
As artes pl�sticas sempre fizeram parte da vida de Otto. “Pinto desde cedo. Por�m, vivi v�rios ciclos, parava e voltava. Aquilo era uma esp�cie de terapia muito boa para mim”, conta. H� oito meses, ele decidiu se dedicar com mais afinco aos quadros.
“Peguei o material e comecei novamente. A�, veio a pandemia e acabei ficando mais focado na pintura do que em cantar. Devo ter perto de 130 quadros prontos, uma produ��o maluca que baixou em mim de uma hora para outra”, revela. “Descobri que, assim como na m�sica, posso colocar o que penso na tela, reproduzir o meu pensamento.”

A pintura vem ajudando o cantor e compositor a enfrentar estes dias dif�ceis, em que mais de 100 mil brasileiros morreram de COVID-19. “Talvez pintar seja uma sa�da legal para este momento e para a minha vida, uma vez que j� estou com 52 anos. Acredito que vou levar a pintura pelo resto da minha vida. S�o coisas que vamos aprimorando com o tempo”, observa.
“Estou curtindo muito. A pintura come�ou a dar as respostas que a m�sica sempre me deu, que escrever tamb�m me d�. � como escrever, algo que amo tanto”, compara.

DISCO A pintura � antiga paix�o, mas Otto avisa que continua se dedicando � m�sica e planeja lan�ar um disco experimental. A data n�o foi marcada. “Ser� em breve”, diz. No pr�ximo s�bado (15), �s 20h, ele far� live, transmitida via Instagram e Facebook.
“A pandemia est� sendo dura para quem faz arte, mas estou feliz, porque continuo fazendo muitas coisas. Por outro lado, vou me adaptando a esses tempos de agora. Sou uma pessoa ligada ao p�blico”, comenta. “Fa�o a primeira live no dia 15 e talvez outras mais adiante. De mais, me resta esperar o dia em que tudo voltar� ao normal, porque est� estranho. Ali�s, o Brasil ficou estranho, obscuro demais, mas alguma li��o vamos ter de tirar desse momento t�o espec�fico.”
Otto tamb�m anuncia um novo livro, que deve sair pela Impress�es de Minas, editora de Belo Horizonte. “Est� faltando apenas acertar o contrato. A obra est� pronta, na “boneca”, e � uma homenagem ao escritor norte-americano Paul Auster.” O t�tulo � Meu livro vermelho.
BH Os mineiros, ali�s, j� est�o na agenda de Otto. “Com certeza, vou a Minas para lan�ar o meu livro e a� levo os quadros comigo. Gosto muito de BH, onde tenho um p�blico grande e at� certa intimidade com a cidade, o estado e a cultura mineira. Dentro desse meu universo trago um pouco de Minas comigo”, garante.
O novo disco vai se chamar Canicule, “palavra em franc�s oriunda do latim, que designa uma onda forte de calor”, explica o compositor. O �lbum ter� a sonoridade garage band. “Toco todos os instrumentos pelo celular, por meio de um aplicativo que permite a formata��o das m�sicas como se eu estivesse em um est�dio de grava��o.”
Se a pandemia imp�e limita��es profissionais a m�sicos como ele – impedidos de fazer shows e do contato direto com o p�blico –, Otto diz que, em termos art�sticos, as perspectivas lhe s�o favor�veis.
“Estou aqui com tudo engatilhado. Aos 52 anos, chegou um momento da minha vida em que n�o tenho mais o que fazer, a n�o ser arte e mostrar a minha cara. Estou numa fase madura e quero aproveitar muito esse tempo. Quero me desdobrar em outras coisas. Nunca parei e n�o vou parar agora, pois estarei sempre encontrando maneiras de distribuir o que vem na minha cabe�a”, diz.
“Estou com quatro coisas que quero mostrar para as pessoas durante essa pandemia: os quadros, o disco, o livro e as lives”, conclui.
OTTO LIVE SHOW
S�bado (15), �s 20h, no Instagram
(@ottomatopeia) e YouTube (/bolandomusica)
PINTURAS
O cantor exibe seus quadros em posts no Instagram (@ottomatopeia)