(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas M�SICA

Mauro Senise grava disco-tributo a Johnny Alf

'Ilus�o � toa' traz 12 composi��es do precursor da bossa nova revistas pelo saxofonista, que procurou evidenciar a riqueza mel�dica das can��es


19/10/2020 04:00 - atualizado 19/10/2020 09:30

(foto: Rodrigo Lopes/Divulgação)
(foto: Rodrigo Lopes/Divulga��o)

Um dos grandes compositores, cantores e pianistas brasileiros, o carioca Alfredo Jos� da Silva (1929-2010), ou Johnny Alf, como ficou conhecido, acaba de receber uma homenagem do conterr�neo Mauro Senise. O saxofonista e flautista lan�a em formato f�sico e digital o �lbum Ilus�o � toa – Mauro Senise toca Johnny Alf (Biscoito Fino), com 13 faixas, sendo 12 de Alf. Encerrando o CD, a can��o Melodia sentimental, de Heitor Villa-Lobos.

Autor de composi��es como Eu e a brisa, O tempo e o vento e Rapaz de bem, Alf gravou aproximadamente 20 discos, por�m morreu pobre e esquecido do grande p�blico, aos 80 anos, na cidade paulista de Santo Andr�. Considerado um dos pais da bossa nova, o m�sico influenciou nomes como Jo�o Gilberto, Tom Jobim e Luiz Bonf�, entre tantos outros. 

Senise conta que conheceu Alf no in�cio dos anos 1970, quando foi tocar com o cantor mineiro radicado no Rio de Janeiro L�cio Alves (1927-1993). “Toc�vamos na boate Le Bateau, em Copacabana, e Alf tamb�m se apresentava l� na mesma noite.”

As apresenta��es duraram alguns meses. “Ele se apresentava ao piano, e eu ficava admirado com as suas composi��es e harmonias complexas. Hoje me sinto muito confort�vel tocando essas preciosidades concebidas por esse g�nio, que, infelizmente, se foi. Alf era admirador de estrelas norte-americanas, como Cole Porter, George Gershwin e Nat King Cole. Era um m�sico da noite e tocava nas boates cariocas mais famosas, na primeira metade dos anos 1950.”

Tom Jobim, ainda em in�cio de carreira, Dolores Duran, Jo�o Gilberto, Roberto Menescal e Maur�cio Einhorn eram alguns dos m�sicos que iam ouvir Alf tocar e cantar na boate Plaza, em voga no Rio nos anos 1950. “Depois de gravar CDs homenageando a obra de Edu Lobo, Sueli Costa, Dolores Duran e Gilberto Gil, chegou a vez, tardiamente, reconhe�o, de homenage�-lo”, diz Senise.

CARREIRA 
Mauro Alceu Amoroso Lima Senise � saxofonista, flautista, arranjador e professor de m�sica. “Comecei a estudar m�sica tarde, j� com 20 anos, em 1970. Por�m, em 1973 gravei com Milton Nascimento o disco O milagre dos peixes. Na �poca, j� estava envolvido com Wagner Tiso e Paulinho Moura (1932-2010), que me ajudaram muito no come�o da minha carreira. Naquela �poca o amigo Wagner fazia muitos arranjos para Sueli Costa e Gonzaguinha (1945-1991), entre outros, na gravadora Odeon, e eu estava sempre l� tocando flauta.”

Senise conta que ainda n�o fazia solos. “N�o tinha condi��es ou muito conhecimento harm�nico, mas ficava l� no naipe. Naquela �poca, gravavam v�rios m�sicos de uma vez, quatro trompas, quatro flautas, quatro saxofones, era uma loucura. Hoje n�o existe mais isso. Antigamente era assim, botava o recheio e Wagner, que era o ‘rei da caneta’, fazia o arranjo. Ent�o eu gravava muito flauta em sol, a quarta flauta, fazia aquela nota longa que n�o tinha problema t�cnico. Al�m disso, era s� fera no est�dio. Realmente, Wagner e Moura me ajudaram muito.”

Em meados dos anos 1970, Senise come�ou a tocar na Le Bateau, acompanhando L�cio Alves. “Ele era um cantor maravilhoso. Abr�amos o show l� pelas 22h30, e Johnny entrava por volta da meia-noite. Volt�vamos l� pelas 2h30, isso em 1976. N�o tive o privil�gio de tocar com Johnny. Mas observei que ele, que s� tocava com m�sicos bons, era generoso e dava muito espa�o para improvisos, enfim, um cara fant�stico. Jo�o Gilberto mesmo era um que ia l� v�-lo tocar l� quase todos os dias.”

O flautista e saxofonista pretende seguir com as homenagens aos grandes da m�sica brasileira. As obras de Jo�o Bosco, Toninho Horta e Ivan Lins, “que s�o grandes melodistas”, est�o em seus planos. “Quando gravei Gil e Edu Lobo, queria mostrar a melodia, porque, como eles t�m letras fant�sticas, as pessoas que n�o t�m quase nenhuma educa��o instrumental, n�o se ligam muito na melodia, pois ficam deslumbradas com a letra.”

Ele exemplifica: “Uma can��o como Beatriz tocada no sax fica linda, embora tenha uma letra maravilhosa, como tudo que Chico faz. Mas a gente traz para o nosso lado. Edu Lobo � um senhor melodista, mas a m�sica fica escondida ali, atr�s da letra do Chico, que � genial”.

No caso de Alf, sua inten��o tamb�m foi dar mais destaque � melodia. “Embora Johnny fosse um grande instrumentista, tamb�m cantava, inclusive tinha um jeito pr�prio de interpretar, quebrado, sincopado, o que era muito interessante. Ele era um cara competente e muito avan�ado para a �poca. Ent�o para mim ficou um prato cheio. Chamei m�sicos maravilhosos para gravar comigo e foi aquela hist�ria, todos sorrindo no est�dio, porque dava prazer, uma vez que a mat�ria prima era de alt�ssimo n�vel. Em tr�s dias, gravamos o CD inteiro.”

FAIXA A FAIXA 
»  1-Seu Chopin, desculpe
»  2-  O que � amar
»  3- Disa (Johnny Alf & Mauricio Einhorn)
»  4- Rapaz de bem
»  5- N�s
»  6- Sonhos e fantasia
»  7- Ilus�o � toa
»  8- Plenil�nio
»  9- Podem falar
»  10- Olhos negros (Johnny Alf/Ronaldo Bastos)
»  11- Eu e a brisa
»  12- C�u e mar
»  13- Melodia sentimental (Heitor Villa-Lobos) 

ILUS�O � TOA – MAURO SENISE TOCA JOHNNY ALF
Biscoito Fino (13 faixas)
Dispon�vel nas plataformas digitais


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)