
Durante um m�s, o Cinusp Paulo Em�lio, sala de cinema da Universidade de S�o Paulo (USP), que est� de portas fechadas em virtude da pandemia do novo coronav�rus, vai exibir em seu canal no YouTube curtas sobre carnaval. At� 14 de mar�o, a mostra � Abre Alas vai apresentar 11 curtas, em programa��o que ainda ter� debates ao vivo e podcasts.
A sele��o � bastante diversa. Primeiro curta do premiado cineasta pernambucano Marcelo Gomes (Cinema, aspirinas e urubus, Maracatu, maracatus/1995), destaca as diferen�as culturais entre as v�rias gera��es de integrantes do maracatu rural, manifesta��o de cunho afro-ind�gena origin�ria dos engenheiros de a��car de Pernambuco.
Dirigido por B�rbara Wagner e Benjamin de Burca (dupla cujo curta One hundred steps est� selecionado para a competi��o oficial do Festival de Berlim deste ano), Faz que vai (2015) flerta com a performance ao colocar em cena dan�arinos diversos que apresentam passos caracter�sticos de ritmos como o frevo, o funk e o vogue.
BLOCO De uma safra mais recente, O tambor me chamou (2019), de M�rcio Cruz, acompanha a trajet�ria do Il� Ob� de Min, bloco afro feminista de S�o Paulo. J� Arrasta a bandeira colorida (1970), de Aloysio Raulino e Luna Alkalay, documenta o carnaval de rua paulistano de 50 anos atr�s a partir de fotografias tiradas pelos diretores.
As marchinhas tamb�m s�o centrais no enredo de Pol�mica (1999), fic��o de Andr� Sampaio que encena a famosa rivalidade entre Noel Rosa e Wilson Batista, nos anos 1930. Com influ�ncias da chanchada e do cinema marginal, o filme faz uma homenagem �cida a esses dois grandes nomes do samba carioca.
O exagero tamb�m toma conta de Carnaval inesquec�vel (2008), filme escatol�gico de Pedro Severien, em que todo o exagero do per�odo carnavalesco � levado �s �ltimas consequ�ncias.
Rainha (2016), de Sabrina Fidalgo, retrata a cultura dos desfiles de escolas sob o vi�s das mulheres negras. J� Dram�tica (2005), de Ava Gait�n Rocha, � uma adapta��o livre do poema Hierarquia (1970), de Pier Paolo Pasolini, e tra�a um paralelo entre a embriaguez na festa e a viol�ncia no Brasil.
Por fim, a mostra apresenta filmes em que o transe do carnaval se faz presente, de forma sensorial e abstrata, nas imagens e no som. � o caso de A colour box (1935), breve anima��o do pioneiro Len Lye realizada como uma propaganda para os correios brit�nicos. Seu desfile de cores, formas e linhas evoca os ritmos e a alegria do carnaval, enquanto S�lo un poco aqui (2018), do Duo Strangloscope, trabalha com borr�es e com efeitos sonoros distorcidos para representar a efemeridade e a euforia que envolvem a festa.
Encerrando a programa��o, Borboleta (1974), de Shuji Terayama, apresenta imagens de fantasias, orgias e comilan�as, fazendo lembrar uma ressaca de quarta-feira de cinzas em que os acontecimentos e as consequ�ncias do carnaval precisam ser enfrentados.
� ABRE ALAS
A mostra, gratuita, vai at� 14 de mar�o
no canal do YouTube do Cinusp Paulo Em�lio