Dispon�vel nas plataformas digitais, o trabalho � resultado de uma carreira iniciada em 2014, ano em que ela conheceu o DJ e beatmaker Coyote Beatz. “Ele sempre botou muita f� no meu trabalho, e a gente foi criando uma amizade. Nunca fui das batalhas de freestyle. Gostava das disputas secund�rias, mais cantadas. O Coyote me ajudou a dar vaz�o para esse tipo de abordagem e fazer m�sica com uma identidade pr�pria”, afirma.
Apesar de ter sido lan�ado na �ltima semana de novembro, o disco estava gravado desde mar�o. “Em uma semana, eu escrevi as letras, com uma s�rie de ideias e assuntos que j� estavam entalados. Foi um processo muito r�pido, assim como a pr�pria grava��o. Entrei em est�dio e, tr�s horas depois, j� tinha gravado tudo. Em um m�s, as m�sicas j� estavam prontas'', conta ela.
O que tomou mais tempo foi a parte visual do trabalho. “Foi a forma que eu encontrei de mostrar que a mulher negra pode ser desse jeito. Quis criar uma est�tica suave e bonita para empoderar as pessoas que me acompanham. A gl�ria tamb�m � uma quest�o est�tica.”
CALMA
Para ela, o t�tulo dado ao trabalho significa um estado de esp�rito que se alcan�a com intelig�ncia, calma e bondade. “Atingir a gl�ria � voc� se conhecer e entender que as pessoas racistas ou abusivas s�o ignorantes. Atingir a gl�ria � acreditar na lei do retorno e deixar o tempo agir por si”, aponta.
Ali�s, os dois grandes temas do �lbum s�o justamente o racismo e os relacionamentos t�xicos. As faixas Gl�ria - Intro e Pretas na rua, essa com a participa��o da dupla Tasha & Tracie, trazem trechos da entrevista que Elza Soares concedeu ao programa Roda viva em 2002.
“O que me impressiona � como ela fala de maneira t�o sentimental e sincera sobre temas t�o �ntimos e dif�ceis. Para mim, ela atingiu a gl�ria porque perdoou uma s�rie de pessoas que a prejudicaram no passado. E ela fala com uma simplicidade, mesmo sendo uma mulher gigante”, comenta.
Para Iza, a import�ncia de abordar temas espinhosos como esse est� em estabelecer uma conex�o com o p�blico. “Muita gente me manda mensagem elogiando as letras, dizendo o quanto se identificou com as hist�rias e com os temas. E � importante jogar luz sobre esses temas, porque existem por a� mulheres que passam por isso e n�o conseguem distinguir. Principalmente em se tratando de relacionamentos que n�o s�o saud�veis.”
A artista tamb�m comemora o reconhecimento que vem recebendo desde a estreia. Segundo ela, nomes de peso do rap brasileiro, como Djonga, Emicida, Rashid e Sant divulgaram Gl�ria em suas redes sociais.
Aos 21 anos, ela encara com seriedade a quest�o da visibilidade feminina no rap. “Procurei trazer as minas junto comigo, porque isso � o m�nimo que eu quero fazer. As tr�s s�o minas com quem eu tive uma vis�o muito forte de somar com elas. Acho que elas fizeram toda a diferen�a nesse meu trabalho. Fiquei muito feliz por elas terem aceitado, acreditado e botado f�”, comemora.
Segundo Iza, a visibilidade que o rap mineiro alcan�ou nos �ltimos anos � devida � versatilidade dos artistas da cena. “Todo mundo por aqui n�o se prende. Tem gente fazendo tudo quanto � tipo de m�sica. Temos essa originalidade.”Ao lado de Mayi?, Paige, Laura Sette e DJ Kingdom, Iza Sabino integra o grupo Fenda. Formado no final de 2019 para a abertura do show de Criolo em BH, o encontro deu certo e rendeu frutos. Em 2020, o quinteto lan�ou quatro singles: N�o se ofenda, Girlgang, Casa das prima e Manda foto de agora. Para este 2021 elas preparam um �lbum que deve ser lan�ado at� julho.
Da mesma forma, Iza faz planos para dar continuidade � carreira solo. “Tenho v�rias parcerias com outros artistas programadas e tamb�m quero lan�ar um outro �lbum, no final do ano que vem.”
Uma das parcerias � com o pr�prio Coyote, que no �ltimo dia 18 lan�ou Gl�ria: Instrumentals, �lbum que re�ne as vers�es instrumentais das m�sicas que comp�em o disco de Iza Sabino.
GL�RIA
De Iza Sabino
9 faixas
Macacolab
Dispon�vel nas plataformas digitais