, entre outras cidades, formando batuqueiros para alegrar a folia. O isolamento social p�s fim a essa agenda. Mas as aulas continuam.

Celso Alvim, maestro da bateria, diz que oficinas on-line se transformaram na �nica fonte de renda do Monobloco, que re�ne multid�es durante seus desfiles. “Estamos tentando nos ajudar, entrar em contato com a galera, mas � um momento bem dif�cil”, afirma.

DE CASA 
Se a pandemia p�s fim �s oficinas presenciais, as atividades virtuais ganharam for�a. “O desafio est� sendo bem legal. Antes, os alunos chegavam (ao local da aula) e j� tinha aquela m�sica sendo tocada. Agora, no on-line, � o aluno em casa, mandando v�deo e mostrando o que est� tocando”, explica Alvim.

Um dos pontos positivos das aulas virtuais � estimular a autonomia dos oficineiros. “Voc� passa a enxergar o aluno de forma mais individualizada. �s vezes, na bateria coletiva, fica um pouco complicado prestar aten��o em cada um”, diz.

A oficina on-line permite reunir em uma s� “sala” os 200 alunos de Belo Horizonte, S�o Paulo e Rio de Janeiro. Celso Alvim, ali�s, j� planeja manter o sistema on-line quando as aulas presenciais forem retomadas.

Por enquanto, as duas centenas de vagas foram preenchidas. “Como ainda � uma novidade, ficamos receosos de abrir. Talvez em setembro teremos novas turmas”, informa Celso.

Mas o Monobloco � democr�tico. A quarentena inspirou o projeto Batuque Criativo, que desafia o f� a inventar sons dentro de casa. Vale tudo: panela, garrafa, lata de biscoito, balde, colher e porta-guardanapo. Celso, por exemplo, convida todo mundo a usar a m�quina de lavar roupas como parceira. No Instagram do Monobloco, ele batuca a lavadora de sua casa, enquanto canta o xote Ovo de codorna, sucesso de Gonzag�o. Em outro post, usa hashis ( aqueles pauzinhos japoneses), panela e garrafas para a performance de Andar com f�, de Gilberto Gil.

Num v�deo enviado por um f�,  pandeirista faz animado improviso com com a m�quina de lavar roupas – ela, em funcionamento. Em outro post, o compositor Pedro Lu�s, “puxador” do Monobloco, usa uma embalagem de cosm�ticos azul para cantar Morena tropicana, hit de Alceu Valen�a. “Isto aqui � uma zabumbinha de lata”, ensina. Sidon Silva, fundador do bloco, “toca” um tabuleiro. “Depois de catar o feij�o, mete bronca na batucada!”, diz.
O maestro faz batucada na máquina de lavar em sua casa, no Rio de Janeiro
O maestro faz batucada na m�quina de lavar em sua casa, no Rio de Janeiro

“Quem � m�sico, ainda mais percussionista, est� o tempo inteiro batucando em algo. Ficamos sempre ligados no som e em certos ritmos que os aparelhos dom�sticos fazem”, brinca Celso.

Em outra frente, o Monobloco j� planeja folia virtual para fevereiro de 2021. “Teremos v�deos editados dos nossos alunos, talvez fa�amos uma live na �poca do carnaval. Acho que os outros blocos tamb�m far�o movimenta��o on-line bacana. O p�blico estar� em casa, mas com vontade de curtir”, acredita Celso.

Na opini�o do maestro do Monobloco, a folia pode ganhar nova data ainda no primeiro semestre de 2021. “Levo f� que vamos ter carnaval, que poderemos sair para a rua. Vai ser uma reden��o para a cultura, que tem sido t�o demonizada por alguns, embora seja t�o necess�ria nestes tempos de pandemia.”

Alvim acredita que at� o fim do primeiro semestre de 2021 a vacina da COVID-19 estar� sendo distribu�da, permitindo o carnaval fora de �poca. “Agora, sou completamente contra fazer algo que coloque a seguran�a das pessoas em risco”, avisa o percussionista.

MINEIR�O 
Comandar o Monobloco � um desafio, principalmente nestes tempos avessos a multid�es. “Durante os desfiles de carnaval, costumamos reunir em torno de 200 mil pessoas em S�o Paulo e umas 300 mil no Rio. Mas o nosso maior p�blico nos �ltimos anos est� em Belo Horizonte. No entorno do Mineir�o, sa�mos com cerca de 400 mil pessoas. S�o desfiles superlegais e a gente espera poder manter isso”, refor�a Celso.

Por�m, o maestro tem d�vidas sobre a folia p�s-COVID. “� dif�cil saber como as pessoas v�o encarar o carnaval. Ser� uma coisa melhor por causa do sentimento reprimido, ou algo com medo? Talvez seja a mistura dos dois, mas a gente vai fazer a nossa parte da maneira mais segura poss�vel”, promete Celso Alvim.

* Estagi�ria sob orienta��o da editora-assistente �ngela Faria 

#BATUQUE CRIATIVO
Informa��es: @monoblocooficial


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