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Estado de Minas CINEMA

'Madalena', filme sobre a brutalidade brasileira, compete em Roterd�

Rodado no Mato Grosso do Sul, longa de Madiano Marcheti parte da descoberta do corpo de mulher trans para falar de viol�ncia. Festival holand�s come�a hoje


01/02/2021 04:00 - atualizado 01/02/2021 08:24

Rodado em Dourados, no Mato Grosso do Sul, 'Madalena' questiona a brutalidade naquela região(foto: PoloFilme/divulgação)
Rodado em Dourados, no Mato Grosso do Sul, 'Madalena' questiona a brutalidade naquela regi�o (foto: PoloFilme/divulga��o)


“Meu quintal � maior do que o mundo” � um dos mais c�lebres versos de Manoel de Barros (1916-2014). Pois um conterr�neo do poeta, o realizador mato-grossense Madiano Marcheti, de 32 anos, leva para o cinema, em sua estreia em longas-metragens, pensamento semelhante.
 
Um dos filmes selecionados para a Tiger Competition, a principal competi��o do Festival de Cinema de Roterd�, cuja 50ª edi��o tem in�cio nesta segunda-feira (1º/2), em formato on-line, Madalena nasceu de um questionamento de Marcheti sobre o lugar de onde veio.

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A personagem-t�tulo � uma figura ausente, pois � a descoberta do cad�ver de Madalena que detona a narrativa. Encontrado em uma planta��o de soja, o corpo da mulher trans se torna um elo para os tr�s protagonistas da hist�ria. Luziane (Nat�lia Mazarim), Bianca (Pamella Yule) e Cristiano (Rafael de Bona) s�o jovens e n�o se co- nhecem. T�m realidades socioculturais diferentes, mas em algum momento cruzaram com Madalena.

 


O longa foi rodado em Dourados, no Mato Grosso do Sul. O elenco � todo do Centro-Oeste, tamb�m a regi�o de Marcheti. O realizador nasceu em Sinop, Mato Grosso, cidade para onde os pais dele, do Sul do pa�s, se mudaram. Nos anos 1970, incentivados pelo governo militar, trabalhadores, principalmente do Paran�, participaram da onda migrat�ria de ocupa��o da regi�o amaz�nica do Mato Grosso.
 
Quarenta e seis anos depois de sua funda��o, Sinop � pilar do agroneg�cio, com �nfase na produ��o de soja e milho. Com 150 mil habitantes, tem o quinto Produto Interno Bruno (PIB) de seu estado. “� uma cidade rica, mas ao mesmo tempo muito desigual, pois nem todos t�m acesso a tudo. Al�m disso, tem um processo hist�rico muito controverso, por exemplo, em rela��o aos povos ind�genas, que tiveram que ser retirados. Mesmo tendo orgulho de onde venho, de gostar do lugar, n�o consigo deixar de v�-lo criticamente”, comenta Marcheti.
 
Ele j� n�o vive h� uma d�cada em Mato Grosso. Estudou cinema na PUC Rio, depois se mudou para S�o Paulo e, por causa do trabalho do marido, est� de mudan�a para Maputo, Mo�ambique, onde ficar� por um ano.
 
“O filme � sobre os tr�s personagens que est�o conectados com Madalena e como cada um responde � aus�ncia dela. Fala muito sobre viol�ncia, obviamente, mas tamb�m como voc� se coloca em rela��o � brutalidade. � uma hist�ria que faz um apelo pela empatia”, continua Marcheti.
 
A sele��o para Roterd� vem sendo comemorada, ainda que a dist�ncia. “Tem uma parte de mim que est� triste, porque depois de tantos anos fazendo o filme, vou perder a rea��o do p�blico (n�o haver� sess�es presenciais no evento holand�s). 
 
Mas para a visibilidade do filme, participar do festival � �timo, ainda mais porque � um evento dif�cil de entrar”, acrescenta o realizador. Marcheti vai passar 2021 trabalhando no roteiro de seu segundo longa, M�e de ouro, sobre o garimpo ilegal e suas consequ�ncias ambientais em Mato Grosso.

Do Brasil, h� outra produ��o concorrendo em Roterd�. Carro rei, de Renata Pinheiro, foi selecionado para a mostra Big Screen Competition. Ambientado em Caruaru, Pernambuco, o longa acompanha Uno (Luciano Pedro Jr.), jovem batizado como tal em refer�ncia ao carro em que nasceu a caminho do hospital.
 
Desde crian�a, ele considera o ve�culo, o primeiro carro adquirido por seus pais, seu melhor amigo. Um acidente os separa, Uno torna-se ativista ambiental, enquanto o carro � despachado para o ferro-velho de seu tio Z� Macaco (Matheus Nachtergaele).
 
O Festival de Roterd� ser� realizado em duas partes. A primeira, com as duas principais competitivas, vai at� domingo (7/2). A segunda, entre 2 e 6 junho, poder� ser presencial, de acordo com o desenvolvimento da pandemia da COVID-19.


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