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Estado de Minas M�SICA

Bruno Viveiros Martins analisa as ra�zes do Clube da Esquina

Palestra do professor e pesquisador estar� dispon�vel a partir desta quinta-feira no canal da Academia Mineira de Letras no YouTube


05/11/2020 04:00 - atualizado 05/11/2020 09:14

Bruno Viveiros Martins diz que o Clube da Esquina fez do diálogo uma fonte de inspiração(foto: Isabelle Chagas/Divulgação )
Bruno Viveiros Martins diz que o Clube da Esquina fez do di�logo uma fonte de inspira��o (foto: Isabelle Chagas/Divulga��o )
A m�sica de BH que se espalhou pelo mundo ser� o tema de Bruno Viveiros Martins durante a palestra sobre o Clube da Esquina que estar� dispon�vel partir desta quinta-feira (5), no canal da Academia Mineira de Letras no YouTube. Professor do Centro Universit�rio Est�cio de Belo Horizonte, ele � autor do livro Som imagin�rio: a reinven��o da cidade nas can��es do Clube da Esquina (Editora UFMG).

No final da d�cada de 1960, as esquinas de BH se tornaram o lugar perfeito para que jovens compositores criassem a nova musicalidade que alterou os rumos da can��o popular brasileira, afirma Bruno Viveiros. “A partir desse local prop�cio para os mais diversos tipos de encontros, o Clube da Esquina lan�ou tamb�m outro olhar sobre o mundo p�blico.”

CIDADE 

De acordo com ele, a cidade, pensada para al�m de sua materialidade f�sica, passou a ser imaginada como espa�o essencial para o desenvolvimento humano devido �s possibilidades de di�logo, � pluralidade de ideias e ao fortalecimento da amizade.

“Uma coisa � certa: a amizade nasceu antes de qualquer uma daquelas can��es”, garante o professor, ao comentar a forma��o do Clube. “Penso essa hist�ria n�o como um movimento musical organizado, mas como um encontro de amigos que v�o chegando � cidade naquela �poca, grande parte deles vindos do interior.”

Wagner Tiso e Milton Nascimento vieram de Tr�s Pontas. Beto Guedes, de Montes Claros. Tavinho Moura, de Juiz de Fora. Fernando Brant, de Diamantina. Nelson �ngelo, de Ponte Nova. Murilo Antunes, de Pedra Azul. “Essas pessoas, ainda jovens, v�o se encontrar no Col�gio Estadual Central, nas esquinas, bares e cinemas de BH e fortalecer o la�o de amizade que nasceu antes de qualquer can��o ou parceria”, observa Bruno Viveiros.

Para ele, vem da� a ideia de esquina, que aparece muito nas letras das can��es dos mineiros, assim como a de clube, ligada � experi�ncia de sociabilidade, solidariedade e do encontro entre iguais, mas tamb�m de respeito entre os diferentes.

“A partir dessas duas ideias – esquina e clube –, vou contando hist�rias do Clube da Esquina tamb�m como o momento hist�rico em que BH era cidade moderna, uma das principais capitais do pa�s, mas ainda mantendo o tra�o de lugar de encontro, onde todo mundo se conhece. Isso possibilitou a cria��o de uma musicalidade espec�fica, especial”, diz Bruno.

De acordo com o professor, cada integrante do grupo trouxe de sua cidade tanto refer�ncias pessoais quanto seu universo cultural particular. “Milton conhece as cantoras do r�dio e traz a cultura negra do interior, Tiso � de uma fam�lia do Leste Europeu, acostumada � m�sica cl�ssica. Tavinho tem as suas andan�as pelo sert�o de Guimar�es Rosa, com as folias de reis, marujadas e congado. Toninho Horta conhece tudo da bossa nova e do jazz norte-americano. L� Borges e Beto Guedes t�m refer�ncias dos Beatles, Stones, do rock ingl�s, de uma cena mais pop.”

"H� o peso grande da censura, da viola��o dos direitos humanos, da quest�o pol�tica. Eles utilizam a can��o e a ideia do sonho como primeiro passo para modificar o Brasil"

Bruno Viveiros Martins, pesquisador



HORIZONTES 

Tudo isso, al�m das influ�ncias do cinema (nouvelle vague e Fellini), literatura, Guimar�es Rosa e Drummond, formou o Clube. “Eles expandem horizontes � medida que v�o travando di�logos uns com os outros, cada qual com sua refer�ncia. Enquanto o grupo vai amadurecendo, os integrantes v�o gravando seus discos. Entre 1967, quando Milton lan�a Travessia, e 1978, os �lbuns s�o assinados pelo pr�prio Milton, o catalisador do grupo.”

“L� grava o 'disco do t�nis' em 1972 e s� vai gravar novamente 1978. Foi um per�odo de experimenta��o, amadurecimento e di�logo. A partir desses pontos, os m�sicos v�o sonhar um pa�s livre, mais amigo, mais democr�tico. O contexto hist�rico � o da ditadura militar, ent�o, h� o peso grande da censura, da viola��o dos direitos humanos, da quest�o pol�tica. Eles utilizam a can��o e a ideia do sonho como primeiro passo para modificar o Brasil e tamb�m Belo Horizonte”, diz Bruno Viveiros.

O autor de Som imagin�rio... foi curador das exposi��es Clube da Esquina – Can��o amiga e Da janela lateral, ambas realizadas pelo Centro de Refer�ncia da M�sica de Minas, da Universidade Federal de Minas Gerais. Viveiros tamb�m � produtor do programa Decantando a Rep�blica, da r�dio UFMG Educativa, al�m de pesquisador do Projeto Rep�blica: N�cleo de Pesquisa, Documenta��o e Mem�ria da UFMG.

CLUBE DA ESQUINA: AMIZADES, SONHOS E CAN��ES

Palestra on-line de Bruno Viveiros Martins. O v�deo estar� dispon�vel a partir desta quinta-feira (5), �s 11h, no canal da Academia Mineira de Letras no YouTube.





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