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Estado de Minas

Mestre do duplo sentido e �cone do forr�, Genival Lacerda morre de COVID

Cantor de 89 anos estava internado no Recife e n�o resistiu �s complica��es da doen�a


07/01/2021 10:54 - atualizado 07/01/2021 12:26

Genival Lacerda emplacou sucessos como 'Severina Xique Xique
Genival Lacerda emplacou sucessos como 'Severina Xique Xique" (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A.Press)

Genival Lacerda n�o resistiu �s complica��es da COVID-19 e morreu nesta quinta-feira (7/1). O cantor, �cone do forr� brasileiro, tinha 89 anos e estava internado no Recife, em Pernambuco, em estado grave, desde o dia 30 de novembro. A informa��o da morte do artista foi confirmada pelo filho, Jo�o Lacerda.

 

A fam�lia tamb�m anunciou que o enterro ser� feito �s 18h desta quinta-feira (7/1), no Cemit�rio Nossa Senhora do Carmo, em Campina Grande, na Para�ba. 

  

Nesta quarta-feira (6/1), Genival teve complica��es no estado de sa�de e estava respirando por ventila��o mec�nica, com o aux�lio de rem�dios. Hipertenso e diab�tico, em maio sofreu um AVC que o levou a ser hospitalizado por alguns dias. Em julho, foi promovida live para arrecadar recursos para o tratamento m�dico – sem fazer shows, ele contava apenas com a aposentadoria de pouco mais de R$ 2 mil. 

 

Elba Ramalho, Caju e Castanha, Tato do Falamansa e Fernanda Takai fizeram participa��es por v�deo no evento, que contou com a ades�o de mais de 30 artistas. O pr�prio Genival chegou a participar da live, de forma discreta, cantando Severina xique-xique e De quem � esse jegue.

 

Nascido em 5 de abril de 1931, em Campina Grande, o paraibano Genival Lacerda sa�a do s�rio quando ouvia de algum interlocutor que sua m�sica era putaria. “Putaria � outra coisa. Isso � duplo sentido”, costumava dizer. O paraibano foi um dos m�sicos que popularizaram o “forr� mal�cia” ou “forr� escrachado”.

 

Nos anos 1970, o forr� com letras debochadas e conota��o sexual (mas sempre de forma jocosa) explodiu no Nordeste. Depois ganhou o pa�s.

Severina xique-xique (do impag�vel refr�o “Ele t� de olho � na butique dela”) foi lan�ada em 1975, quase 20 anos depois de Genival estrear como cantor de forr�. Sua carreira teve in�cio no come�o da d�cada de 1950, em programas de r�dio de Campina Grande. Mudou-se para o Recife e, em 1953, gravou seu primeiro disco de 78 rota��es, com as faixas Coco de 56 e Dance o xaxado. N�o demorou a ir para o Rio de Janeiro tentar a sorte.

 

Parceria com Jo�o Gon�alves, Severina (gravada por Marisa Monte, Pato Fu, Forr��acana e Zeca Baleiro, entre outros) acabou fazendo com que Genival se tornasse um grande vendedor de discos. O LP Aqui tem catimber�, que trazia esta can��o, vendeu, na �poca, 800 mil c�pias. Na esteira dele vieram outros sucessos: Radinho de pilha, Mate o v�io, Caldinho de mocot� e Fio dental.

 

Genival Lacerda com Silvio Santos(foto: João B. da Silva)
Genival Lacerda com Silvio Santos (foto: Jo�o B. da Silva)

Naquele momento, a figura de Genival – barrig�o incorporado � dan�a e chap�u, sempre colorido – j� estava eternizada. Ainda que seja um nome insepar�vel do forr�, a maior parte de suas can��es se situa entre o coco e o roj�o, especialidade de sua maior influ�ncia, Jackson do Pandeiro.

 

O conterr�neo e mestre, Genival sempre lembrava, era meio parente – o irm�o de Genival se casou com a irm� de Jackson.

Jackson do Pandeiro o incentivou a ir para o Rio de Janeiro, apoiando-o no in�cio de carreira. O disc�pulo retribuiu, sempre interpretando can��es de Jackson e de outro mestre, Luiz Gonzaga, em seus shows, al�m de tributos fonogr�ficos. 

 

Lacerda trabalhou com outros destaques da m�sica brasileira – foi Sivuca quem arranjou o �lbum A fubica dela (1987). Com Ivete Sangalo, o paraibano gravou Chevette da menina, que fala da mulher que tem o mesmo nome da cantora baiana.

Genival viveu muito e gravou em igual medida. Ultrapassou a marca dos 80 discos, entre vinis e CDs. Seu mais recente lan�amento, nas plataformas digitais, � o registro ao vivo Minha estrada.

Genival Lacerda com João Gordo, do Ratos de Porão(foto: Geninho Simonetti/Divulgação)
Genival Lacerda com Jo�o Gordo, do Ratos de Por�o (foto: Geninho Simonetti/Divulga��o)

Duas faixas – Deixa a tanga voar e S�o Jo�o do Carneirinho, ambas de Luiz Gonzaga – vieram a p�blico no �ltimo dia 13. Treze de dezembro, ali�s, � o dia do anivers�rio de Gonzag�o. 

 

Antes da morte de Genival Lacerda, sua assessoria anunciou que Minha estrada teria uma faixa lan�ada por m�s at� o final de 2021. 

 


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