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Estado de Minas CINEMA

Festival de Sundance tem dois t�tulos brasileiros na edi��o 2021

O longa 'A nuvem rosa' (em competi��o) e o curta 'Inabit�vel' est�o na programa��o da mostra norte-americana, que come�a nesta quinta (28/1)


28/01/2021 04:00 - atualizado 28/01/2021 07:42

A nuvem rosa marca a estreia na direção de longas da gaúcha Iuli Gerbase. Filme compete com outros nove títulos de vários países(foto: O2Filmes/divulgação)
A nuvem rosa marca a estreia na dire��o de longas da ga�cha Iuli Gerbase. Filme compete com outros nove t�tulos de v�rios pa�ses (foto: O2Filmes/divulga��o)
Giovana (Renata de L�lis) e Yago (Eduardo Mendon�a) acabaram de se conhecer em uma festa. Sem saber, ter�o que passar os pr�ximos anos juntos em um apartamento. N�o podem sair de casa. Sim, � sobre isolamento e aus�ncia de conv�vio social decorrentes de uma pandemia A nuvem rosa, estreia em longas-metragens da diretora ga�cha Iuli Gerbase.

Mas n�o, a COVID-19 estava longe de existir quando ela come�ou a pensar no projeto. A nuvem rosa � o �nico longa brasileiro em competi��o no Festival de Sundance. O evento, que marca o in�cio do calend�rio anual dos festivais de cinema do mundo, come�a nesta quinta-feira (28/1), em Park City, Utah, no modelo pandemia. 

Haver� sess�es presenciais na cidade-sede, assim como em drive-ins de v�rios estados norte-americanos. Mas o grosso da programa��o ser� on-line, por�m restrita ao mercado dos EUA.  Al�m disso, a programa��o est� reduzida, j� que o n�mero de dias de realiza��o do festival tamb�m diminuiu. Esta edi��o 2021 se encerra em 3 de fevereiro.

Na trama dram�tica de A nuvem rosa, uma nuvem t�xica toma conta de v�rias cidades do mundo, impedindo que as pessoas saiam de casa. “Minha ideia era mostrar dois personagens desconhecidos um do outro at� ent�o, presos durante muito tempo, como se fosse um casamento for�ado”, comenta Iuli Gerbase, que come�ou a escrever o roteiro em 2016.

Rodado em Porto Alegre em 2019, o filme j� tinha uns tr�s cortes quando a pandemia come�ou, em mar�o de 2020. A finaliza��o, com dublagem, corre��o de cor, trilha sonora, al�m do corte final, foi realizada remotamente.

SIGNIFICADO

“O filme ficou pronto em agosto. Mesmo sabendo-o de cor, quando o assisti finalizado, seu significado mudou para mim. O que os atores dizem, por exemplo, voc� se v� dizendo (na vida real). A experi�ncia foi outra”, ela conta.

Para Iuli, o fato de o longa fazer uma ponte com a realidade pesou na sele��o por Sundance – o filme est� em competi��o na categoria World Cinema Dramatic Competition, que tem outros nove t�tulos de diferentes pa�ses. 

“O festival tem v�rias programadoras mulheres e uma me respondeu dizendo que havia se identificado com a hist�ria. Por outro lado, fiquei com medo (de que a tem�tica) pudesse ser negativa para o filme.”

EFEITOS

A nuvem t�xica, realizado por meio de efeitos em 3D, � uma solu��o dramat�rgica para manter Giovana e Yago encarcerados em casa. O surto se prolonga por v�rios anos, fazendo com que os personagensmudem. Enquanto ela se sente cada vez mais aprisionada, ele passa a viver dentro daquele mundo.

� um filme de quase uma s� loca��o, pois o casal est� no apartamento o tempo inteiro. H� outros personagens, como uma irm�, um pai e uma amiga, que aparecem em videoconfer�ncia. E h� ainda um telejornal, por meio do qual o casal tenta manter seu p� na realidade.

A nuvem rosa foi produzido pela Prana Filmes, dos pais de Iuli, o cineasta Carlos Gerbase e a produtora Luciana Tomasi. “Como (o cinema) � um meio que conhe�o desde pequena, sempre vi a dificuldade de se fazer um filme nacional. Eu ia aos sets dos filmes dos meus pais, e acompanhei a seriedade e a realidade de uma filmagem. Ent�o, estou meio preparada para as coisas boas e as ruins”, diz ela. 

