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Estado de Minas CINEMA

Reabertura de cinemas no pa�s enfrenta roteiro de dificuldades

Funcionamento restrito de salas e desorganiza��o do calend�rio de lan�amentos fazem com que a volta d� a passos lentos e com pouco p�blico


15/10/2020 04:00 - atualizado 15/10/2020 09:36

A animação 'Scooby! O filme' detém o maior público desde o início da reabertura, 89 mil espectadores(foto: Warner/Divulgação)
A anima��o 'Scooby! O filme' det�m o maior p�blico desde o in�cio da reabertura, 89 mil espectadores (foto: Warner/Divulga��o)

O parque exibidor brasileiro conta com aproximadamente 3,5 mil salas. Nem 10% desse total foi reaberto no per�odo de flexibiliza��o da quarentena imposta pela pandemia do novo coronav�rus, iniciado em agosto. Dos lan�amentos que chegaram �s salas nesse per�odo, o mais assistido � a anima��o Scooby! O filme, que entrou em cartaz em setembro (p�blico acumulado de 89 mil pessoas).

Se observarmos o ranking dos 10 filmes mais vistos no pa�s na �ltima semana, Scooby estar� em primeiro lugar, mas outras produ��es t�m um p�blico superior. A maldi��o do espelho j� foi visto por quase 100 mil pessoas e Harry Potter e a pedra filosofal amealhou uma plateia de 3,69 milh�es de espectadores.

Mas parte do p�blico que assistiu ao terror russo foi aos cinemas antes do fechamento das salas em decorr�ncia da pandemia do novo coronav�rus – A maldi��o do espelho estreou em 12 de mar�o, uma semana antes de as salas interromperem suas atividades. E Harry Potter e a pedra filosofal, o primeiro longa da franquia do bruxinho, tem 19 anos e foi relan�ado agora em 4k. Resumindo: o calend�rio est� uma bagun�a, e ela deve continuar.

“Esta abertura, lenta e gradual, � a �nica poss�vel. Quem est� abrindo os cinemas n�o s�o os distribuidores ou exibidores, � a COVID-19. Os pa�ses que administraram a doen�a de uma maneira racional, como China, Coreia e Jap�o, j� est�o com praticamente todas as salas abertas”, comenta Paulo S�rgio Almeida, da Filme B, empresa especializada em an�lise e n�meros do mercado cinematogr�fico no Brasil.

Domin�


� como um jogo de domin�, em que uma coisa puxa a outra. N�o h� grandes lan�amentos porque n�o h� muitas salas abertas e ningu�m vai investir agora. “Cinema � mais complicado de abrir do que bar e restaurante, pois depende de Hollywood. E os EUA est�o numa situa��o  muito ruim (da pandemia). Al�m disso, houve a explos�o do streaming e os filmes ficam entre ir para o cinema ou o streaming. V�rios distribuidores, pela necessidade de dinheiro para fazer capital de giro, acabaram optando pelo streaming”, diz Almeida.

E no Brasil, ele conta, a abertura das salas � relativa. N�o � porque um complexo tenha 10 salas que todas elas est�o abertas. “Abre-se uma, no m�ximo tr�s salas, porque n�o tem um produto forte para lan�ar.”
No pa�s, o primeiro lan�amento da flexibiliza��o foi o argentino O roubo do s�culo, que estreou no fim de agosto (antes da pandemia, seu lan�amento estava previsto para o fim de mar�o). A narrativa, baseada em fatos reais, recupera um dos mais famosos e inteligentes assaltos a banco da hist�ria da Argentina. 

Esse longa e tamb�m Scooby (previsto originalmente para maio) e o nacional Tr�s ver�es (que entraria em cartaz em mar�o) s�o os �nicos t�tulos do in�cio da reabertura j� vistos na Grande Belo Horizonte. Todos os tr�s foram exibidos em drive in em Nova Lima, �nica maneira de se assistir a um filme em tela grande durante a pandemia, j� que as salas da capital permanecem fechadas.

Permanece in�dito na cidade o terror sul-coreano As faces do dem�nio, que tenta surfar na onda de Parasita. Outros lan�amentos das �ltimas semanas s�o a produ��o crist� antiaborto 40 dias: O milagre da vida e Magnatas do crime, novo longa de Guy Ritchie, estrelado por Matthew McConaughey. Na seara dos independentes, h� tamb�m Apocalypse now – Final Cut, vers�o restaurada do filme de Francis Ford Coppola de 1979, e o nacional Sem seu sangue, de Alice Furtado (que em breve ser� lan�ado pela Netflix).

O filme de ação argentino 'O roubo do século' foi o primeiro a chegar às salas brasileiras na retomada d(foto: Warner/Divulgação)
O filme de a��o argentino 'O roubo do s�culo' foi o primeiro a chegar �s salas brasileiras na retomada d (foto: Warner/Divulga��o)

Relan�amentos

O que tamb�m vem ocorrendo nas cidades com cinemas j� abertos � o relan�amento de filmes que chegaram �s salas �s v�speras da pandemia e tiveram suas carreiras interrompidas. Entre eles est� A ilha da fantasia, remake da s�rie hom�nima oitentista (o filme recebeu cr�ticas pra l� de negativas).

