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Estado de Minas

Pandemia sob a �tica de Ai Weiwei


19/09/2020 04:00 - atualizado 18/09/2020 21:13

Cena de Coronation, filme do artista visual chinês radicado no Reino Unido sobre o modo como a China lidou com a eclosão do novo coronavírus (foto: AWW GErmany/Divulgação)
Cena de Coronation, filme do artista visual chin�s radicado no Reino Unido sobre o modo como a China lidou com a eclos�o do novo coronav�rus (foto: AWW GErmany/Divulga��o)
Ai Weiwei, ativista incans�vel e artista comprometido, � o autor de um filme sobre o bloqueio em Wuhan, Coronation, que ilustra a efic�cia e a desumaniza��o da maquinaria chinesa para combater o novo coronav�rus. Quando a epidemia de Sars-cov2 irrompeu em Wuhan, a ideia do filme, como uma "grava��o para a hist�ria", tornou-se �bvia para Ai Weiwei, que vive na Europa h� cinco anos.

"Este tr�gico v�rus se espalhou pelo mundo e continua afetando nossas vidas. Provavelmente teve o maior impacto no planeta desde a Segunda Guerra Mundial. N�o h� d�vidas sobre a urg�ncia e a necessidade desse filme", afirmou Weiwei, que se transferiu da Alemanha para o Reino Unido.

Ele n�o deixa passar a "propaganda estatal". "Como artista, acredita no compromisso" especialmente em um momento em que os fluxos de informa��o tornam as pessoas paralisadas e incapazes de tomar uma posi��o". Ai Weiwei usa uma enorme rede de artistas, ativistas e volunt�rios, dos quais 12 levaram suas c�meras.

De Roma, onde dirige a �pera Turandot, de Giacomo Puccini, em vers�o moderna e adiada em raz�o da pandemia, o vers�til artista dava diariamente instru��es � equipe. "Gra�as ao fuso hor�rio, trabalhamos 24 horas por dia", conta.

O fruto de seu trabalho revela a efici�ncia implac�vel das autoridades chinesas: enorme implanta��o de recursos, regulamentos ultrarrigorosos. Como corol�rio, indiv�duos esmagados, desumanizados, como pacientes curados que n�o podem sair do hospital, ou fam�lias privadas de rituais f�nebres.

“Que sociedade?” 
“N�o h� d�vida de que a China controlou essa pandemia devastadora com incr�vel efici�ncia” em rela��o a outros pa�ses. Entretanto, “� preciso questionar sobre seu tipo de sociedade e sobre os sacrif�cios feitos por seu povo” para enfrentar a pandemia, enfatiza Weiwei.

“A China � uma sociedade pouco transparente, autorit�ria, de estilo militar, sob o controle da vontade de uma s� pessoa. N�o h� democracia, todas as a��es carecem de oposi��o. N�o temos informa��es de como ocorreu a pandemia, o n�mero real de v�timas, ou de pessoas presas por terem feito queixas”, lamenta. Ele espera que seu filme, “mesmo em 100 minutos, forne�a esclarecimentos reais sobre o que � a China”.

Para Ai Weiwei, o problema � “o entendimento da China pela Europa", que est� "exposta � miopia de l�deres que priorizam benef�cios de curto prazo em vez de princ�pios”.

“N�o vi nenhum Estado europeu adotar medidas substanciais” em face da “revolta democr�tica em Hong Kong ou dos campos de reeduca��o em Xinjiang. Eles se limitam a expressar sua 'preocupa��o' e a usar os direitos humanos como moeda de troca para ganhos econ�micos”, afirma.

Com seu poder financeiro e a atratividade de seu imenso mercado, "a China trouxe seus valores para o Ocidente" at� na esfera cultural e em particular no cinema, onde "os festivais n�o s�o mais campos de batalha pela liberdade de express�o ou de cria��o esclarecida", mas, em vez disso, "mercados" e at� "instrumentos do soft power chin�s", lamenta o artista.

Neste contexto, o Coronation, apresentado em festivais como Veneza, Toronto e Nova York, n�o integrar� os circuitos tradicionais e ficar� limitado a plataformas de transmiss�o de v�deo. (AFP)

Scorsese alerta para a desvaloriza��o do cinema

O cinema est� sendo "marginalizado e desvalorizado" durante a pandemia do coronav�rus, alertou o diretor Martin Scorsese em sua participa��o virtual no Festival Internacional de Cinema de Toronto. Scorsese, que em outra pol�mica disse no ano passado que filmes populares de super-her�is "n�o s�o filmes", foi homenageado na ter�a-feira com um pr�mio honor�rio por sua trajet�ria na ind�stria cinematogr�fica.

"O fato de os festivais de cinema continuarem acontecendo – improvisando, adaptando, fazendo tudo funcionar de alguma forma – � muito emocionante para mim", disse o diretor de Os bons companheiros e Os infiltrados, pelo qual venceu um Oscar. "Infelizmente, � cada vez mais comum ver o cinema marginalizado e desvalorizado e, nesta situa��o, classificado como uma esp�cie de comida reconfortante", declarou.

As salas de cinemas ainda est�o fechadas nas principais cidades dos Estados Unidos, como Los Angeles e Nova York. E durante meses, milh�es de pessoas em todo o mundo ficaram trancadas em suas casas assistindo televis�o e filmes no sof�.

O Festival de Toronto, a maior mostra de cinema da Am�rica do Norte, est� sendo realizado principalmente on-line este ano. H� algumas poucas exibi��es em drive-ins e salas fechadas, mas com capacidade limitada. "O cinema, filmes, longas-metragens, no seu melhor, s�o uma fonte de encantamento e inspira��o", defendeu Scorsese.

Os atores brit�nicos Anthony Hopkins e Kate Winslet tamb�m receberam pr�mios de carreira na gala virtual de Toronto na ter�a-feira, ocasi�o em que ambos tamb�m promovem novos filmes j� aclamados que podem lev�-los ao Oscar. "Estou surpreso que eu continue tendo trabalho... Continue trabalhando na minha idade", disse Hopkins, de 82 anos, que recebeu �timas cr�ticas por The father, um drama comovente sobre dem�ncia. J� Winslet apresentou o romance l�sbico Ammonite, que se passa no s�culo 19. (AFP)


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