O longa ser� distribu�do pela O2 Filmes. Depois da premi�re em Sundance, A nuvem rosa vai participar de outros eventos de cinema, nacionais e internacionais. A ideia � tentar lan�ar comercialmente o filme nas salas de exibi��o no fim deste ano. Mas, diante da realidade da pandemia, n�o h� como fazer muitas previs�es no momento.

LgbT  O outro concorrente brasileiro em Sundance � o curta pernambucano Inabit�vel, de Matheus Farias e Enock Carvalho. Mas, diferentemente do longa ga�cho, ele faz sua premi�re nos EUA depois de ter participado de 18 festivais brasileiros, nos quais acumulou 12 pr�mios. Foi rodado no Recife, em dezembro de 2020, e finalizado na primeira fase da pandemia.

Esse fato � revelado no in�cio da narrativa, que localiza a protagonista, Marilene (Luciana Souza) um pouco antes do come�o da quarentena. Mulher pobre da capital pernambucana, ela sai � procura da filha, Roberta (Eduarda Lemos), desaparecida depois de ter ido a uma festa. Roberta � uma mulher trans.

“N�o pensamos em esperar (o fim da pandemia) para lan�ar o filme, porque ele tem um car�ter muito urgente, conversa muito com o momento, pois fala do medo. Ainda que os n�veis e as motiva��es sejam diferentes, o medo � um sentimento que grande parte do mundo est� sentindo. E o filme tamb�m parte das nossas experi�ncias pessoais diante do mundo, da nossa fam�lia, o trato com as nossas m�es. Na g�nese, ele carrega a nossa experi�ncia como pessoas LGBT do Brasil do s�culo 21”, comenta Matheus.   

“Uma trans desaparecida no Brasil n�o � um desaparecimento qualquer. A gente pensa logo num poss�vel caso de transfobia. Al�m disso, � um filme pautado pela persegui��o �s comunidades LGBT, �s pessoas negras, o que mostra muito do Brasil atual”, acrescenta Enock. Tal jornada, que tem in�cio como um drama, vai ganhando elementos de fic��o cient�fica na parte final.

PESQUISA

Atriz baiana que participou dos filmes Bacurau (2019) e � pa�, � (2007), Luciana Souza admite que teve que fazer uma pesquisa grande para interpretar Marilene. “A gente tem conhecimento dessas hist�rias, mas, quando adentra no universo, se depara com uma realidade absurda. Tais quest�es dizem respeito a todo mundo, e foi com o olhar para essa realidade que tive um ganho de constru��o dram�tica para a personagem”, diz ela. � a m�e em busca da filha que est� presente em cena o tempo todo.

Inabit�vel � o terceiro curta assinado por Matheus e Enock, que anteriormente lan�aram Quarto para alugar (2016) e Caranguejo rei (2019). “Estamos agora no desenvolvimento do nosso primeiro longa. Como trabalhamos em dupla desde sempre, percebemos as afinidades de cada um. Enquanto eu gosto mais de trabalhar no roteiro, de dar um tratamento � hist�ria, o Matheus � mais ligado na mise-en-sc�ne. Acabamos encontrando uma maneira singular de trabalhar”, comenta Enock.

No mercado internacional, Inabit�vel j� participou de um festival na Coreia do Sul. Ap�s o evento Festival de Sundance, o curta j� tem confirmada a participa��o em outros seis festivais internacionais, entre eles o de Dublin, na Irlanda, em mar�o.


FESTIVAL DE CANNES � ADIADO PARA JULHO

O Festival de Cannes, que ocorre tradicionalmente em maio, ser� realizado em julho deste ano devido � pandemia do novo coronav�rus, conforme confirmou ontem a organiza��o da mostra francesa. A mais importante competi��o de cinema do mundo agora est� agendada para o per�odo de 6 a 17 de julho. A edi��o do ano passado foi cancelada devido � crise sanit�ria e substitu�da por uma sele��o simb�lica de 56 filmes.

Cannes, al�m de premiar as prestigiosas produ��es, � uma vitrine essencial para a ind�stria cinematogr�fica, duramente atingida pela crise de sa�de, pela realiza��o paralela � competi��o do Mercado de Filme. Este ano, o primeiro grande festival do calend�rio, o de Berlim, regularmente realizado em fevereiro, desistiu de uma edi��o cl�ssica e anunciou uma programa��o on-line em mar�o, al�m de exibi��es abertas ao p�blico em Berlim, em junho. (AFP)


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