Nesta quinta-feira (15), a Warner lan�a o Festival Nolan, na verdade, o relan�amento de quatro t�tulos do cineasta Christopher Nolan: Batman – O cavaleiro das trevas (2008), A origem (2010), Interestelar (2014) e Dunkirk (2017). A exibi��o nada mais � do que um “esquenta” para a chegada de Tenet, previsto para estrear no pa�s no pr�ximo dia 29. Tanto por isto, nas sess�es dos quatro filmes ser�o apresentados 10 minutos de bastidores da nova produ��o.

Tenet, que foi lan�ado primeiramente na Coreia, no �ltimo 21 de agosto, fez at� agora US$ 323,5 milh�es de bilheteria mundo afora (dados do Mojo Box Office). Trata-se de um drama de espionagem de fic��o cient�fica estrelado por John David Washington e Robert Pattinson. Mais do que uma nova (e milion�ria, pois custou US$ 200 milh�es) narrativa de um dos diretores mais inventivos (e donos de grandes bilheterias) da ind�stria, Tenet vem sendo apontado, desde o primeiro semestre, como a salva��o do cinema em 2020.

Ele est� indo bem ao redor do mundo, mas n�o nos EUA, o principal mercado. As bilheterias americanas est�o t�midas – por l�, o longa arrecadou, at� o momento, US$ 48 milh�es. Mas contabilizando o maior n�mero mundial de infec��es e mortes pelo novo coronav�rus, os Estados Unidos permanecem com seus seus principais centros urbanos (Nova York, S�o Francisco e Los Angeles) de cinemas fechados. 

Quarenta e oito por cento das salas americanas est�o abertas. Isso n�o impediu que no �ltimo fim de semana uma com�dia rasteira com Robert De Niro, Guerra com o vov�, ultrapassasse Tenet nas bilheterias.
Outro lan�amento que pode fazer as pessoas irem aos cinemas em meio � flexibiliza��o � Os novos mutantes, mais um t�tulo da Marvel para o universo de X-Men, com Maisie Williams (a Arya Stark de Game of thrones) como uma das protagonistas, e a brasileira Alice Braga no elenco. O filme est� sendo distribu�do pela Disney e deve chegar ao Brasil na semana que vem.

Rid�culo

Para Paulo S�rgio Almeida, tanto Tenet quanto Os novos mutantes s�o paliativos para um ano perdido. Analisando o cen�rio brasileiro, ele diz: “Estamos com uma ocupa��o rid�cula das salas. Depois de 10 anos de crescimento, chegamos a um ano de perda quase total, pois s� tivemos os tr�s primeiros meses. Sofre todo mundo: exibidor, distribuidor, produtor, a infraestrutura. � uma terra arrasada.”

Para ele, s� com blockbusters mundiais o setor poder� come�ar a se recuperar. E como tudo na pandemia, os maiores filmes do per�odo v�m sofrendo com constantes adiamentos. Mulher-Maravilha 1984, que deveria ter estreado no Brasil em agosto, agora deve ser lan�ado somente em 24 de dezembro. Se o parque exibidor nacional estiver aberto devidamente daqui a dois meses, um resultado positivo poder� vir do lan�amento da Warner. Mas os louros s� ser�o colhidos em 2021.

Com dois anos de atraso, 'Um dia de chuva em New York' foi lançado nos EUA(foto: Imagem Filmes/Divulgação)
Com dois anos de atraso, 'Um dia de chuva em New York' foi lan�ado nos EUA (foto: Imagem Filmes/Divulga��o)


Fracassado e l�der

Trezentas pessoas compraram ingressos nos Estados Unidos para ver a estreia por l� do “novo” filme de Woody Allen. Novo para eles, velho para quase todo o resto do mundo, Um dia de chuva em New York estreou em seu pr�prio pa�s de realiza��o no �ltimo fim de semana. O filme � a com�dia rom�ntica de 2018 que ficou engavetada diante de acusa��es de ass�dio sexual de 25 anos atr�s contra o diretor e que voltaram � tona no contexto do movimento #MeToo.

No Brasil, o filme estrelado por Timoth�e Chalamet, Selena Gomez, Elle Fanning, Jude Law, Rebecca Hall, Liev Schreiber e Diego Luna estreou h� quase um ano. Sem nenhum alarde, Um dia de chuva foi lan�ado em seis cinemas americanos. Somente a sala de exibi��o de Chicago arrecadou mais de US$ 1 mil com a bilheteria do filme de Allen. Apesar do resultado ruim, o filme foi o de maior bilheteria em quatro dos seis cinemas exibidos.

Vale lembrar que os principais mercados americanos permanecem com as salas fechadas. O longa, que fez US$ 22 milh�es de bilheteria no resto do mundo, ser� lan�ado em streaming nos EUA em 10 de novembro. Em setembro, Rifkin’s Festival, esse realmente o novo longa de Allen, foi lan�ado no m�s passado no Festival de Cinema de San Sebastian, na Espanha.


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