O projeto, que surgiu antes da COVID-19, foi totalmente adaptado ao formato on-line, com apoio da Lei Aldir Blanc. Bia Toledo, uma das idealizadoras da mostra, diz que o teatro tem convivido bem com o formato h�brido, op��o adotada nestes dias de pandemia para enfrentar o fechamento de espa�os culturais.
“As pessoas entenderam que a gente tem de se adaptar, ou ent�o n�o vai rolar. Perceberam, inclusive, que n�o d� para fazer simplesmente uma pe�a s� gravada, com a c�mera parada. � necess�ria uma comunica��o diferente com o p�blico. A maioria dos artistas captou bem isso, com resultados positivos. Tem pe�as incr�veis rolando na mostra”, diz Bia.
''A gente precisa mostrar que elas (as mulheres) sabem o que est�o fazendo, impedir que o machismo tradicional invada a nossa casa''
Bia Toledo, organizadora da Mostra MoMo
Redu��o da desigualdade
A sele��o deu aten��o especial � perspectiva de g�nero, privilegiando pe�as que abordam a tem�tica da diversidade (na forma e no conte�do) ou com mulheres protagonistas tanto em cena quanto na dramaturgia, dire��o ou �rea t�cnica. De acordo com Bia Toledo, � uma forma de reduzir a desigualdade nas artes.“Geralmente, os homens predominam as fichas t�cnicas (das pe�as). As pessoas parecem se sentir mais confort�veis quando eles trabalham no teatro, mas, na verdade, h� mulheres muito competentes fazendo isso. A gente precisa mostrar que elas sabem o que est�o fazendo, impedir que o machismo tradicional invada a nossa casa. Como empreendedoras, lutamos contra isso, pois acreditamos que a mulher precisa ter cada vez mais espa�o.”
Todos os espet�culos contemplados no edital abordam o feminino. Dos oito mon�logos, sete s�o protagonizados por atrizes – entre elas, Fani Feldman (“Como todos os atos humanos”), Cl�udia Missura (“Paix�es da alma”), Ester Laccava (“Ossada, a live”), Natalia Gonsales (“A �ltima dan�a”) e Alexandra DaMatta (“Madame e a faca cega”). As tramas abordam da opress�o do patriarcado a tem�ticas feministas.
O evento conta com atra��es internacionais, como a pe�a francesa “Nina e a despedida”, inspirada no poema “Aus�ncia”, de Carlos Drummond de Andrade. Essa ode � morte, ao fim e aos recome�os protagonizada e dirigida pela brasileira Janina Tup� evoca, com delicadeza, “aquilo que morre para dar lugar ao novo”.
Figura masculina s� tem destaque em um mon�logo
“O meu lado homem” � o �nico mon�logo em que a figura masculina ganha destaque. Com Lu�s M�rmora e baseado em “Cartas de um sedutor”, da premiada escritora Hilda Hilst, retrata S�pata Mag�li, anti-hero�na que atua como apresentadora de cabar�. Acompanhada pelo violonista Luiz Gayotto e pela saxofonista Simone Julian, S�pata relembra fatos de sua vida, canta e permite � plateia (confinada em casa) um passeio por seu cora��o.A Mostra de Mon�logos MoMo receber� a estreia de “Madame e a faca cega”, da Nossa Companhia, marcada para 23 de mar�o, �s 20h30. Dirigido por Tati Bueno, umas das idealizadoras da Alvenaria Espa�o Cultural, o espet�culo traz a atua��o com “sangue nos olhos” de Alexandra DaMatta como Vera. A personagem, que comanda um programa culin�rio, � assombrada pela figura da Madame.
Bia Toledo sugere a programa��o como proveitoso entretenimento remoto em meio �s restri��es para conter a pandemia. “A gente gostaria de alcan�ar o m�ximo de pessoas poss�vel. Estou superanimada”, conclui.
1ª MOSTRA DE MON�LOGOS MoMo
At� 23 de mar�o. Transmiss�o pelo site da Alvenaria.
PROGRAMA��O
TER�A (16/3)
» “Paix�es da alma”. �s 20h30
QUARTA (17/3)
» “Como todos os atos humanos”.
�s 20h30
QUINTA (18/3)
» “Ossada, a live”. �s 20h30
SEXTA (19/3)
» “O meu lado homem”. �s 20h30
S�BADO (20/3)
» “A �ltima dan�a”. �s 20h30
DOMINGO (21/3)
» “Nina e as despedidas”. �s 20h30
SEGUNDA (22/3)
» “Caf� da graxa”. �s 18h
TER�A (23/3)
» “Madame e a faca cega”. �s 20h30
*Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria
*Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria