
No ano em que a popula��o mundial se confinou dentro de casa (e em frente a uma tela), a 44ª Mostra Internacional de Cinema de S�o Paulo exibe filmes de 71 pa�ses.
Cobrindo a produ��o audiovisual de mais de um ter�o das na��es do planeta (n�o h� produ��es somente da Oceania e Ant�rtida), o evento, agora virtual, tem in�cio na pr�xima quinta-feira (22). Ser�o exibidos, durante duas semanas, at� 4 de novembro, 198 t�tulos, a grande maioria in�dita no pa�s.
Cobrindo a produ��o audiovisual de mais de um ter�o das na��es do planeta (n�o h� produ��es somente da Oceania e Ant�rtida), o evento, agora virtual, tem in�cio na pr�xima quinta-feira (22). Ser�o exibidos, durante duas semanas, at� 4 de novembro, 198 t�tulos, a grande maioria in�dita no pa�s.
Dando in�cio a esta viagem pela cinematografia global, vamos do “nosso” para outros mundos. O lodo, mais recente longa-metragem de Helv�cio Ratton, � a �nica mineira entre as 36 produ��es nacionais que participam da mostra. Selecionado para a Mostra Brasil, o filme teve at� agora somente uma exibi��o p�blica, hors-concours, em janeiro passado, na Mostra de Cinema de Tiradentes.
A partir do conto hom�nimo de Murilo Rubi�o (1916-1991), Ratton rodou o filme em Belo Horizonte, com elenco mineiro. Eduardo Moreira, do Grupo Galp�o, interpreta o protagonista do longa, que conta com a participa��o de outros integrantes da trupe teatral. Homem comum, Manfredo sofre de depress�o. Procura um psiquiatra, que come�a a persegui-lo na vida real e tamb�m por meio de pesadelos.
As produ��es nacionais est�o abrigadas em diferentes programas. A Mostra Brasil exibe filmes in�ditos de nomes conhecidos dos cin�filos. Caso de L�cia Murat, que participa do festival com Ana, sem t�tulo. Misto de document�rio e fic��o, o filme acompanha uma jovem atriz que sai em busca do paradeiro de outra jovem, desaparecida desde a ditadura militar.
Esmir Filho tamb�m integra essa se��o com Verlust, que aborda a situa��o de asfixia atual com a figura de uma criatura marinha que invade uma casa de praia, �s v�speras do r�veillon.
Cineastas estreantes (ou em seus segundos filmes) est�o na competi��o Novos Diretores. A produ��o nacional se espalha ainda pelas se��es Apresenta��o Especial e Perspectiva Internacional.
HOMENAGEM
Morto em 1988, o diretor Fernando Coni Campos ser� homenageado com a exibi��o de tr�s de seus filmes, entre eles Ladr�es de cinema (1977). Estrelado por Ruth de Souza e L�a Garcia, acompanha contraventores de um morro carioca interessados em realizar uma obra de arte examinando aspectos da Inconfid�ncia Mineira.
Saindo do Brasil e indo para a Am�rica Latina, o M�xico � o pa�s com o maior n�mero de produ��es no evento (sete, ao todo). E � com o thriller mexicano Nova ordem que a Mostra tem in�cio. Dirigido por Michel Franco, o longa, vencedor do Le�o de Prata no Festival de Veneza, mostra a Cidade do M�xico fervendo com protestos que s�o surpreendidos por um violento golpe de Estado.
J� na parte de cima das Am�ricas, os Estados Unidos participam com 15 filmes. O veterano documentarista Frederick Wiseman recebe o Pr�mio Humanidade do evento (premia��o que tamb�m ser� concedida aos funcion�rios da Cinemateca Brasileira) e participa da mostra com seu mais recente filme, City Hall.
Partindo para a Europa, Alemanha, Fran�a e Portugal saem na frente, com 13, nove e oito filmes, respectivamente. O brasileiro Chico Diaz � o protagonista do longa portugu�s O ano da morte de Ricardo Reis, de Jo�o Botelho. Adapta��o do romance hom�nimo de Jos� Saramago (1922-2010), a narrativa fant�stica � ambientada em 1936, em meio ao nazismo alem�o, o fascismo italiano e o salazarismo portugu�s.
IR�
Na �frica, a participa��o � de quatro pa�ses, cada um com uma produ��o: �frica do Sul, Nig�ria, Sud�o e Lesoto. Na �sia, a partir do Oriente M�dio, o Ir�, um dos pa�ses queridinhos de festivais internacionais, comparece com seis produ��es. Vencedor do Urso de Ouro em Berlim, N�o h� mal algum, do iraniano Mohammad Rasoulof, apresenta quatro hist�rias sobre executores da pena de morte naquele pa�s.
J� no Extremo Oriente, a China, com sete filmes, � o pa�s com o maior n�mero de produ��es. O artista e ativista Ai Weiwei integra a mostra com dois document�rios. Coprodu��o Alemanha/M�xico, Vivos mostra o impacto dos desaparecimentos for�ados no territ�rio mexicano, a partir do ataque que estudantes sofreram em 2014 por for�as policiais, quando viajavam pelo estado de Guerrero, regi�o de forte dom�nio do tr�fico de drogas.
Mas o filme de Weiwei que dever� chamar mais a aten��o do p�blico � Coronation. Selecionado para o programa Apresenta��o Especial, o document�rio examina o controle exercido pelo Estado chin�s, do primeiro ao �ltimo dia do lockdown em Wuhan, cidade onde teve in�cio a pandemia do novo coronav�rus. As imagens foram captadas por moradores de Wuhan, e Weiwei, radicado na Europa, dirigiu o filme remotamente.
44ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE S�O PAULO
De 22 de outubro a 4 de novembro, no site www.mostra.org. Para assistir aos filmes, o espectador encontrar� no site as plataformas Mostra Play, Sesc Digital e Spcine Play, nas quais poder� realizar o seu cadastro. Cada filme custar� R$ 6. Os ingressos s� podem ser adquiridos a partir da pr�xima quinta (22), e as visualiza��es t�m in�cio a partir das 20h do mesmo dia. Ap�s adquirido o ingresso, o espectador ter� tr�s dias para assistir ao t�tulo. Os filmes das plataformas Sesc Digital e Spcine Play s�o gratuitos.