
A mostra ocorre uma semana ap�s Chloe Zhao ganhar o Globo de Ouro de melhor diretora pelo filme “Nomadland”, tornando-se a segunda mulher na hist�ria a levar o pr�mio. “Fiquei muito feliz, achei supermerecida (a vit�ria)... Os filmes de grande bilheteria nos Estados Unidos n�o chegam a 10% de dire��o feminina. Recentemente, apenas “Mulher-Maravilha” (de Patty Jenkins), entre essas grandes produ��es, foi dirigido por uma mulher. Ent�o, os festivais e premia��es d�o esse reconhecimento para que as produtoras chamem mais mulheres no futuro”, detalha Rebeca.
Rebeca cursou cinema na Universidade da Calif�rnia de Los Angeles, UCLA, e � fundadora da produtora Cinemakers, junto com seu s�cio, F�bio Medeiros. Respons�vel por outros projetos, como o document�rio “Data-limite segundo Chico Xavier”, ela criou a mostra “Mulheres no Cinema” em 2021 com a inten��o de reconhecer os trabalhos de diretoras em todo o mundo.“Tem filme da Pol�nia, It�lia, Inglaterra, China e �ndia. � uma diversidade cultural muito grande. E uma diversidade de estilos tamb�m. Tem drama, document�rio, live action. Tentamos resumir tudo em 20 filmes que representassem uma variedade de temas e g�neros.”
A sele��o dos curtas foi feita a partir das inscri��es realizadas no S�o Paulo Film Festival de 2020 e 2021. Alguns dos filmes acabaram n�o sendo relacionados para a programa��o do festival no ano passado e foram inclu�dos na mostra deste ano. No site, o p�blico poder� votar em suas produ��es favoritas. O vencedor levar� a premia��o de R$ 5 mil.
As lives contar�o com seis diretoras brasileiras: Thain� Prado, Helena Hilario, Carolina Neves, Cintia Bittar, Mariana Britto e Luisa Parnes. Os debates ser�o com a atriz B�rbara Paz, que vai falar sobre a dire��o de “Babenco – Algu�m tem que ouvir o cora��o e dizer: Parou”, e com a produtora Debora Ivanov, que assina mais de 60 produ��es em sua trajet�ria profissional, al�m de enfocar o papel da mulher no audiovisual.
DESTAQUES

Um dos destaques da programa��o � o curta-metragem document�rio “Everest sustent�vel”, dirigido por Mariana Britto. O filme foca em expor a situa��o insustent�vel da montanha mais alta do mundo atrav�s de uma expedi��o minimalista, na qual Mariana e sua equipe, al�m de visar o menor consumo de �gua, res�duos e energia poss�veis, catam o lixo que encontram pela trilha.
“O Everest � visto hoje como uma das montanhas mais sujas do mundo. N�o existe hoje uma estrutura de descarte de lixo adequada. Ent�o, a montanha � cheia de pacotes de salgadinho, embalagens e cigarros”, explica a diretora do curta.
Mariana espera que seu filme conscientize tanto a popula��o do Nepal quanto quem vai at� l� para subir a montanha. Al�m do curta, ela lan�ar�, ainda em mar�o, o “Manual de boas pr�ticas na montanha”, que ser� disponibilizado para as ag�ncias e turistas que exploram a regi�o. A renda com a venda de fotografias da expedi��o foi revertida para um orfanato pr�ximo ao Everest.
Assim como Mariana Britto, Thain� Prado tamb�m viajou para outro continente para filmar seu document�rio, “Sangue sagrado”. Ao evidenciar a situa��o de como a quest�o menstrual � tratada em comunidades da Nig�ria, a diretora tenta quebrar o tabu relacionado � quest�o feminina. A produ��o mostra como mulheres n�o podem cozinhar ou lavar a roupa de seus maridos durante o ciclo menstrual, enquanto as mais jovens n�o podem sequer frequentar as escolas ou brincar na rua.
“A palavra menstrua��o j� � um tabu muito grande. E isso causa um atraso da informa��o, que acaba refletindo no problema que as meninas t�m nas escolas, porque abandonam os estudos, refletem nos banheiros dos col�gios, que muitas vezes s�o coletivos, al�m de interferir na rela��o dentro de casa, entre pai e filha. S�o muitas quest�es, � muito abrangente a quest�o do tabu.”
*Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Tet� Monteiro
S�O PAULO FILM FESTIVAL
Mostra “Mulheres no cinema”, desta sexta-feira (5/3) a domingo (7/3). Gratuito pelo site https://www.saopaulofilmfestival.com.br, onde tamb�m consta a programa��o completa e os 20 curtas, nacionais e internacionais, que ser�o exibidos. Lives e debates ser�o transmitidos pelas redes sociais (@saopaulofilmfestival) e no canal do evento no YouTube.