Fic��o imita a realidade em 'Isolado na pandemia', que estreia na TV

Passados 10 meses do in�cio da pandemia do novo coronav�rus, os filmes anteriores a ela que dialogavam com o contexto atual – seja de forma direta, como Cont�gio (2011), de Steven Soderbergh, ou com tratamento mais subjetivo, como Ensaio sobre a cegueira (2008), de Fernando Meirelles – j� foram (re) vistos incont�veis vezes. 

Pois mesmo com os impedimentos decorrentes da COVID-19 – fechamento dos cinemas, lockdown nos grandes centros da ind�stria cinematogr�fica e uma crise sem precedentes de toda a cadeia – h�, de forma incipiente, uma produ��o audiovisual em torno da pandemia. 

N�o se tem not�cia, pelo menos at� agora, de um grande filme sobre o tema em vista. Mas, aqui e ali, h� sinais, como o an�ncio recente de que o roteirista Charles Randolph, Oscar de melhor roteiro por A grande aposta (2015), vai estrear na dire��o com um filme sobre o novo coronav�rus, a partir de seu surgimento em Wuhan, na China.

Seja como for, os canais de TV e as plataformas de streaming t�m se esmerado na procura por produ��es que tratem da quest�o.  O t�tulo Isolado na pandemia (2020), filme in�dito no Brasil que chega nesta sexta (22/1) � rede Telecine, � claramente oportunista. Para come�ar, o t�tulo original do longa dirigido por Johnny Martin e roteirizado por Matt Naylor � Alone (Sozinho). 

PARTICIPA��O

� uma produ��o B que tem apelo para al�m do tema, pois � protagonizada por um nome popular das s�ries (Tyler Posey, de Teen Wolf e Jane the virgin). Donald Sutherland faz uma participa��o na �ltima metade do longa, e esse pode ser o maior m�rito da produ��o. 

Aidan (Posey) acorda um belo dia de ressaca, em seu apartamento, em Los Angeles. A mulher com quem havia passado a noite desapareceu, como num passe de m�gica. Ao ligar a TV, ele descobre que o apocalipse est� acontecendo naquele momento. 

Um v�rus letal est� se disseminando entre a popula��o, transformando os humanos em canibais. Uma vez infectada, a pessoa, enlouquecida, tem que comer. O problema � que os infectados mant�m a consci�ncia, e muitos decidem se suicidar em vez de matar os outros. 

Sozinho em seu apartamento, Aidan faz de tudo para sobreviver. Passam-se os dias e ele s� tem o vlog rec�m-criado para “conversar”. Quando chega ao 42º dia de isolamento, decide tirar a pr�pria vida. N�o h� quase mais comida, a �gua escasseou e at� sair para o corredor do pr�dio representa risco. S� que ele descobre que a vizinha do pr�dio ao lado est� viva, e a conex�o com ela o demove da ideia. 

Isolado na pandemia foi lan�ado no mercado externo em outubro de 2020. A demora no lan�amento certamente diminuiu seu impacto, j� que, um m�s antes, a Netflix havia lan�ado em todo o mundo a vers�o sul-coreana da mesma hist�ria, #Alive.

O diretor Il Cho partiu do mesmo roteiro de Matt Naylor para contar a hist�ria. S� que se antecipou ao longa norte-americano. #Alive chegou aos cinemas da Coreia do Sul em junho do ano passado, e foi o primeiro filme a ultrapassar 1 milh�o de espectadores na bilheteria daquele pa�s desde o in�cio da pandemia. 

•O filme estreia nesta sexta (22/1), �s 22h, no Telecine Premium. A partir da 0h est� dispon�vel no Telecine Play.

N�o � a 19, mas a vers�o 23 da COVID que est� dizimando a humanidade neste thriller, o primeiro longa-metragem sobre a pandemia rodado depois de seu in�cio, em mar�o passado. Michael Bay � o produtor; Adam Mason, o diretor; K. J. Apa (o bonitinho Archie, de Riverdale), o protagonista. At� Demi Moore aparece na hist�ria, que coloca o coronav�rus, depois de v�rias muta��es, com um �ndice de mortalidade de 56% no ano de 2024. Ele mata em 48 horas, tanto que 110 milh�es de pessoas, s� nos EUA, j� sucumbiram. 

Com Los Angeles como cen�rio, o espa�o p�blico daquela metr�pole s� pode ser ocupado pelos sobreviventes aos v�rus e os imunes � contamina��o, que exibem uma pulseira amarela. Os demais est�o trancados em casa, nos chamados acampamentos Q, onde poucos sobrevivem ap�s uma quarentenafor�ada. Muito se falou sobre o filme, cujas filmagens foram conclu�das em julho.

Lan�ado nas plataformas de streaming dos EUA em dezembro passado, Songbird caiu como uma bomba. Foi execrado pela cr�tica, que o considerou insens�vel com o momento, superficial, ca�a-n�quel. At� o momento, n�o tem previs�o de chegada ao Brasil.

A Netflix lan�ou, em maio passado, Feito em casa, antologia de curtas coordenada pelo cineasta chileno Pablo Larra�n, com grandes nomes (Kristen Stewart, Maggie Gyllenhaal, Paolo Sorrentino), e rodada em casa. O terror n�o � tema, mas sim o isolamento social nos momentos iniciais da quarentena. Algo bem diferente da iniciativa brasileira, lan�ada em agosto, e dedicada a hist�rias de terror.

Tradicional no calend�rio dos festivais brasileiros, o Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fant�stico de Porto Alegre criou um concurso para que realizadores de v�rios lugares do mundo fizessem filmes do g�nero em suas casas. Os 13 melhores foram reunidos na antologia.

Sete dos curtas s�o de brasileiros, mas h� produ��es da Argentina, Uruguai, EUA, Chipre e Reino Unido. S�o filmes de baix�ssimo or�amento, e os temas variam entre narrativas sobre o v�rus e o confinamento decorrente da pandemia.

Onde: Dispon�vel para aluguel e venda na Apple TV, Google Play, Now, Vivo Play, Looke e YouTube 

O longa escrito e dirigido por Ben Wheatley ser� lan�ado no Festival de Cinema de Sundance, que tem in�cio previsto para a pr�xima quinta-feira (28/1). O tradicional evento em Park City, Utah, ter� neste ano uma edi��o h�brida. Haver� sess�es em v�rias cidades norte-americanas, com plateia reduzida. Mas o foco estar� na exibi��o virtual.

O diretor brit�nico, que lan�ou em 2020 o remake de Rebecca, a mulher inesquec�vel, na Netflix, teve apenas duas semanas de agosto para rodar In the Earth. Enquanto o mundo busca a cura para um v�rus, dois homens, entre eles um cientista, adentram uma floresta para uma opera��o aparentemente de rotina.

Sundance tamb�m vai exibir outros filmes que t�m como tema a pandemia, ainda que n�o sejam de terror. O document�rio In the same breath, da chinesa Nanfu Wang, explora as tentativas do governo de seu pa�s de transformar o encobrimento da epidemia em Wuhan em um triunfo para o 

Partido Comunista. 

Produ��o do YouTube com lan�amento mundial previsto para 6 de fevereiro, A vida em um dia 2020 ter� premi�re no festival. Em 25 de julho do ano passado, pessoas de todo o mundo filmaram seu dia. O document�rio, dirigido por Kevin Macdonald e produzido por Ridley Scott, foi criado pelas contribui��es. �bvio que houve sele��o, j� que foram 300 mil inscri��es.